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30/11/2006 - 13h10

Contato de ex-espião viajou em avião contaminado por radiação

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da France Presse, em Moscou
da Folha Online

Um dos dois russos com os quais Alexander Litvinenko, 43, o ex-espião da FSB que morreu envenenado na semana passada, tomou drinques voltou a Moscou a bordo de um dos aviões da British Airways contaminados por radiação, afirma nesta quinta-feira um jornal local.

Andrei Lugovoi, agente veterano da KGB, o antigo serviço secreto da ex-União Soviética, atual FSB, manifestou ao jornal Kommersant que voou de Londres a Moscou num dos aviões "contaminados" em 3 de novembro, de acordo com uma notícia no site do jornal.

O avião da British Airways que partiu do aeroporto de Heathrow para Moscou em 3 de novembro é um dos que figuram na lista que a companhia incluiu em seu site relacionando-o com a investigação pela morte de Litvinenko.

Lugovoi, agora um empresário, declarou ao jornal que não tem nada a ver com a história do envenenamento por radioatividade de Litvinenko e recordou que os traços dessa radiação podem ser encontrados em qualquer pessoa que tenha estado em contato com a vítima.

O veterano espião contou na semana passada à rádio Echo de Moscou que ele e um colega beberam num hotel do centro de Londres com Litvinenko em 1º de novembro, dia em que supostamente o ex-espião foi envenenado.

Lugovoi e seu sócio Dmitry Kovtun se encontraram com Litvinenko para tratar de assuntos de negócios. O ex-espião morreu na última quinta-feira (23) após ter sido envenenado no começo deste mês com polônio radioativo.

Antes de morrer, ele deixou uma carta acusando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de ter planejado seu assassinato. Ele morreu envenenado por polônio-210, material altamente tóxico e radioativo.

População assustada

Resíduos radioativos foram achados em 12 dos 24 lugares investigados pelos especialistas, enquanto as autoridades sanitárias já receberam 1.700 ligações da população.

Teme-se que passageiros e tripulantes que voaram nos dois aviões da British Airways também tenham sido contaminados.

Os aviões voaram entre Moscou e Londres. Na noite de ontem, cerca de 800 pessoas foram contatadas pela empresa, que afirma estar fazendo perguntas sobre o estado de saúde dos passageiros como medida de precaução.

Dois boeings 767 foram testados ontem em Londres, enquanto uma terceira aeronave foi testada em Moscou depois que seu piloto foi proibido de decolar. A aeronave de Moscou não tinha vestígios de radiação.

Os 800 passageiros contatados tomaram vôos entre Moscou e Londres nos dias imediatamente anteriores e posteriores ao envenenamento de Litvinenko, no dia 1º de novembro.

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira em uma reportagem publicada pelo jornal britânico "The Guardian".

De acordo com o ministro britânico, até agora, 69 pessoas foram enviadas à HPA para serem observadas e, desse total, 18 foram enviadas para uma clínica de análise radiológica.

A investigação judicial sobre a morte do ex-espião, a cargo do juiz de instrução Andrew Reid --do bairro de St. Pancras, norte de Londres --, começou formalmente hoje, mas foi adiada à espera da conclusão das investigações da Scotland Yard sobre a morte do ex-agente.

Na audiência de hoje, Reid confirmou que o corpo de Litvinenko será necropsiado nesta sexta-feira (1) no Royal London Hospital com a presença de um patologista independente. Também participará da necropsia um patologista designado pela família do ex-espião.

Envenenamento

Em 1º de novembro, o ex-espião se reuniu em um restaurante japonês de Londres com o professor italiano Mario Scaramella, assessorou uma investigação sobre espionagem na Itália.

Aparentemente, Scaramella teria fornecido ao ex-espião nomes de pessoas que poderiam estar envolvidas no assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya --que, assim como Litvinenko, era opositora do Kremlin. O assassinato da jornalista, ocorrido em outubro, estava sendo investigado por Litvinenko.

Alexander Litvinenko foi coronel do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB, ao qual Putin também pertenceu) e vivia desde 2000 como refugiado no Reino Unido, onde o governo lhe havia concedido nacionalidade britânica.

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