da Livraria da Folha
Divulgação |
Jornalistas vai em busca da irmã e do próprio passado na Libéria |
Helene Coopper fazia parte de uma rica família na Libéria, país pobre da África ocidental fundado por ex-escravos americanos. Levava uma vida tranquila e com várias mordomias. Um dia seus pais decidiram lhe dar uma irmã mais velha para que tivesse companhia e adotaram a jovem Eunice.
A família de Helene e Eunice vivia tranquilamente até que um violento golpe de estado deflagrou uma guerra civil no país. Ligados ao governo deposto, Helene e seus familiares fugiram. Eunice ficou.
Helene começou uma nova vida nos Estados Unidos e trabalhou como jornalista em grandes jornais no país. Mas o abandono da irmã na Libéria e as marcas de ter deixado o país nunca foram totalmente superadas. Em "Minha casa do outro lado do Atlântico" , Helene narra sua volta ao país -e ao próprio passado- 23 anos depois de ter visto sua irmã pela última vez.
Leia trecho:
*
As cartas de Eunice eram escritas com tinta vermelha. De noite, ela dormia com uma toalha molhada sobre o peito, porque não havia ar-condicionado na casa da mãe.
Mano Henry a havia levado de volta a Monróvia depois da nossa despedida no Aeroporto de Robertsfield. Eram quase duas da madrugada quando chegaram a Sugar Beach.
Não havia nenhum criado quando Eunice e Mano Henry passaram por lá. Pegaram seus pagamentos, se despediram e partiram, tentando descobrir uma maneira de sobreviver ao novo cenário da Libéria pós-Congo. No breu da noite, Eunice e Mano Henry carregaram o carro com as coisas da Eunice, enchendo a mala e o banco traseiro. Mano Henry trancou a casa ao sair; triunfo da esperança sobre a experiência. Os ladrões vinham regularmente a Sugar Beach quando a família estava em casa; não tinha a menor possibilidade da casa deixar de ser invadida agora, com a família fora e os soldados de Doe patrulhando o interior do país.
Eunice olhou para trás enquanto o carro ia se afastando, mas, como eles não tinham deixado nenhuma luz acesa na casa, foi difícil ver alguma coisa. A casa desapareceu rapidamente na escuridão.
Mano Henry dirigiu os vinte quilômetros até Sinkor, deixou a Eunice na casa da mãe e voltou para a casa nas redondezas. Ele não tinha a menor intenção de deixar a Libéria. Nunca, nunquinha que aqueles nativos o colocariam pra fora do seu próprio país. Afinal de contas, ele era filho do Capitão Dennis.
Depois de sete anos morando com so Cooper, Eunice voltara a ser uma bassa e a morar com a mãe e mais cinco primos e as crianças adotadas na casa de Sinkor.
Como é que se volta a ser como se era sete anos antes? Dá para apagar sete anos?
*
"Minha casa do outro lado do Atlântico"
Autor: Helen Cooper
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 336
Quanto: R$ 36,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha