Livraria da Folha

 
20/08/2009 - 06h00

"Toda arte me dá prazer, mas eu prefiro escrever", diz padre Fábio de Melo

FABIANA SERAGUSA
colaboração para a Livraria da Folha

Por meio de suas músicas, o padre Fábio de Melo consegue levar palavras de otimismo e fé a um número grandioso de pessoas: o CD "Vida" (lançado em setembro de 2008) já vendeu mais de 650 mil cópias, enquanto o CD/DVD "Eu e o Tempo" (nas lojas desde abril deste ano) está prestes a ultrapassar a marca de 450 mil exemplares vendidos. Além de realizar diversos shows por mês --foram 120 só no ano passado, sempre lotados--, ele também grava programas de rádio e de televisão semanalmente, que são transmitidos pela rede Canção Nova.

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Padre Fábio de Melo (dir.) publicou livro com amigo Chalita
Padre Fábio de Melo (dir.) publicou livro em 2009 com amigo Chalita

Mas parece ser com seus textos que o padre acredita chegar efetivamente ao coração das pessoas. Em entrevista à Livraria da Folha, ele diz que "a canção tem mais abrangência, mas a literatura tem mais eficácia" porque "o livro demora muito mais dentro da pessoa que a canção".

Autor de seis obras, escreveu em 2001 seu primeiro trabalho literário, mas foi a partir de 2008 que o público teve acesso a uma quantidade enorme de publicações: foram cinco livros concluídos em menos de três anos. Mas será que ele prefere escrever ou cantar? "Toda arte me dá prazer, mas eu prefiro escrever", revela.

O best-seller "Quem Me Roubou de Mim" (Editora Canção Nova, 2008), que já está na 66ª edição e vendeu mais de 330 mil exemplares, é a obra que o padre indica para quem nunca leu um de seus livros. "Recomendo porque todo mundo é um pouco roubado de si mesmo, e as pessoas se identificam muito com ele, talvez por ser uma realidade muito comum nos nossos dias".

Neste livro, ele fala sobre o perigo de permitir, mesmo inconscientemente, que os outros anulem ou transformem sua personalidade de forma equivocada. Por meio de reflexões filosóficas, poesias e histórias reais, propõe ao leitor que mergulhe em sua essência e descubra como viver bem com todos.

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Com mais de 330 mil exemplares vendidos, esta obra foi lançada pelo padre em 2008
Com mais de 330 mil exemplares vendidos, obra foi lançada em 2008

"Mulheres de Aço e de Flores" (Editora Gente, 2008) também chegou às livrarias no ano passado e, de acordo com Fábio, foi o mais difícil de ser finalizado: "Eu tinha 52 contos e precisava escolher 20". E é o de nome "A Primavera" que ele sugere como trecho fundamental envolvendo todas as suas obras (leia trecho inicial do conto). Com mais de 100 mil unidades vendidas, o livro fala sobre as similaridades entre as trajetórias das mulheres e de Deus, já que geram o mundo e misturam fragilidade e força tanto nas atitudes quanto nos sentimentos.

Já em "Cartas entre Amigos" (Ediouro, 2009), os leitores têm acesso a uma troca de correspondências entre padre Fábio e Gabriel Chalita, nas quais eles falam abertamente sobre seus medos contemporâneos, como o medo da morte, da velhice, da solidão, de não ser feliz e de não ser amado. Lançado em maio deste ano, este livro de perguntas e respostas já vendeu mais de 250 mil unidades.

Além desses quatro citados acima, o padre também é autor de "Amigo: Somos Muitos, Mesmo Sendo Dois" (Editora Gente, 2007) e "Quando o Sofrimento Bater à Sua Porta" (Editora Canção Nova, 2008).

Incentivo à leitura

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Continuidade de "Mulheres de Aço..." deve sair ainda este ano
Continuidade de "Mulheres de Aço..." deve sair ainda este ano

"Escrever é um hábito cotidiano. Mesmo que eu não esteja com um projeto sistematizado, escrevo sempre", diz Fábio de Melo, que afirma não ter um momento preferido para passar seus pensamentos para o papel: "É só chegar a inspiração que eu a obedeço". Ao reafirmar seu prazer pelos livros, o padre também reconhece que a abrangência de suas obras serve de incentivo para milhares de pessoas: "Conheço muita gente que iniciou o hábito da leitura com as minhas recomendações".

Formado em filosofia e teologia, e com mestrado em teologia sistemática, o padre --de 38 anos, natural de Formiga (MG)-- diz que a maneira com a qual o escritor constrói a história "é que faz com que o leitor queira ir adiante, ou não". E será que ele pensa em escrever outros gêneros, como suspense ou humor? "Por enquanto não, preciso aprimorar o estilo."

Apesar de contar que "sempre há uma ansiedade" em relação à iminência de novos trabalhos, padre Fábio nos adianta a publicação de outros dois livros. O primeiro será "Mulheres Cheias de Graça" (uma continuação de "Mulheres de Aço e de Flores") e o segundo, previsto para o ano que vem, terá o nome de "Orfandades - O Destino das Ausências".

 
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