da Livraria da Folha
Em 30 anos de trabalho, Henri Cartier-Bresson (1908-2004) acumulou mais de meio milhão de imagens. A organização e manutenção desse material permitiram seu resgate para exposição em sua homenagem.
Charles Platiau/Reuters |
Henri Cartier-Bresson morreu no dia 2 de agosto de 2004, na França, aos 95 anos |
De abril a junho deste ano, Peter Galassi, curador, organizou no Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, uma mostra com este material. O sucesso da exposição deu origem ao livro "Henri Cartier-Bresson: O Século Moderno", que a editora Cosac Naify traz para o Brasil.
Mais do que um fotógrafo, Cartier-Bresson foi um homem da arte. Em seus 95 anos, foi cineasta, ator, editor, diretor de documentários, pintor e desenhista.
Cartier-Bresson ocupou perto de meio século de sua vida visitando diferentes partes do globo e registrando os lugares e as pessoas que encontrou. Suas viagens começaram em 1930, aos 22 anos. As imagens captadas por suas lentes entraram para a história do século 20.
Essas fotografias colocaram seu nome entre os principais fotógrafos artísticos e marcaram o surgimento das revistas de circulação em massa.
Sua vasta produção está reunida na Fundação Henri Cartier-Bresson, em Paris, sob os cuidados de sua viúva Martine Franck. No acervo estão algumas imagens inéditas até para especialistas em sua obra. Este material foi completamente liberado para a organização da mostra.
Galassi revela em sua seleção, a vida, a obra e os caminhos que o artista seguiu. Partindo da origem de sua família, passando pela juventude em que sonhava com uma sociedade igualitária, chega ao engajamento em revelar as condições das colônias francesas e da Ásia.
A presença do fotógrafo na Agência Magnum, onde Cartier-Bresson se assumiu como fotojornalista, ganha destaque.
Divulgação |
Acervo inédito Cartier-Bresson preenche páginas de lançamento |
"Sua participação na Agência Magnum não significou abandonar a esfera artística em favor de um trabalho estranho, pois para ele ser um fotojornalista significava ampliar sua atuação e ser também um diplomata, viajante, repórter e historiador", escreve o crítico Rubens Fernandes Junior sobre a edição.
Não é apenas sua produção que ganha destaque no livro e na mostra. Galassi destaque a maneira do fotógrafo trabalhar, as especificações técnicas do material, o processo de criação e edição das imagens, e a organização das viagens. Mapas desenhados revelam os roteiros seguidos por Cartier-Bresson entre 1930 e 1960.
"Para cada assunto, com raras exceções, ele realizava de cinco a dez fotogramas para em seguida se concentrar em outro tema. Cartier-Bresson tinha um espírito independente e empreendedor e isso foi determinante para desenvolver sua fotografia centrada numa inteligência rápida e intuitiva, associada à sua vasta e sofisticada cultura", explica Fernandes Junior
"Henri Cartier-Bresson: O Século Moderno" apresenta ainda a cronologia de suas publicações em jornais e revistas de todo o mundo; a relação de todas as exposições fotográficas e livros publicados; além de bibliografia e filmografia do autor.
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Henri Cartier-Bresson: O Século Moderno
Autor: Peter Galassi
Editora: Cosac Naify
Páginas: 376
Quanto: R$ 185,00
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha