Livraria da Folha

 
03/07/2010 - 19h51

Conheça a evolução dos vampiros na literatura

FERNANDA CORREIA
da Livraria da Folha

Não é de hoje que os vampiros e a literatura fazem uma parceria duradoura. Quando Bram Stocker escreveu "Drácula" (L&PM Editores, 1998), teve dificuldade de vender mais do que alguns poucos exemplares. O irlandês morreu sem ver seu romance tornar-se o grande representante do mito.

O gênero foi ganhar novo fôlego no final dos anos 1970, quando Anne Rice publicou "Entrevista com o Vampiro" (Rocco, 1996). Ela foi a primeira a dar um ar mais romântico e sedutor às criaturas da noite. Além da sede de sangue, seus personagens preocupam-se com suas almas e com as mortes que causam.

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Do terrível conde Drácula aos badalados personagens de Crepúsculo, livros retratam vampiros de todos os tipos
Do terrível conde Drácula aos badalados personagens de Crepúsculo, livros retratam vampiros de todos os tipos

Stephenie Meyer renovou a literatura vampiresca e atraiu leitores antes impensados para tais tramas. No entanto, a sua saga "Crepúsculo" pode ser considerada mais uma história de amor do que algo aterrorizante. Os elementos sobrenaturais estão presentes apenas para carregar o clima e se mostram mais fortes a partir de "Eclipse" (Intrínseca, 2010), que ganhou adaptação cinematográfica e estreou na última semana.

O sucesso dos livros de Meyer fez com que outros vampiros surgissem. O ponto em comum entre eles, e normalmente o mote das obras, é o romance entre um humano e um imortal. "True Blood", série de sucesso do canal pago HBO, segue a mesma linha. O programa é baseado nos livros de Charlaine Harris, como "Vampiros em Dallas" (Arx, 2010), que serviu de inspiração para a segunda temporada. Em uma cidade do sul dos Estados Unidos, vampiros e humanos estão aprendendo a lidar uns com os outros e com o preconceito. Graças à criação de um sangue sintético, eles convivem no mesmo universo e podem até manter relações ardentes.

Em outro extremo, o diretor de cinema Guillermo del Toro resolveu escrever e deu início a "Trilogia da Escuridão". O primeiro romance, "Noturno" (Rocco, 2009), cria um tipo diferente de vampiro, que se espalha como vírus. A epidemia toma Nova York e apenas um sobrevivente dos campos de concentração faz ideia do que realmente está acontecendo e como remediar a situação.

Seja com aparências monstruosas ou absolutamente irresistíveis, fugindo da luz do sol ou brilhando nela, qualquer que seja a roupagem do mito, o fato é que os vampiros conquistam cada vez mais a atenção dos leitores.

 
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