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09/01/2001 - 11h07

"Os Maias" estréia hoje com produção milionária

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da Folha Online

Divulgação

Ana Paula Arósio mudou o
visual para fazer "Os Maias"

Depois do fracasso de audiência de "Aquarela do Brasil" - que perdeu várias vezes no Ibope para os enlatados do SBT - a Globo volta a apostar nas macrosséries para reconquistar o público no horário das 22h. Estréia hoje "Os Maias", com 44 capítulos e uma produção milionária, baseada na obra do escritor português Eça de Queiroz (1845 -1900).

De autoria de Maria Adelaide Amaral ("A Muralha") e sob a direção de Luiz Fernando Carvalho ("Renascer" e "O Rei do Gado"), a nova produção estreará simultaneamente em Portugal, onde será exibida pela emissora SIC (Sociedade Independente de Comunicação). No Brasil a minissérie vai ao ar de terça a sexta-feira, a partir das 22 h.

Encabeçando o elenco, como personagens principais da trama, estão Walmor Chagas, Leonardo Vieira, a estreante Simone Spoladore, Ana Paula Arósio, Fábio Assunção, Selton Mello e Matheus Nachtergaele. Ao todo serão empregados 60 atores na trama. Raul Cortez fará a narração da história, em off, como se fosse o próprio Eça de Queiroz.

Três atores estrangeiros participam da história: os ingleses Philip Croskin (Mr. Brown) e Ruth Brennan (Miss Sarah) e o italiano Fabio Fulco (Tancredo).

Publicado em 1888, "Os Maias" é um retrato da decadência da aristocracia portuguesa na segunda metade do século 19. O romance é apresentado em três fases, indo de 1850 até 1888.

"Os Maias" conta a história da tradicional família Maia, enfocando o amor entre os irmãos Carlos da Maia (Fábio Assunção) e Maria Eduarda (Ana Paula Arósio).

Para as gravações externas, a equipe de produção ficou seis semanas em várias regiões de Portugal. As cenas de interior estão sendo gravadas no estúdio Renato Aragão, em Vargem Grande (zona oeste do Rio), e alguns locais do Rio de Janeiro como o Teatro Municipal, o Palácio do Catete, a antiga Casa da Moeda, o Museu do Açude, a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói e o Museu da Cidade, no Parque da Cidade, foram usadas para as gravações de cenas externas.

Para a composição dos personagens os atores e a equipe de produção assistiu a palestras de especialistas em Eça de Queiroz como a pesquisadora de literatura Beatriz Berrini, o arquiteto português Campos Matos, o historiador Nicolau Servcenko, a conselheira de redação da "Revista Queirozina" - publicação portuguesa - Isabel Pires de Lima e o diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa, Carlos Reis.

Tanto cuidado não poderia custar barato para a emissora, que investiu cerca de R$ 200 mil por capítulo na produção. O orçamento de um capítulo de novela custa, em média, R$ 100 mil. No total a minissérie ficou orçada em cerca de R$ 10 milhões.

A trama

É na Lisboa da metade do século 19 que se passa a primeira fase da trama. Pedro da Maia (Leonardo Vieira), filho do patriarca e viúvo Afonso da Maia (Walmor Chagas), vive enclausurado em sua melancolia. Inseguro, criado pela mãe sob um catolicismo obtuso, Pedro conhece a felicidade ao se apaixonar por Maria Monforte (Simone Spoladore). O romance é rejeitado por Afonso por causa do passado nebuloso do pai de Maria, Manuel Monforte (Stênio Garcia), que não pertence à alta roda da sociedade lisboeta.

Apesar do desgosto de Afonso, Pedro se casa com Maria e tem dois filhos - Maria Eduarda e Carlos Eduardo. Com o casamento passa a ser rejeitado pelo pai.

Um acidente transforma a vida de Pedro e Maria. Durante uma caçada, Pedro fere o príncipe italiano Tancredo (Fabio Fulco) e o convida para se recuperar em sua casa. Maria se apaixona pelo príncipe e foge com ele, levando consigo a filha e deixando o pequeno Carlos aos cuidados do pai.

Pedro retorna à casa paterna, mas não aguenta o desespero e se mata. Afonso decide criar o neto de acordo com suas convicções em sua outra propriedade, a Quinta de Santa Olávia.

Na segunda fase, após ter tido uma infância feliz ao lado do avô, Carlos (Fábio Assunção) vai estudar Medicina na Universidade de Coimbra. Lá ele tem suas primeiras experiências amorosas e conhece aqueles que farão parte de seu círculo de amizades, como o melhor amigo, João da Ega (Selton Mello) - que muitos estudiosos acreditam ser o alter ego de Eça de Queiroz - e Teodorico Raposo (Matheus Nachtergaele).

Recém-chegada a Lisboa, acompanhada da filha Rosa (Isabelle Drummond) e do marido Castro Gomes (Paulo Betti), Maria Eduarda encanta o jovem médico Carlos, dando início a uma paixão que não tende a ter um final feliz.

Teodorico e outros personagens que fazem parte de seu núcleo foram retirados de uma outra obra de Eça, "A Relíquia" (1887) - uma sátira à devoção religiosa e ao comércio de relíquias -, para dar um contraponto cômico à minissérie.

Eça de Queiroz

José Maria de Eça de Queiroz é considerado o maior romancista de seu país. Diplomado em Direito pela Universidade de Coimbra (1866), começou a escrever para a Gazeta de Portugal uma série de artigos, que seriam reunidos, em 1905, no volume "Prosas Bárbaras". Sua primeira obra foi "O Mistério da Estrada de Sintra", escrita em parceria com Ramalho Ortigão e publicado em folhetins, no "Diário de Notícias" (1870).

O conjunto de sua obra, incluindo artigos e cartas, traça um panorama crítico da cultura e dos problemas sociais e políticos de seu tempo. Seu estilo, que modernizou a prosa portuguesa, desnuda os vícios da sociedade portuguesa do fim do século 19.

Leia mais no especial sobre Eça de Queiroz

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  • Conheça os personagens de "Os Maias", a nova minissérie da Globo
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