da Livraria da Folha
O santo sudário voltou às manchetes com o anúncio de que um cientista italiano reproduziu o pano de linho considerado pela religião como a mortalha de Jesus Cristo. Mas livros lançados nos últimos anos já sustentavam a tese de que o símbolo cristão era uma farsa.
Em "O Sudário de Turim", que a editora Record lançou no ano passado, os escritores britânicos Lynn Picknett e Clive Prince apresentam o resultado de uma investigação iniciada em 1988, quando um grupo de cientistas bateu o martelo de que o santo sudário era uma falsificação, datada dos séculos 13 ou 14.
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"O Sudário de Turim" reconstrói técnica usada por mestre italiano |
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"O Santo Sudário" integra coleção "As Grandes Perguntas da História" |
O livro atribuiu a peripécia à genialidade de Leonardo da Vinci, o pai da clássica pintura Mona Lisa e reconstitui a técnica usada pelo artista.
Há obras que evitam ser contundentes em decretar que o santo sudário foi feito por um homem. Em "O Santo Sudário - Um Milagre Vivo", lançado pela editora Planeta, Giulio Calvetti prefere retratar o famoso pano apenas como um "mistério científico", sem deixar de apresentar múltiplas visões, da tecnologia, das instituições, da política, da arqueologia e da medicina.
O papa Bento 16 já anunciou que o santo sudário será exposto à visitação pública a partir de 2010. A peça está guardada no relicário da capela Guarini, na catedral de Turim, onde foi pela última vez visitada em 2000, quando a igreja comemorou seu jubileu. O papa não fez nenhum comentário sobre a autenticidade da suposta relíquia.
A peça mede 440 cm por 120 cm e tem estampada, segundo a lenda com gotículas de sangue, o rosto de um crucificado. A autenticidade do sudário é contestada desde o final do século 19. Mas, diz a Enciclopédia Britânica, foi apenas há 20 anos que testes de carbono 14 efetuados no Reino Unido, Suíça e Estados Unidos indicaram que o tecido datava do período 1260-1390. Ou seja, no mínimo 12 séculos depois da crucificação de Jesus Cristo.