Livraria da Folha

 
03/12/2009 - 07h00

Maestro Julio Medaglia toma posse na Academia Paulista de Letras

da Livraria da Folha

A Academia Paulista de Letras empossa o maestro paulistano Julio Medaglia, 71, nesta quinta-feira (3), a partir das 18h, no Salão Nobre da Sala São Paulo (pça Julio Prestes, 16). Autor do livro "Música Impopular", ele venceu a eleição em setembro para ocupar a cadeira 3, já ocupada por Mário de Andrade (1893-1945).

Patrícia Santos/Folha Imagem
Maestro Julio Medaglia vira "imortal" da Academia Paulista de Letras
Maestro Julio Medaglia vira "imortal" da Academia Paulista de Letras

Medaglia já tem pronto o discurso, informou a Revista da Folha no último domingo. Primeiro, como manda a tradição inspirada nos ritos da Academia Francesa, irá saudar seus antecessores na vaga. Em seguida, pretende discorrer sobre a crise da cultura em meio ao delírio tecnológico do século 21. "Ao lado de intelectuais vanguardistas, certamente será possível criar propostas para a cultura brasileira", disse o maestro.

Membro da União Brasileira de Escritores, Medaglia também é ensaísta e tradutor. Ele ainda rege, como convidado, dentro e fora do Brasil. Também ministra palestras em todo o país. Sua carreira começou em uma orquestra de amadores na Lapa, onde conheceu o maestro Isaac Karabitchevsky, que o levou para a Escola Livre de Música. É aqui onde Medaglia conheceu um dos grandes mentores musicais da época, o alemão Hans Joachim Koellreutter.

No final dos anos 50, Koellreutter muda-se para Salvador, Medaglia o acompanha. O então diretor da Escola Superior de Música da Universidade de Freiburg, Artur Hartmann, o convida para estudar regência na Alemanha. Só no final dos anos 60, Medaglia retorna ao Brasil e participa, com Solano Ribeiro, da organização dos célebres festivais da Record.

O maestro também participou de movimentos artísticos de vanguarda, como o da poesia concreta, em que ele "oraliza" poemas com os irmãos Campos e Décio Pignatari. No final de 1967, Medaglia escreve o revolucionário arranjo para a canção "Tropicália", de Caetano Veloso, que marca o início do tropicalismo.

Em 1968, na Record, produziu o "Opus 7", um programa de música clássica. Em 1969, um grupo de instrumentistas o convida para fundar e dirigir a orquestra Cordas de São Paulo. No início dos anos 70, ele volta para Europa, onde rege em diversas rádios e palcos, incluindo a Philharmonie, de Berlim. Nessa época produz programas de rádio e TV sobre música brasileira para a TV alemã. Em 1975, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o convida para voltar ao Brasil. Ele vira supervisor musical artístico da Rede Globo, onde compõe trilhas para 20 casos especiais da emissora. Também dirigiu a rádio Roquette Pinto do Rio.

Nos anos 80, dirige, por quatro anos, o Teatro Municipal de São Paulo e compõe as trilhas sonoras para os seriados de Walter Avancini, para a Globo, entre os quais, "Anarquistas Graças a Deus", "Avenida Paulista", "Rabo de Saia" e "Grande Sertão Veredas". No início dos anos 90, assume a direção artística do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e, em seguida, a regência titular da orquestra do Teatro Nacional de Brasília.

*

"Música Impopular "
Autor: Julio Medaglia
Editora: Global
Páginas: 328
Quanto: R$ 43
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
Voltar ao topo da página