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13/09/2010 - 20h09

Maçonaria se dividiu durante a Independência do Brasil; leia trecho de "1822"

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Para quem vê de fora, a maçonaria parece um grupo coeso que segue um plano determinado e cujas ordens são inquestionáveis. Porém, uma análise mais cuidadosa da história, como feito por Laurentino Gomes em "1822", mostra que a confraria estava longe em concordar sobre os rumos do Brasil durante o período da Independência.

As lojas --nome dado aos grupos de maçons e, por extensão, aos próprios edifícios em que se reúnem-- dessa época divergiam sobre o melhor regime e modo de governo para o país.

Divulgação
Esta obra, do mesmo autor de "1808", percorre 14 anos de história
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Joaquim Gonçalves Ledo (1781-1847), líder maçom que apoiou o Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822, era republicano e adversário político de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o patriarca da independência, também membro da maçonaria, que defendia um modelo de monarquia liberal.

Apesar das discordâncias, a organização foi crucial para o desenvolvimento da emancipação política brasileira. Segundo Laurentino, "no começo do século 19, a maçonaria era uma organização altamente subversiva, comparável ao que seria a Internacional Comunista no século 20. Nas reuniões, conspirava-se pela implementação das novas doutrinas políticas que estavam transformando o mundo."

Leia um trecho de "1822".

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A Maçonaria

A história do Brasil está repleta de mitos nos quais acontecimentos reais do passado se confundem com situações imaginadas construídas ou modificadas pelas gerações posteriores de acordo com a conveniência ou a necessidade de cada momento. Um desses inúmeros mitos está relacionado ao papel desempenhado pela maçonaria em 1822. Por ele, a separação de Portugal teria sido inteiramente tramada e decidida dentro das lojas maçônicas nos meses que antecederam o Grito do Ipiranga. A maçonaria teve papel fundamental nas suas opiniões. Ao contrário, foi ali que se tramavam algumas das disputas mais acirradas do período e que se envolveram ninguém menos do que o jovem príncipe regente e o futuro imperador Pedro I.

Em 1822, a maçonaria brasileira estava dividida em duas grandes facções. Ambas eram favoráveis à independência, mas uma delas, liderada por Joaquim Gonçalves Ledo, defendia ideias republicanas. A outra, de José Bonifácio de Andrada e Silva, acreditava que a solução era manter D. Pedro como imperador em regime de monarquia constitucional. Esses dois grupos disputaram o poder de forma passional, envolvendo prisões, perseguições, exílios e expurgos, como já se viu no capítulo "O trono e a constituinte".

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"1822"
Autor: Laurentino Gomes
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 344
Quanto: R$ 35,92 (preço promocional)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 
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