Livraria da Folha

 
25/08/2010 - 21h26

Exclusivo: Premiado autor Stephen Michael King sonha desenhar para crianças do Brasil

MARCELO JUCÁ
colaboração para a Livraria da Folha

Stephen Michael King, apesar de adulto, adora a traquinagem e as cores do mundo infantil. Desde criança gostava de escrever e desenhar, e aos 47 anos, continua a amar o que faz. Aparentemente, crianças de todo o mundo também.

Em entrevista à Livraria da Folha, o autor de "O Homem que Amava Caixas", "Vira-Lata" e "Folha", comenta sobre seu trabalho e as impressões que tem do Brasil.

Divulgação
Australiano Stephen Michael King, autor de premiados livros infantis
Australiano Stephen Michael King, autor de premiados livros infantis, fala com exclusividade à Livraria da Folha

Stephen nasceu em Sidney, na Austrália, e como quase todas as crianças, não queria virar um adulto. Pois ele virou, mas sem deixar de lado sua essência traquinas e o cabelo meio desarrumado. O horror a uniformes também persiste.

Como muitos escritores infantis, Stephen é personagem de si mesmo. Um tanto tímido, desperta a curiosidade dos leitores que devoram seus livros. Aliás, tanto as crianças quanto os pais ficam interessados em sua biografia.

Siga a Livraria da Folha no Twitter
Siga a Livraria da Folha no Twitter

Nada mais natural, pois com suas palavras ele nos toca, emociona e desperta a atenção para sentimentos novos ou perdidos, nos faz rir e refletir sobre muitas coisas.

Seus livros exploram temas como criatividade, liberdade, sentimentos e diversidade. E por conta desses elementos acredita que as crianças brasileiras se interessem por suas histórias. "Com base nisso, eu imagino que vocês sejam um país generoso, e por todas as fotos de crianças sorrindo que eu recebo, isso parece ser verdade", explica.

Divulgação
Imagens contam a divertida história de um menino que se recusa a cortar os cabelos
Imagens contam a divertida história de um menino que se recusa a cortar os cabelos

Nas obras de Stephen, os detalhes são muitas vezes os personagens principais. Devido a um problema que o fez perder a audição aos 9 anos de idade, ele, por sua vez, passou a ler o mundo de outra maneira, mais intensamente com seus outros sentidos. Em seus livros, as caixas, os personagens descalços, a natureza, os riscos únicos e mesmo o silêncio das palavras são os elementos que amarram as histórias e dão vida a pensamentos únicos.

Stephen comenta que o maior número de cartas e e-mails que recebe vem do público brasileiro, o que só confirma seu interesse em conhecer mais desta terra. "Meu filho de 11 anos quer visitar o Brasil, já que ele adora a seleção brasileira de futebol. Então estou pesquisando sobre algum tipo de trabalho voluntário em que eu possa usar minhas habilidades artísticas para algum propósito, em vez de ser apenas turista", comenta.

Divulgação
Stephen diz que adora trabalhar em casa, pois assim pode sempre brincar com os filhos e seus cachorros
Stephen diz que adora trabalhar em casa, pois assim pode sempre brincar com os filhos e seus cachorros

Sobre os autores brasileiros, o artista não sabe muito. A falta de edições traduzidas o limitou a conhecer apenas Paulo Coelho. Contudo, esperançoso, imagina que o trabalho desenvolvido seja de boa qualidade. "Eu recebi de presente o livro "Bebês do Brasil". O livro é cheio de fotos de crianças descalças com grandes sorrisos. É assim que eu gosto de imaginar a todos, e esse é o meu desejo para o mundo", conta.

Em tom de despedida, mas somente por enquanto, Stephen revela que "seria legal poder visitar o Brasil um dia e fazer alguns desenhos para vocês." Estamos esperando.

 
Voltar ao topo da página