da Livraria da Folha
Fabio M. Salles/Folha Imagem |
Glauco em foto de 1987, quando lançava a revista "Geraldão"; cartunista foi morto nesta madrugada |
O cartunista Glauco, 53, morto nesta madrugada em sua casa, em Osasco, começou a publicar os seus quadrinhos na Folha na década de 70. Entre seus personagens estão Cacique Jaraguá, Nojinsk, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Faquinha, Netão e Edmar Bregman, entre outros.
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Uma de suas criações mais famosas foi Geraldão, um homem com cerca de 30 anos que mora com a mãe, não trabalha, vive de pileque, fuma sem parar e tem como namorada uma boneca inflável. O humor negro da tira era acentuada pelo traço frenético que dava a Geraldão diversos braços e pernas, de modo que ele pudesse segurar vários copos de cerveja e colocar em sua boca uma quantidade absurda de cigarros de uma só vez.
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Outro trabalho de destaque de Glauco foi a parceria que realizou com os também cartunistas da Folha Angeli e Laerte. As tirinhas "Los Tres Amigos" (sem edição disponível no mercado), eram desenhadas pelos três artistas e tinham como protagonistas Angel Villa, Laertón e Glauquito, inspirados nos próprios autores.
Conheça abaixo as coletâneas de tiras do cartunista.
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Geraldão
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Apresenta o humor escrachado e politicamente incorreto de Glauco |
Uma coleção em três volumes da L&PM Editores com as principais tiras do personagem. O primeiro, "Geraldão (Vol. 1): Edipão, Surfistão e Gravidão", apresenta o humor politicamente incorreto e nonsense da série, além de trazer personagens como Van Grogue, o "ex-futuro gênio da pintura", cujo brilhantismo ainda não foi descoberto por ninguém.
Em "Geraldão (Vol. 2): A Genitália Desnuda", o ecológico Geraldão vai com a mãe para um acampamento, depois de atacar as vizinhas e receber dicas sobre sexo de seu primo Máximo. Dona Marta, a secretária solteirona, não dá sossego para os colegas de trabalho e ataca desde o chefe até os boys. Vicente Tarente, o tarado carente, dá em cima da empregada, da mulher dos amigos, das amigas e no fim seus gatos é que seguram o mico.
No terceiro volume, "Geraldão (Vol. 3): Ligadão, Taradão na Televisão", Geraldão faz um cursão intensivão para perder a virgindade e cai nas mãos de uma trepareuta ocupacional. O Casal Neuras continua em crise e faz a lista dos defeitos que atrapalham sua relação. Zé do Apocalipse delira com discos voadores, a fraternidade branca, o eu superior e os anjos do Senhor que virão para resgatar os puros.
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Tira do livro "Geraldão (Vol.1): Edipão, Surfistão e Gravidão", com o personagem que dá nome à coletânea |
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Tira da personagem Dona Marta, presente no livro "Geraldão (Vol. 2): A Genitália Desnuda" |
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Tira do personagem Doy Jorge, presente no livro "Geraldão (Vol. 2): A Genitália Desnuda" |
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Tira do personagem Zé do Apocalipse, presente no livro "Geraldão (Vol. 3): Ligadão, Taradão na Televisão" |
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Tira com o Casal Neuras, presente no livro "Geraldão (Vol. 3): Ligadão, Taradão na Televisão" |
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Personagem infantil feito para a Folhinha que adapta o humor de Geraldão às crianças |
"Geraldinho (Vol. 1): Cachorrão e Outros Bichos Capazes de Tirar a Mãe do Sério"
Criado especialmente para a "Folhinha", é a versão infantil do anárquico e desbocado Geraldão. Assim como o sósia adulto, Geraldinho não quer saber de trabalho pesado e vive a fugir do banho, da escola, do dever de casa e de toda e qualquer obrigação.
Quem sofre, claro, é a mãe, que corre de lá para cá tentando conter o agitado garoto, cujo amor pela bagunça só não é maior que o gosto pelo sorvete e por andar - dentro de casa, se possível quebrando muitos móveis - de skate. Pior para ela é só a trupe de animais que o garoto resolve adotar.
Não bastando o desajeitado e gigantesco Cachorrão (que gosta de vacina tanto quanto Geraldinho gosta de banho), ele ainda traz para casa Tufinho, um gato que é membro integrante da temível gangue dos Folgatos. Agora, cabe à dupla Geraldinho e Cachorrão salvar a geladeira e defender os presentes de Natal.
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Cartuns dos anos 80 que satirizavam a ditadura e repressão |
Coletânea de tirinhas publicadas na Abobrinhas da Brasilônia. Como diz Angeli no prefácio da primeira edição, publicada em 1985:
"Os carrascos habitavam com desenvoltura o humor brasileiro. Nós, cartunistas, com raras exceções, tratávamos essas repelentes figuras como um monstro invencível. Efeitos de uma época. Mas Glauco apareceu com um cartum onde o torturado, pendurado pelas mãos por fortes correntes, estica a perna para alcançar o traseiro do sisudo carrasco e, com cara de safado, diz: "Bundão, hein!?". Quebrou tudo! Foi-se pras picas toda aquela oposição respeitosa que fazíamos nos últimos anos do governo Geisel".
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Tira do livro "Abobrinhas de Brasilônia" |
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Coletânea de 60 charges sobre o governo Lula publicadas na Folha |
"Para mim, é tudo farinha do mesmo saco". Com esta frase, o autor Glauco Vilas Boas apresentou aos leitores "Política Zero", esta coletânea bem-humorada de 60 charges sobre a crise do governo Lula publicadas originalmente na Folha de S.Paulo.
O livro traz todas as situações mais absurdas e ridículas do período, desde as CPIs até os vexames do Planalto, tudo mostrado através do olhar crítico e divertido de Glauco.
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Histórias dos três quadrinistas publicadas entre 1985 e 1989 |
Grandes nomes dos quadrinhos no Brasil, Angeli, Glauco e Laerte elaboraram conjuntamente diversas tirinhas publicadas nas revistas "Chiclete com Banana" e "Geraldão", entre 1985 e 1989.
Foram selecionadas 17 histórias que exemplificam a qualidade de um trabalho com traços tão variados. Em meio aos desenhos, fotos de época dos autores.
E no final, a "História das Histórias" em que cada autor narra o processo de concepção dos desenhos.