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Filme "Amor Virtu@l", representado no cartaz ao lado, brinca com o cotidiano dos internautas

Sérgio Dávila
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  Respostas verdadeiras ainda são mistério para pesquisa

Divulgação

Cenas do filme Amor Virtu@l


da Folha Online
em Campinas

A advogada carioca Deise Maria Dias Gonçalves não acredita que todas as pessoas que frequentam as salas de bate-papo falem a verdade. "As descrições físicas e o enredo que elas constroem como pano de fundo para a conversa são exorbitantes e extrapolam todos os níveis de perfeição jamais vistos sobre a face da Terra", observa. "No mundo virtual tudo é perfeito demais para ser real", completa.

Deise acredita que "a pessoa fica no back up" e cede espaço para a fachada do personagem ideal, do seu alter-ego sexual. "O anonimato é o paredão, o escudo invisível que separa pessoa e personagem, essa 'entidade' única que faz amor eletrônico por computador."

Pelas observações da advogada, a personagem "traz muito da pessoa, algo como dizer que criador e criatura estão sempre muito próximos durante todo o curso do processo. Acredito que somente as pessoas que procuram as salas de bate-papo como ante-sala de um encontro real falem a verdade, para evitar surpresas desagradáveis".

A pesquisa indica que os homens que participam de bate-papos virtuais se dizem, em geral, grandes amantes. "São atletas sexuais, deuses libidinosos que garantem maravilhas."

Nas salas de bate-papo não existem homens feios, desempregados, impotentes, desajustados, velhos ou pobres, constatou a pesquisa. "Todos são 'lindos', gostosos, bem-sucedidos e maravilhosos, segundo eles próprios."

Quanto ao desempenho sexual dos interlocutores, a maioria foi positivamente surpreendente na criatividade e na competência, diz Deise. "Isso não é garantia, no entanto, de que o homem bom de teclado seja bom de cama."

Durante a pesquisa outros temas apareceram nas conversas entre as entrevistadoras e os frequentadores das salas de bate-papo. Doenças sexualmente transmissíveis, AIDS e o uso da camisinha e a rotina e as crises do casamento são fatores constantes nas conversas.

Também apareceram nas conversas com as pesquisadoras temas tratando do processo de imigração para os EUA, as competências dos deficientes físicos, informática, música, esporte, turismo, moda e drogas.

 
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