Livraria da Folha

 
10/06/2010 - 07h05

Livro traz história de irmãs separadas pela guerra

da Livraria da Folha

Divulgação
Minha Casa do Outro Lado Do Atlântico 1a. edição, 2010 Helene Cooper Nova Fronteira
Jornalistas vai em busca da irmã e do próprio passado na Libéria

Helene Coopper fazia parte de uma rica família na Libéria, país pobre da África ocidental fundado por ex-escravos americanos. Levava uma vida tranquila e com várias mordomias. Um dia seus pais decidiram lhe dar uma irmã mais velha para que tivesse companhia e adotaram a jovem Eunice.

A família de Helene e Eunice vivia tranquilamente até que um violento golpe de estado deflagrou uma guerra civil no país. Ligados ao governo deposto, Helene e seus familiares fugiram. Eunice ficou.

Helene começou uma nova vida nos Estados Unidos e trabalhou como jornalista em grandes jornais no país. Mas o abandono da irmã na Libéria e as marcas de ter deixado o país nunca foram totalmente superadas. Em "Minha casa do outro lado do Atlântico" , Helene narra sua volta ao país -e ao próprio passado- 23 anos depois de ter visto sua irmã pela última vez.

Leia trecho:

*

As cartas de Eunice eram escritas com tinta vermelha. De noite, ela dormia com uma toalha molhada sobre o peito, porque não havia ar-condicionado na casa da mãe.

Mano Henry a havia levado de volta a Monróvia depois da nossa despedida no Aeroporto de Robertsfield. Eram quase duas da madrugada quando chegaram a Sugar Beach.
Não havia nenhum criado quando Eunice e Mano Henry passaram por lá. Pegaram seus pagamentos, se despediram e partiram, tentando descobrir uma maneira de sobreviver ao novo cenário da Libéria pós-Congo. No breu da noite, Eunice e Mano Henry carregaram o carro com as coisas da Eunice, enchendo a mala e o banco traseiro. Mano Henry trancou a casa ao sair; triunfo da esperança sobre a experiência. Os ladrões vinham regularmente a Sugar Beach quando a família estava em casa; não tinha a menor possibilidade da casa deixar de ser invadida agora, com a família fora e os soldados de Doe patrulhando o interior do país.

Eunice olhou para trás enquanto o carro ia se afastando, mas, como eles não tinham deixado nenhuma luz acesa na casa, foi difícil ver alguma coisa. A casa desapareceu rapidamente na escuridão.

Mano Henry dirigiu os vinte quilômetros até Sinkor, deixou a Eunice na casa da mãe e voltou para a casa nas redondezas. Ele não tinha a menor intenção de deixar a Libéria. Nunca, nunquinha que aqueles nativos o colocariam pra fora do seu próprio país. Afinal de contas, ele era filho do Capitão Dennis.

Depois de sete anos morando com so Cooper, Eunice voltara a ser uma bassa e a morar com a mãe e mais cinco primos e as crianças adotadas na casa de Sinkor.

Como é que se volta a ser como se era sete anos antes? Dá para apagar sete anos?

*

"Minha casa do outro lado do Atlântico"
Autor: Helen Cooper
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 336
Quanto: R$ 36,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
Voltar ao topo da página