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07/02/2001
-
04h57
ALEXANDRE VERSIGNASSI
da Folha de S.Paulo
Periféricos como o mouse, pelo menos da forma como são utilizados hoje, estão a caminho de se tornar tão obsoletos quanto máquinas de escrever.
Pelo menos é o que esperam os integrantes do projeto BlueEyes, que vem sendo tocado há quatro anos pela IBM e desenvolve tecnologias como a de um rastreador de olhar.
Acoplado ao micro como uma webcam, ele seria capaz de acompanhar os movimentos da pupila do usuário, auxiliando a operação do mouse e, por vezes, substituindo-o.
"A intenção do projeto é combinar duas tecnologias: a interação homem-
máquina e a visão computacional", diz o professor Carlos Hitoshi Morimoto, do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP.
Morimoto participa do Blue- Eyes desde o início do projeto e é um dos responsáveis pela concepção desse rastreador de olhar.
"Uma das possíveis aplicações é que ele funcione como mouse. Isso serviria basicamente para deficientes físicos", afirma Morimoto.
Já para pessoas com movimentos regulares, o objeto seria desconfortável. "Se você quiser deixar o cursor parado, mas acabar olhando para o lado, ele vai acompanhar o seu olhar. Isso perturba", afirma o professor.
Para evitar esse percalço, os responsáveis pelo projeto encontraram uma utilidade extra para o rastreador de olhar: servir como uma espécie de muleta para o mouse.
"Desenvolvemos uma tecnologia chamada "Magic Pointing". Com ela, logo que você toca no mouse o cursor vai para o ponto da tela em que você estava olhando. Depois, o controle fica a cargo das mãos. Vira um mouse super-rápido", descreve Morimoto.
De qualquer maneira, essa tecnologia ainda precisa de muitos ajustes para se tornar viável como produto.
Uma dos obstáculos: para que o rastreador se mantenha focalizado na pupila do usuário, é preciso que ele mantenha a cabeça rígida em frente à tela, o que não é nada confortável.
"Isso pode ser evitado com uma câmera melhor, um algoritmo (sequência de passos para resolver um problema) mais rápido etc.", diz Morimoto.
Assim, segundo ele, ainda deve levar cerca de três anos para que esse tipo de rastreador possa ser encontrado nas lojas de informática. "Mas, se ele for produzido em série, não deverá custar mais que uma webcam (R$ 300, em média)."
Aparelho permite clicar com os olhos
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da Folha de S.Paulo
Periféricos como o mouse, pelo menos da forma como são utilizados hoje, estão a caminho de se tornar tão obsoletos quanto máquinas de escrever.
Pelo menos é o que esperam os integrantes do projeto BlueEyes, que vem sendo tocado há quatro anos pela IBM e desenvolve tecnologias como a de um rastreador de olhar.
Acoplado ao micro como uma webcam, ele seria capaz de acompanhar os movimentos da pupila do usuário, auxiliando a operação do mouse e, por vezes, substituindo-o.
"A intenção do projeto é combinar duas tecnologias: a interação homem-
máquina e a visão computacional", diz o professor Carlos Hitoshi Morimoto, do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP.
Morimoto participa do Blue- Eyes desde o início do projeto e é um dos responsáveis pela concepção desse rastreador de olhar.
"Uma das possíveis aplicações é que ele funcione como mouse. Isso serviria basicamente para deficientes físicos", afirma Morimoto.
Já para pessoas com movimentos regulares, o objeto seria desconfortável. "Se você quiser deixar o cursor parado, mas acabar olhando para o lado, ele vai acompanhar o seu olhar. Isso perturba", afirma o professor.
Para evitar esse percalço, os responsáveis pelo projeto encontraram uma utilidade extra para o rastreador de olhar: servir como uma espécie de muleta para o mouse.
"Desenvolvemos uma tecnologia chamada "Magic Pointing". Com ela, logo que você toca no mouse o cursor vai para o ponto da tela em que você estava olhando. Depois, o controle fica a cargo das mãos. Vira um mouse super-rápido", descreve Morimoto.
De qualquer maneira, essa tecnologia ainda precisa de muitos ajustes para se tornar viável como produto.
Uma dos obstáculos: para que o rastreador se mantenha focalizado na pupila do usuário, é preciso que ele mantenha a cabeça rígida em frente à tela, o que não é nada confortável.
"Isso pode ser evitado com uma câmera melhor, um algoritmo (sequência de passos para resolver um problema) mais rápido etc.", diz Morimoto.
Assim, segundo ele, ainda deve levar cerca de três anos para que esse tipo de rastreador possa ser encontrado nas lojas de informática. "Mas, se ele for produzido em série, não deverá custar mais que uma webcam (R$ 300, em média)."
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