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10/01/2001 - 04h04

Museu Osório Cesar busca novo espaço para acervo

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da Folha de S.Paulo

O módulo Imagens do Inconsciente foi, sem dúvida, um dos grandes destaques da Mostra do Redescobrimento, realizada no parque Ibirapuera no ano passado. Em grande parte, o sucesso foi motivado pelas impressionantes obras de Arthur Bispo do Rosário, interno da Colônia
Juliano Moreira, no Rio. Mérito de Nise da Silveira, criadora do Museu
de Imagens do Inconsciente.

O que poucos sabem é que São Paulo tem no Juquery um museu nos mesmos moldes, criado a partir do trabalho de Osório Cesar, apontado pela própria Nise da Silveira como o precursor no trabalho de arte com internos em um hospital psiquiátrico.

Criado em 1985, o museu reúne cerca de 8.000 obras (o mesmo número do acervo do Museu de Arte Contemporânea, na USP) e funciona na casa projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, onde viveu Franco da Rocha, o criador do Juquery. O espaço também reúne móveis e objetos que pertenceram a Franco da Rocha.

Agora, a Secretaria de Estado da Saúde, que administra o Juquery, tem planos para restaurar a casa nos mesmos moldes da época em que era usada por Franco da Rocha. Com isso, o acervo será transferido para um outro espaço, no complexo do Juquery, onde o acervo possa ser exposto de maneira mais adequada. "Estamos em busca de financiamento", conta Iêda Marques Britto, assessora da Secretaria da Saúde.

Desde que passou a integrar o Juquery, em 1923, Osório Cesar dedicou-se a estudar a arte dos internos. Em 1929, o médico escreveu "A Expressão Artística dos Alienados", texto que foi enviado por Cesar a Freud, que dispôs-se a publicá-lo na revista "Imago".

Cesar também organizou várias exposições com as obras dos internos. A
primeira, em 1948, no Masp, despertou interesse de artistas e intelectuais, como Flávio de Carvalho e Sérgio Milliet. Parte desse acervo foi perdida ou comercializada -Cesar acreditava que a Escola Livre de Artes, que criou em 1949, deveria ser auto-sustentada. Mesmo assim, em 1985, quando o museu Osório Cesar foi organizado, cerca de 5.000 obras foram localizadas.

Um dos destaques desse acervo é a obra de Aurora Cursino dos Santos (1896-1959). Ex-prostituta, internada por comportamento "amoral", participou da Escola Livre de Artes. O museu possui 186 obras de Aurora, algumas expostas no Redescobrimento, no ano passado, e que devem participar da mostra no museu Guggenheim, neste ano.

Atualmente, dos poucos internos que ainda pintam, o destaque fica por conta de Maria Aparecida Dias, conhecida como Cidinha, que nasceu em 1946.
(FCY)

O quê: Museu Osório Cesar
Onde: av. dos Coqueiros, s/nº; Hospital Psiquiátrico do Juquery ( tel. 0/xx/11/ 432-5111)
Quando: de seg. a sex., das 8h às 15h
Quanto: entrada franca
 

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