da Livraria da Folha
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Livro denuncia o esquema de tráfico de órgãos humanos no Brasil |
Em solo brasileiro, eles não estão aqui em férias. Conhecidos como "turistas de transplante", o trabalho deles é encontrar jovens saudáveis dispostos a vender partes de seus corpos. A denúncia que mostra o Brasil na rota do tráfico internacional de órgãos não é nova, mas o jornalista Julio Ludemir, em "Rim por Rim - uma reportagem sobre o tráfico de órgãos" (Record), conta os bastidores deste lucrativo negócio a partir de documentos e depoimentos de quem viveu na carne esta história.
Segundo a antropóloga norte-americana Nancy Sheper-Hughes, importante fonte de informação do livro, os relatos de tráfico de órgãos ficaram, por muitos tempo, na esfera de "lenda urbana". Ou seja, tratados como ficção. Com a divulgação cada vez maior do tema na mídia, muitos casos vieram à tona e países como Brasil passaram a investigar esta prática - pela lei brasileira, um crime.
O Nordeste brasileiro é, segundo investigações, lugar preferencial de visita dos traficantes de órgãos. Em especial, Recife, em Pernambuco. O contato com jovens desempregados, em situação de fragilidade econômica ou extrema pobreza, vítimas em potencial dos traficantes, é feito através de agenciadores brasileiros, já recrutados pelos "turistas de transplantes". Na maioria das vezes, a retirada do órgão foi feita em hospitais no exterior, coma na África do Sul.
As investigações da polícia brasileira chegaram também a São Paulo, onde médicos faziam retiradas de órgãos em pacientes que não estavam em morte cerebral. Segundo a antropóloga Nancy Sheper, este mercado negro mundial reproduz a perversa rota do capital -"os órgãos transitam do Sul para o Norte, dos pobres para os ricos, dos negros para os brancos e das mulheres para os homens".
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"Rim Por Rim"
Autor: Julio Ludemir
Editora: Record
Páginas: 308
Quanto: R$ 44,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha