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25/11/2006
-
14h19
CRISTINA CABREJAS
da Efe, na Cidade do Vaticano
O difícil diálogo com o Islã e as relações com as diferentes denominações cristãs, especialmente com o patriarcado ecumênico de Constantinopla, mas também com os armênios ortodoxos e os sírio-ortodoxos, serão os principais assuntos a serem abordados pelo papa em sua visita à Turquia.
Na viagem, que durará de 28 de novembro a 1º de dezembro, Bento 16 não deixará de lado a comunidade católica do país, formada por pouco mais de 30 mil pessoas.
A visita à Turquia será a quinta do pontificado de Bento 16 e a primeira que o Papa realiza a um país de maioria muçulmana, que já recebeu Paulo 6º, em 1967, e João Paulo 2º, em 1979, enquanto João 23 foi delegado apostólico no país antes de ser eleito sumo-pontífice.
Ao contrário de suas viagens anteriores, caracterizadas pelo encontro com fiéis católicos em grandes celebrações, na Turquia Bento 16 quase não terá contato com os cidadãos turcos.
A visita do papa será dividida em três partes: a primeira será de diálogo com os muçulmanos, na qual se reunirá com o presidente da República turca, Ahmet Necdet Sezer, e o responsável de Assuntos Religiosos, Ali Bardakoglu.
Depois, o papa cumprirá compromissos da parte ecumênica, com a reunião que terá com o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu 1º, e com os representantes armênios ortodoxos e sírio-ortodoxos, e continuará seu encontro com a comunidade católica.
O papa chegará a Ancara, onde será recebido por um ministro em nome do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que terá que se ausentar devido a compromissos internacionais, e, após visitar o mausoléu de Atatürk, se reunirá com o presidente turco, Ahmet Necdet Sezer, que foi quem o convidou à Turquia.
Durante a reunião, a expectativa é que os dois dialoguem sobre as negociações para a entrada da Turquia na União Européia, iniciativa a que o então cardeal Joseph Ratzinger tinha se oposto.
Nesta ocasião, o papa poderá apresentar ao governo turco alguns problemas da comunidade católica no país.
Fontes da conferência episcopal na Turquia asseguraram que a liberdade religiosa é respeitada e protegida no país, mas que a denominação cristã de rito latino não tem um reconhecimento jurídico como as outras confissões, e reivindicam a concessão de alguns bens que pertencem à tradição católica.
O dialogo com o Islã será o tema principal da reunião na "Diyanet" (sede do departamento de Assuntos Religiosos) com Ali Bardakoglu, o responsável de todos os líderes religiosos do país e que foi um dos maiores críticos do polêmico discurso do papa na Universidade de Regensburg (Alemanha).
Bardakoglu disse que falará com o papa "não como político, mas como homem de religião", e que o principal tema da conversa será o "erro de Bento 16", cometido quando citou um imperador bizantino que tinha afirmado que Maomé, fundador do islã, "não tinha trazido nada de novo, exceto a ordem de estender a fé através da espada".
O papa também se reunirá com o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu 1º, que representa 200 milhões de cristãos ortodoxos espalhados por todo o mundo, e com quem o Vaticano mantém boas relações.
A expectativa é que o encontro possa servir para unir os cristãos, e, para isso, Bento 16 e Bartolomeu 1º assinarão uma declaração conjunta que será um dos documentos mais importantes da viagem.
O papa também se encontrará com o patriarca armênio ortodoxo Mesrob 2º, com o metropolitano sírio-ortodoxo e com o grande rabino da Turquia.
O único momento com a comunidade católica será a missa que o papa celebrará na catedral do Espírito Santo. A cerimônia também será acompanhada por Bartolomeu 1º e significará um momento de união com os outros expoentes das diferentes denominações cristãs.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Bento 16
Papa viaja à Turquia para tratar de diálogo com Islã e ecumenismo
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da Efe, na Cidade do Vaticano
O difícil diálogo com o Islã e as relações com as diferentes denominações cristãs, especialmente com o patriarcado ecumênico de Constantinopla, mas também com os armênios ortodoxos e os sírio-ortodoxos, serão os principais assuntos a serem abordados pelo papa em sua visita à Turquia.
Na viagem, que durará de 28 de novembro a 1º de dezembro, Bento 16 não deixará de lado a comunidade católica do país, formada por pouco mais de 30 mil pessoas.
A visita à Turquia será a quinta do pontificado de Bento 16 e a primeira que o Papa realiza a um país de maioria muçulmana, que já recebeu Paulo 6º, em 1967, e João Paulo 2º, em 1979, enquanto João 23 foi delegado apostólico no país antes de ser eleito sumo-pontífice.
Ao contrário de suas viagens anteriores, caracterizadas pelo encontro com fiéis católicos em grandes celebrações, na Turquia Bento 16 quase não terá contato com os cidadãos turcos.
A visita do papa será dividida em três partes: a primeira será de diálogo com os muçulmanos, na qual se reunirá com o presidente da República turca, Ahmet Necdet Sezer, e o responsável de Assuntos Religiosos, Ali Bardakoglu.
Depois, o papa cumprirá compromissos da parte ecumênica, com a reunião que terá com o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu 1º, e com os representantes armênios ortodoxos e sírio-ortodoxos, e continuará seu encontro com a comunidade católica.
O papa chegará a Ancara, onde será recebido por um ministro em nome do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que terá que se ausentar devido a compromissos internacionais, e, após visitar o mausoléu de Atatürk, se reunirá com o presidente turco, Ahmet Necdet Sezer, que foi quem o convidou à Turquia.
Durante a reunião, a expectativa é que os dois dialoguem sobre as negociações para a entrada da Turquia na União Européia, iniciativa a que o então cardeal Joseph Ratzinger tinha se oposto.
Nesta ocasião, o papa poderá apresentar ao governo turco alguns problemas da comunidade católica no país.
Fontes da conferência episcopal na Turquia asseguraram que a liberdade religiosa é respeitada e protegida no país, mas que a denominação cristã de rito latino não tem um reconhecimento jurídico como as outras confissões, e reivindicam a concessão de alguns bens que pertencem à tradição católica.
O dialogo com o Islã será o tema principal da reunião na "Diyanet" (sede do departamento de Assuntos Religiosos) com Ali Bardakoglu, o responsável de todos os líderes religiosos do país e que foi um dos maiores críticos do polêmico discurso do papa na Universidade de Regensburg (Alemanha).
Bardakoglu disse que falará com o papa "não como político, mas como homem de religião", e que o principal tema da conversa será o "erro de Bento 16", cometido quando citou um imperador bizantino que tinha afirmado que Maomé, fundador do islã, "não tinha trazido nada de novo, exceto a ordem de estender a fé através da espada".
O papa também se reunirá com o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu 1º, que representa 200 milhões de cristãos ortodoxos espalhados por todo o mundo, e com quem o Vaticano mantém boas relações.
A expectativa é que o encontro possa servir para unir os cristãos, e, para isso, Bento 16 e Bartolomeu 1º assinarão uma declaração conjunta que será um dos documentos mais importantes da viagem.
O papa também se encontrará com o patriarca armênio ortodoxo Mesrob 2º, com o metropolitano sírio-ortodoxo e com o grande rabino da Turquia.
O único momento com a comunidade católica será a missa que o papa celebrará na catedral do Espírito Santo. A cerimônia também será acompanhada por Bartolomeu 1º e significará um momento de união com os outros expoentes das diferentes denominações cristãs.
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