Livraria da Folha

 
15/07/2010 - 10h23

Autora explica por que "Amanhecer" tem o Rio de Janeiro como cenário

da Livraria da Folha

Em entrevista cedida à editora Intrínseca, Stephenie Meyer disse que escolheu o Rio de Janeiro como cenário porque "minha cunhada morou em São Paulo por um tempo e foi ao Rio, então ela me deu uma ideia de como era, mas eu mesma nunca visitei a cidade. O Rio é realmente ensolarado demais para eles serem vampiros diurnos, mas, em 'Amanhecer', Edward estava procurando o sol."

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Bella e Edward se casam e finalmente vivem sua primeira vez em "Amanhecer"; longa pode ter suas cenas rodadas no Rio de Janeiro
Bella e Edward se casam e finalmente vivem sua primeira vez em "Amanhecer"; longa pode ter suas cenas rodadas no Rio de Janeiro

No livro, o vampiro viaja com sua amada até a Ilha de Esme, na costa brasileira, para viverem sua lua de mel. O local fictício teria sido um presente de seu pai para a sua mãe.

Por conta disso, a preocupação dos fãs brasileiros é se estas cenas serão realmente gravadas em território nacional.

Na última terça-feira (13), o diretor e presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão comentou no twitter que está trabalhando para que o quarto longa tenha cenas filmadas no Rio de Janeiro.

Fora as locações, as discussões giram especialmente em torno da classificação etária que o filme poderá receber, deixando de fora as cenas sangrentas e de sexo.

Leia abaixo o trecho de "Amanhecer" em que eles chegam às terras cariocas:

*

-- Houston? - Perguntei, erguendo as sobrancelhas quando chegamos ao portão em Seattle.

-- Só uma escala - garantiu-me Edward com um sorriso.

Parecia-me que eu mal tinha dormido quando ele me acordou. Estava grogue enquanto ele me puxava pelos terminais, lutando para me lembrar como abrir os olhos a cada vez que piscava. Precisei de alguns minutos para perceber o que estava acontecendo quando paramos no balcão internacional para fazer o check-in de nosso próximo voo.

-- Rio de Janeiro? - perguntei com um leve tremor.

-- Outra escala - disse-me ele.

O voo para a América do Sul foi longo, mas confortável, no amplo assento da primeira classe, com os braços de Edward à minha volta. Dormi e acordei incomumente alerta enquanto fazíamos contorno para o aeroporto com a luz do sol se pondo através das janelas do avião.

Não ficamos no aeroporto para pegar uma conexão, como eu esperava. Em vez disso, pegamos um táxi pelas ruas escuras, apinhadas e vivas do Rio. Incapaz de entender uma palavra das instruções em português que Edward dava ao taxista, imaginei que eram para encontrar um hotel antes da próxima parte da viagem. Uma pontada aguda de alguma coisa muito parecida com o pânico da estreia contorceu a boca do meu estômago enquanto eu pensava nisso. O táxi prosseguiu em meio ao enxame de gente até que de algum modo este se tornou menos denso, e nos aproximamos do mar.

Paramos em uma marina.

Edward seguiu na frente pela longa fila de iates ancorados na água escurecida pela noite. O barco diante do qual ele havia parado era menor do que os outros, mais estreito, obviamente construído para ser veloz, e não espaçoso. Ele saltou para o barco com agilidade, apesar das malas pesadas que carregava. Largou-as no convés e virou-se para me ajudar a transpor a borda.

Observei em silêncio enquanto ele preparava o barco para a partida, surpresa com a habilidade que demonstrava, pois ele nunca mencionara qualquer interesse em barcos. No entanto, ele era bom em quase tudo.

Enquanto seguíamos para o leste em mar aberto, analisei a geografia básica em minha mente. Pelo que eu podia me lembrar, não havia muito a leste do Brasil... até que se chegasse à África.

Mas Edward acelerava enquanto as luzes do Rio diminuíam, e por fim sumiram atrás de nós. Em seu rosto havia um sorriso de extrema felicidade que eu conhecia, aquele produzido por qualquer forma de velocidade. O barco mergulhava nas ondas e eu era borrifada com a água do mar.

Por fim a curiosidade que eu reprimi por tanto tempo me venceu.

-- Vamos muito mais longe? - perguntei.

Não era próprio dele se esquecer de que eu era humana, mas me perguntei se pretendia que morássemos naquele pequeno barco por algum tempo.

-- Mais quatro horas. - Seus olhos pousaram em minhas mãos, agarradas no banco, e ele sorriu.

Ah, bem, pensei comigo mesma. Ele era um vampiro, afinal. Talvez estivéssemos indo para a Atlântida.

Algum tempo depois, ele chamou meu nome acima do rugido do motor.

-- Bella, olhe lá. - E apontou à frente.

De início, vi apenas escuridão e a trilha da lua branca na água. Mas procurei no espaço para onde ele apontava até que encontrei uma forma escura interrompendo o luar nas ondas. Chegamos mais perto e pude ver que o contorno oscilava na brisa leve.

E então meus olhos focalizaram de novo e as partes fizeram sentido: uma pequena ilha se elevava na água à nossa frente, ondulando com palmeiras, uma praia clara à luz da lua.

-- Onde estamos? - murmurei pasma enquanto ele mudava de curso, indo para o extremo norte da ilha.

Ele me ouviu, apesar do barulho do motor, e deu um sorriso largo que cintilou no luar.

-- Esta é a Ilha de Esme.

 
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