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24/11/2005 - 15h34

Metade dos brasileiros nunca usou computador

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JULIANA CARPANEZ
da Folha Online

Mais da metade dos brasileiros com idade superior a dez anos --55% deles-- nunca utilizou um computador. Quando a porcentagem refere-se ao uso da internet o valor fica ainda maior: 68% dessas pessoas nunca navegaram pela rede. As informações têm como base a primeira pesquisa do CGI (Comitê Gestor da Internet), referente a agosto e setembro deste ano, sobre a penetração e uso da web no Brasil.

Apesar de os dados apontarem um longo caminho para a concretização da inclusão digital, o número de internautas domiciliares no Brasil dobrou nos últimos cinco anos: foi de 5,1 milhões de usuários em setembro de 2000 para 11,96 milhões em setembro deste ano, segundo pesquisas do Ibope//NetRatings.

Se também consideradas as pessoas que acessam a web do trabalho ou de telecentros, por exemplo, o número de brasileiros on-line chegou aos 32,1 milhões no terceiro trimestre de 2005.

O estudo do CGI também aponta que 16,6% dos brasileiros possuem computadores de mesa em suas casas, sendo que nem todas as máquinas permitem acesso à internet. O grupo que utiliza micros diariamente fica por volta de 13,8% dos brasileiros com mais de dez anos, enquanto 9,6% deles navegam pela web todos os dias.

O Distrito Federal é a região com o maior número de computadores em casa --31% dos domicílios--, seguido pela região metropolitana de São Paulo (27%), de Curitiba (23%), do Rio de Janeiro (22%) e de Porto Alegre (21%). "Estes números estão diretamente relacionados à renda e taxa de escolaridade", diz Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento.

A pior porcentagem divulgada refere-se à região metropolitana de Fortaleza, onde apenas 8% das residências têm micros.

Ao considerar classes sociais, o estudo indica que 88,7% dos domicílios pertencentes à classe A são equipados com computadores. Já na classe B este valor cai para 55,5%, seguido por 16,1% da classe C e 2% das classes D/E.

Inclusão

Cerca de 43% dos 8.000 entrevistados disseram estar dispostos a pagar até R$ 1.400 para ter um computador em casa --este é o preço limite do PC popular, que obedece uma configuração pré-estabelecida pelo governo e pode ser adquirido via financiamento facilitado. No entanto, 22% deles não comprariam uma máquina mesmo se ela custasse R$ 300.

"Os números mostram a importância de políticas de acesso público à internet. Mesmo com redução de preços e facilidade de pagamento, ainda é grande a quantidade de pessoas que não pode comprar computadores", afirma Santanna.

A principal barreira de uso da internet nas residências é um motivo um tanto óbvio: a falta de computadores. Cerca de 59% das pessoas citam este fator, enquanto 33% são mais específicas ao culpar o custo elevado do equipamento.

Segundo a pesquisa, os obstáculos estão ligados à geografia --que por sua vez se relaciona a questões socio-econômicas. Enquanto 24% dos entrevistados da região metropolitana de São Paulo reclamam do preço do micro, 54% fazem o mesmo na região metropolitana de Recife.

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