Livraria da Folha

 
13/09/2009 - 14h04

Autores discutem literatura para jovens e pirataria na Bienal

MARIANA PASTORE
colaboração para a Livraria da Folha, da Bienal do Rio

O debate que abriu o sábado (12) na Bienal do livro do Rio de Janeiro contou com a presença dos escritores Luiz Antônio Aguiar, Luciana Sandroni e Rosa Amanda Strauz, que participaram do Café Literário "Euclydes da Cunha e Machado de Assis para jovens leitores?".

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Os Luiz Antônio Aguiar, Luciana Sandroni e Rosa Amanda Strauz em Café Literário da Bienal do Rio
Rosa Strauz, Luciana Sandroni e Luiz A. Aguiar no Café Literário "Euclydes da Cunha e Machado de Assis para jovens leitores?"

A discussão girou em torno do interesse da juventude pela literatura Para Luiz Antônio Aguiar, "os jovens se dão conta tarde que Machado é muito bom. Eu acho que é por falta de ajuda e prática. Ler é como andar de bicicleta".

A carioca Rosa Amanda Strauz acredita que "o maior problema é fazer a ponte entre a subjetividade da criança e do jovem com o texto literário".

Aguiar, autor da biografia ilustrada "Almanaque Machado de Assis", sugere que quem deseja conhecer o trabalho do escritor não deve começar pelos romances. "Talvez pelos contos, mas principalmente, deve começar pelas crônicas. Elas têm três ou quatro páginas e os textos são bem humorados, irônicos, características que atraem os jovens".

Sobre Euclydes da Cunha, cuja morte completou 100 anos em 2009, o autor considera que "Os Sertões", a obra mais conhecida do escritor, não é para adolescentes. "Eu acho que quem deseja ler a trilogia, deve pular a primeira e a segunda parte. A parte três, A Luta, emociona".

Livros X Pirataria

Os autores dividem opiniões quando questionados sobre o futuro dos livros, que hoje são disponibilizados ilegalmente para download na internet. "Isso já está acontecendo, é horrível. Tem gente que gosta de ter o livro, mas não o encontra na livraria. Então, tem que comprar pela internet, que demora três dias para entregar. Ou ele tem a opção de fazer o download na mesma hora. Mas também há o lado legal: nas comunidades on-line todos baixam os livros, porém a procura é espontânea", declarou Strauz.

Já Luciana Sandroni, vencedora do prêmio Jabuti por "Minhas Memórias de Lobato", enxerga o lado positivo: "isso mostra que há pessoas interessadas. Acho o máximo alguém querer baixar um texto meu".

Aguiar considera intrigante haver alguém disposto a cometer um crime para ler uma obra de sua autoria, mas quando questionado sobre a pirataria, afirmou enfático "Sem direitos autorais, não há autores, nem obras".

 
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