Livraria da Folha

 
10/12/2009 - 18h30

Palhaços famosos falam sobre a profissão; Leia trecho

da Livraria da Folha

Divulgação
As anedotas e curiosidades do mundo dos palhaços
As anedotas e curiosidades do mundo dos palhaços

Entre os personagens que trabalham no circo, o palhaço é um dos que têm maior destaque, principalmente entre as crianças. Com suas brincadeiras e esquetes ele faz crianças e adultos rirem, esquecendo qualquer problema do dia-a-dia. Foi para homenagear este personagem que a Cia Abracadabra criou em 1981 o "Dia do Palhaço", que é comemorado no dia 10 de dezembro.

Para ser um palhaço é preciso vocação. Pois mesmo se estiver triste, sua função é fazer os outros felizes. Para o palhaço Cláudio Thebas, que já tem 16 anos de profissão, para ser palhaço é preciso um chamado. "Fui chamado pra ser palhaço. E fico muito feliz de trabalhar no que eu sou. É um privilégio. O estalo que tive para trabalhar com isso foi assistindo um espetáculo do grupo Lume, de Campinas, chamado "Valef Ormoso". Mudou minha vida", revela.

Para Thebas, ser palhaço é ter sua vida vivida plenamente e ele considera gratificante poder falar que é daquilo que vive. Segundo ele, o trabalho de um palhaço é sempre uma relação com as pessoas. "Todo dia vivo a experiência inacreditável que é o encontro com o outro", afirma. Para ele, a figura do palhaço é fundamental em qualquer sociedade. "Nestes tempos de orkut e de de twiteres, em que tudo é um outro que não existe, o palhaço nos lembra que temos carne, osso, e uma alma assustada lá dentro", declara.

Para desvendar um pouco mais desta profissão, Thebas foi convidado pela editora Companhia das Letrinhas para escrever um livro sobre a profissão. Surgiu então "O Palhaço". Nele, Cláudio Thebas intercala sua trajetória como palhaço com a história da profissão. Desde as origens na China e no Egito até as aparições no cinema, Thebas apresenta as anedotas, os personagens mais famosos e as curiosidades do mundo dos palhaços. Por meio de entrevistas - com o Picolino, o Carequinha e o filho do Arrelia - e depoimentos de colegas de profissão, o autor narra a trajetória dos palhaços no Brasil, e ainda descreve o treinamento necessário para quem deseja um dia calçar sapatos enormes e fazer o público morrer de rir.

Leia trecho do livro abaixo.

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E o Palhaço, o Que é?

Antes de começar eu preciso explicar umas coisinhas: a profissão de palhaço não é tão fácil de definir como a de veterinário, cantor, jogador de futebol. A gente pode até dizer que ele é uma pessoa que faz os outros darem risada, e vai estar certo, certíssimo. O problema é que não é só isso que ele faz. Eu conheço muita gente que, quando vê um palhaço, fica tão emocionada que, em vez de rir, começa a chorar. E as crianças pequenas, então? Algumas preferem jantar com um monstro sem cabeça a topar com um palhaço - chega a dar pena: choram, gritam, esperneiam! Parece até que vão ter um troço. (Eu mesmo já fiz muitas dessas vítimas. De vez em quando ainda faço. São coisas da profissão.)

Para escrever este livro eu entrevistei muitos profissionais e a todos eles perguntei a mesma coisa: "O que é ser palhaço, para você?". As respostas, como nós vamos ver, variaram bastante. Quando o tema é palhaço, não existe certo ou errado, mas opiniões pessoais.

Nas próximas páginas você vai encontrar exatamente isto: a minha visão particular da profissão. O que eu realmente mais quero é despertar no leitor a vontade de descobrir muito mais coisas sobre palhaços.

Palhaço, o colchão ambulante

A palavra "palhaço" vem do italiano paglia, "palha" em português. É que, muito tempo atrás, a roupa da maioria dos palhaços era feita do mesmo tecido grosso e listrado dos colchões. Essa roupa era afofada em algumas partes, para proteger o corpo nos tombos e os palhaços ficavam parecendo mesmo colchões ambulantes! Como naquela época o recheio dos colchões era feito de palha, quem recheava aquela roupa era chamado assim, de palhaço.

Palhaços, Muitos Palhaços

Tudo começou com esta cena:

Um homem magricela, de terno e chapéu pretos, está ajoelhado em cima de um muro bem alto. Ele está com um dos braços esticados para baixo, tentando puxar um outro homem. Os dois estão com pressa, muita pressa. (Eu não lembro mais por quê). O homem que está embaixo também usa terno e chapéu pretos. Só que é bem gordo. Gordo e atrapalhado. Não sabe se sobe pelo braço do amigo ou se segura o chapéu. Fazer as duas coisas ao mesmo tempo parece impossível: agarra braço, escorrega chapéu, alcança chapéu, esquece do braço. Uma tremenda confusão!
Quando finalmente o gordo está quase lá em cima, o magro resolve dar mais uma ajudinha e o puxa com toda a força pelos fundilhos. Pra quê. . . A calça não agüenta e - reeeec! - rasga-se, deixando o gordo só de cuecas. Ele grita, desesperado, mas o magro não está mais lá: com o puxão, caiu de costas e ficou entalado numa lata de lixo!

Contado assim, pode não ter muita graça, mas minha mãe garante que, quando eu vi isso, soltei uma imensa gargalhada, dessas com o corpo inteiro. E que eu me sacudia na cadeira enquanto, na tela do cinema, o homem magro chorava de dor nas costas e o gordo gritava de dor. . . no terno.

"O Palhaço"
Autor: Cláudio Thebas
Editora: Companhia das Letrinhas
Páginas: 96
Quanto: 34,00
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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