Conheça a importância do vice nas eleições

Até 1992, quando o presidente Bill Clinton escolheu o senador Al Gore como seu companheiro de chapa à Presidência dos EUA, o mais importante critério de escolha de um vice numa campanha eleitoral norte-americana era o número de votos que seu nome proporcionava à candidatura.

"Com Clinton e Gore, isso mudou", afirmou Thomas Mann, analista do Brookings Institute.

"Gore foi escolhido porque Clinton queria um vice que pudesse ajudá-lo na Presidência e assumir seu cargo, se necessário."

O governador do Texas, George W. Bush, parece ter raciocinado como Clinton ao escolher seu vice, o ex-secretário da Defesa Richard Cheney. "Escolhi Cheney não por causa dos três votos de seu Estado no colégio eleitoral", afirmou Bush.

Tradicionalmente, vice-presidentes norte-americanos ficam completamente afastados dos holofotes e das decisões relevantes de governo.

Quando era vice de Franklin Roosevelt, em 1945, o presidente Harry Truman era mantido a tal distância dos assuntos da Presidência que, quando Roosevelt morreu, Truman assumiu sem saber que os EUA desenvolviam uma bomba atômica _embora tenha decidido usá-la logo depois de assumir.

No início, os vice-presidentes eram candidatos que terminavam disputas eleitorais na segunda colocação. Por essa razão, eram políticos de partidos distintos daqueles dos presidentes, o que justificava a desconfiança entre ambos.

John Addams, vice de George Washington e mais tarde o segundo presidente norte-americano, disse uma vez que o cargo de vice "é o mais insignificante que a imaginação pode conceber".

A Guerra Fria mudou um pouco a função do cargo. No governo de Dwight Eisenhower (1961-1969), seu vice, Richard Nixon, foi obrigado a exercer tarefas importantes como o número 2 do governo, embora sua nomeação como vice tenha sido produto de estratégias eleitorais.

A mais notória função exercida por Nixon como vice-presidente dos EUA foi a de encontrar-se com o líder soviético Nikita Kruschov.





FECHAR