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27/12/2006
-
16h31
da Efe, em Bagdá
O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, que atualmente está à espera de sua execução, pediu hoje em carta aos iraquianos, incluindo as Forças Armadas e a resistência, que "permaneçam unidos, sejam tolerantes e evitem o ódio em relação aos demais".
Saddam divulgou esta mensagem escrita um dia depois que o Tribunal de Cassação Penal ratificasse a condenação à morte ditada contra o ex-ditador por ter ordenado a execução de 148 xiitas na aldeia de Dujail, em represália por seus moradores terem atentado contra sua vida em 1982.
"Povo iraquiano, tem de lembrar que Deus, o Altíssimo, o escolheu para ser um símbolo de tolerância, coexistência fraternal e anistia, portanto me dirijo a você para que evite o ódio e a malevolência", diz a nota.
Na carta, o ex-presidente afirma que, se for executado, "oferecerei a mim mesmo em sacrifício".
"Se o Clemente [Deus] quer levar meu espírito, este ascenderá para viver com os mártires", diz Saddam na mensagem, divulgada hoje por sua equipe de advogados de defesa.
"Apesar das dificuldades que enfrentamos antes da revolução [1968] e depois, Deus todo-poderoso não quis [então] tomar a vida de Saddam Hussein, se quiser tomar minha vida agora, depende Dele, porque Ele foi quem me trouxe à vida e me protegeu até agora", acrescenta a carta.
Saddam também se referiu ao confronto sectário vivido pelo Iraque, atribuindo-o a "algumas pessoas que têm a nacionalidade iraquiana, mas que foram carregadas de ódio no Irã".
O presidente deposto considera que "o ódio cega as pessoas, as impede de fazer reflexões equilibradas e as desvia do caminho correto".
No entanto, apesar do confronto com os Estados Unidos, Saddam Hussein convocou o povo iraquiano e a resistência a "não odiarem os povos dos países que nos agrediram, já que é preciso distinguir entre as pessoas que acatam as decisões e seus governantes".
"Entre os povos dos países que nos atacaram, há pessoas que defendem vosso combate, pessoas que nos representaram no julgamento e outras que revelaram e criticaram os escândalos dos invasores", declarou o ex-presidente.
No final da mensagem, de três páginas, o ditador iraquiano acrescenta: "Deus é grande, longa vida a nosso povo, longa vida ao Iraque, e longa vida à Palestina."
Na terça-feira, o Tribunal de Cassação Penal do Iraque ratificou a sentença de morte contra Saddam Hussein e dois de seus antigos colaboradores, condenados à pena capital em novembro.
Durante o processo, Saddam pediu, em várias ocasiões, que, se considerado culpado, fosse condenado a morrer executado por um pelotão de fuzilamento, e não na forca, "como os criminosos".
O juiz determinou que a sentença começará a ser de cumprimento compulsório a partir de hoje, e que as autoridades iraquianas deverão executá-la dentro de 30 dias.
O tribunal de cassação também ratificou as penas de morte contra Barzan al Tikriti, meio-irmão de Saddam, e de Awad Hamad al Bandar, ex-presidente do tribunal especial que condenou as vítimas de Dujail.
O chefe da equipe da defesa de Saddam Hussein, Khalil al Dulaimi, afirmou que desde o início do julgamento tinha a impressão de que o presidente deposto seria condenado à morte, já que este processo respondia a desejos políticos, e não legais.
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O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, que atualmente está à espera de sua execução, pediu hoje em carta aos iraquianos, incluindo as Forças Armadas e a resistência, que "permaneçam unidos, sejam tolerantes e evitem o ódio em relação aos demais".
Saddam divulgou esta mensagem escrita um dia depois que o Tribunal de Cassação Penal ratificasse a condenação à morte ditada contra o ex-ditador por ter ordenado a execução de 148 xiitas na aldeia de Dujail, em represália por seus moradores terem atentado contra sua vida em 1982.
"Povo iraquiano, tem de lembrar que Deus, o Altíssimo, o escolheu para ser um símbolo de tolerância, coexistência fraternal e anistia, portanto me dirijo a você para que evite o ódio e a malevolência", diz a nota.
Na carta, o ex-presidente afirma que, se for executado, "oferecerei a mim mesmo em sacrifício".
"Se o Clemente [Deus] quer levar meu espírito, este ascenderá para viver com os mártires", diz Saddam na mensagem, divulgada hoje por sua equipe de advogados de defesa.
"Apesar das dificuldades que enfrentamos antes da revolução [1968] e depois, Deus todo-poderoso não quis [então] tomar a vida de Saddam Hussein, se quiser tomar minha vida agora, depende Dele, porque Ele foi quem me trouxe à vida e me protegeu até agora", acrescenta a carta.
Saddam também se referiu ao confronto sectário vivido pelo Iraque, atribuindo-o a "algumas pessoas que têm a nacionalidade iraquiana, mas que foram carregadas de ódio no Irã".
O presidente deposto considera que "o ódio cega as pessoas, as impede de fazer reflexões equilibradas e as desvia do caminho correto".
No entanto, apesar do confronto com os Estados Unidos, Saddam Hussein convocou o povo iraquiano e a resistência a "não odiarem os povos dos países que nos agrediram, já que é preciso distinguir entre as pessoas que acatam as decisões e seus governantes".
"Entre os povos dos países que nos atacaram, há pessoas que defendem vosso combate, pessoas que nos representaram no julgamento e outras que revelaram e criticaram os escândalos dos invasores", declarou o ex-presidente.
No final da mensagem, de três páginas, o ditador iraquiano acrescenta: "Deus é grande, longa vida a nosso povo, longa vida ao Iraque, e longa vida à Palestina."
Na terça-feira, o Tribunal de Cassação Penal do Iraque ratificou a sentença de morte contra Saddam Hussein e dois de seus antigos colaboradores, condenados à pena capital em novembro.
Durante o processo, Saddam pediu, em várias ocasiões, que, se considerado culpado, fosse condenado a morrer executado por um pelotão de fuzilamento, e não na forca, "como os criminosos".
O juiz determinou que a sentença começará a ser de cumprimento compulsório a partir de hoje, e que as autoridades iraquianas deverão executá-la dentro de 30 dias.
O tribunal de cassação também ratificou as penas de morte contra Barzan al Tikriti, meio-irmão de Saddam, e de Awad Hamad al Bandar, ex-presidente do tribunal especial que condenou as vítimas de Dujail.
O chefe da equipe da defesa de Saddam Hussein, Khalil al Dulaimi, afirmou que desde o início do julgamento tinha a impressão de que o presidente deposto seria condenado à morte, já que este processo respondia a desejos políticos, e não legais.
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