Conheça a mulher de Al Gore

da France Presse
em Washington


Tipper Gore, 51, a mulher do candidato democrata à Casa Branca, é dona-de-casa e grande defensora dos valores familiares, muito diferente de Hillary Clinton.

Quando Tipper assiste a uma manifestação contra as armas de fogo, se confunde entre a multidão, usando jeans e boné. Hillary, sempre elegante, distribui apertos de mão e faz campanha.

Enquanto Hillary Clinton será lembrada como uma mulher dura, fria e decidida a influir na Presidência, a mulher do vice-presidente Al Gore brilha mais por sua ausência nas grandes questões tratadas por seu marido e por sua afetuosidade.

Não vacila em sumir por um quarto de hora durante uma cerimônia oficial, para ajudar uma mulher em prantos. ‘O coração e a alma da equipe Gore‘, disse recentemente, referindo-se a ela, o jornal ‘The Washington Post‘.

A espontaneidade agradável de Tipper, um apelido que sua mãe lhe deu e que fez seu verdadeiro nome, Mary Elizabeth, ser esquecido, tornou-se inclusive um contraponto para o candidato Al Gore, geralmente criticado por sua postura rígida.

Casou -se jovem, aos 21 anos, abandonando seu emprego de fotógrafa e nunca mais voltou a trabalhar. Porém, terminou seu mestrado em psicologia.

Tipper se dedica a fundo aos assuntos que a afetam. Na década de 80, se inimizou com parte da indústria fonográfica ao denunciar a linguagem obscena das letras de algumas canções de rap e conseguiu que fossem colocadas etiquetas de advertência nos discos.

No ano passado, admitiu ter sofrido uma depressão e co-organizou uma conferência sobre saúde mental na Casa Branca.

Além de sua conhecida paixão de tocar bateria, gosta de andar de patins sobre rodas, dançar nos concertos de Bruce Springsteen e se diverte mergulhando nas ondas do Atlântico.

À noite, Tipper Gore sai algumas vezes de casa para reunir-se com os pobres de Washington.

Depois de 30 anos de casamento, um filho (Albert) e três filhas (Karenna, Kristin e Sarah), leva a vida que gosta.

Quando a senhora Gore não quer submeter-se ao protocolo e prefere ir sozinha a um concerto em defesa dos direitos dos homossexuais em lugar de ir a um jantar com jornalistas, ninguém a impede.

Tipper Gore assume com prazer a função de embaixadora de Al Gore diante dos eleitores, tarefa a que a senhora. Bush não se dedica com tanta satisfação.

‘É um ser humano fantástico. É íntegra, honesta, inteligente, lutadora‘, diz de Tipper seu marido, adiantando que ela é sempre firme quando se trata de proteger a intimidade de sua família.

Nas muitas cidades que percorreu neste verão, falou de temas aos quais ninguém se opõe, como a família ou a sorte dos desamparados. Mas Tipper não é a sombra de Al. Durante a campanha, seus conselhos, geralmente solicitados, têm peso.

Esta valorosa filha única de pais divorciados talvez não seduza as defensoras da independência da mulher, mas dá ao candidato a dose de humanidade que lhe falta, sem desaparecer totalmente.





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