Livraria da Folha

 
05/07/2010 - 10h19

Livro de Gilberto Freyre analisa história da moda brasileira na vestimenta, música e arquitetura

da Livraria da Folha

Divulgação
Freyre faz observações sobre vários aspectos da história da moda
Freyre faz observações sobre vários aspectos da história da moda

No caldeirão multirracial brasileiro, os modos e as modas passaram, ao longo do tempo, por complexa história de mudança de mentalidades e costumes. O sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, em "Modos de Homem & Modas de Mulher" (Global), nos relata as várias combinações e adaptações feitas pela sociedade brasileira, trazendo novos conceitos de feminilidade e de elegância.

Bom lembrar, o Brasil foi, durante anos, um passivo importador de moda. De Paris, para as mulheres. De Londres, para os homens. Nas noites de baile, também no dia a dia --perfumes, loções, adornos, vestidos, espartilhos, meias, sapatos--, tudo francês. Em plena belle époque, por exemplo, impensável para uma dama carioca elegante sair à rua sem suas luvas, sombrinha e leque importados.

A elite brasileira não somente vestia-se à francesa, mas viam seus médicos, dentistas e amantes em Paris. Lá, eles bebiam nos livros, nos teatros e na música francesa. O autor de "Casa-Grande & Senzala" nos lembra que esta influência da moda francesa começou a ser superada por outras, como a saída de Nova York, Estados Unidos, conhecida como moda flapper.

Inspirada nos jovens heróis americanos na Primeira Grande Guerra, esta moda marcante e criativa trouxe para corpo da mulher moderna influências masculinizantes. Para Freyre, foi um certo pendor para o unissex, hoje tão generalizado e de grande aceitação. Essa nova moda de mulher colocou Nova York como rival de uma Paris, até então imbatível.

No livro, Freyre defende a ideia de que o Brasil é parte de uma "civilização ecológica tropical" que conseguiu, sem renunciar à sua herança cultural européia, valorizar modos e modas locais. Não mais consumidores passivos, brasileiros e brasileiras vêm recriando tais modas adaptando-as a situações culturalmente brasileiras e mesmo "ousando quase inventar brasileirismos".

 
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