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30/12/2006 - 01h35

Veja as guerras protagonizadas pelo Iraque sob o domínio de Saddam

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da Folha Online

Tendo sido ardoroso fã de Stalin na adolescência, como presidente, Saddam Hussein acabou por desenvolver um culto à personalidade característico de países comunistas.

Cartazes com retratos seus espalhados por ruas e avenidas de todo o Iraque, criação de uma imagem de islâmico devoto e bom pai de família acabaram por fomentar, aos olhos do iraquiano comum, um retrato da autoridade infalível, ainda que tirânica.

Como todo o tirano, Saddam Hussein sempre temia que inimigos políticos o derrubassem. Construiu 23 palácios para uso pessoal, todos permanentemente vigiados, jamais dormia duas noites seguidas no mesmo local e, de acordo com boatos não confirmados, jamais ingeria comida que não tivesse sido testada e provada por gente de sua confiança, pois temia ser envenenado.

A ambição de Saddam por tornar-se o líder mais poderoso do Oriente Médio o levou a declarar guerra ao Irã dos aiatolás em 1980 e a anexar o Kuait em 1990. A única guerra não declarada por Saddam foi esta última, chamada de Guerra do Iraque, iniciada em 2003 por determinação do presidente George W. Bush, que acusava o país árabe de produzir armas de destruição em massa.

Leia abaixo um resumo sobre as três guerras protagonizadas pelo Iraque durante o domínio de Saddam Hussein.

Guerra Irã-Iraque

Em 1979, o xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, foi derrubado pela Revolução Islâmica, dando lugar a uma república islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini.

A influência do islamismo xiita revolucionário cresceu de forma abrupta, particularmente em países com grandes populações xiitas, como o Iraque. Saddam receava que as idéias radicais islâmicas, hostis ao seu domínio secular pudessem se alastrar no país entre a população xiita (a maioria da população iraquiana).

O antagonismo entre Saddam e Khomeini desde a década de 1970 ajudou a esquentar o conflito.

Após a tomada do poder de Khomeini no Irã, ocorreram pequenos incidentes de confrontação militar na fronteira, durante 10 meses, no canal de Shatt al Arab, que ambas as nações reclamavam para si.

Iraque e Irã iniciaram a guerra aberta em 22 de setembro de 1980. O pretexto para as hostilidades foi a disputa territorial.

Saddam conduziu a guerra contra o Irã entre 1980 e 1988. Contou com o apoio dos Estados Unidos, então governado por Ronald Reagan, que esperava a derrocada dos xiitas iranianos e de seu líder espiritual, o aiatolá Khomeini.

Recebeu também o apoio do Kuwait, da Arábia Saudita e de outras nações árabes.

O cessar-fogo foi assinado em 20 de agosto de 1988, e nela morreram mais de um milhão de pessoas. Não houve vencedor declarado, e a guerra levou o país a sérias dificuldades econômicas.

Guerra do Golfo

Em agosto de 1990, o Iraque invadiu o Kuait, fez milhares de reféns estrangeiros e anunciou a anexação do país.

Em 17 de janeiro de 1991, as tropas aliadas, uma aliança de 32 países, lideradas pelos Estados Unidos, iniciam um maciço ataque contra o Iraque visando a desocupação do Kuait. O cessar-fogo foi decretado pelo presidente Bush em 27 de fevereiro do mesmo ano.

Participaram dessa guerra 467.939 (estimado). Morreram 299 soldados aliados, enquanto, do lado oposto, entre 150 e 200 mil iraquianos morreram.

Pela primeira vez foram usadas armas de alta precisão, as chamadas bombas de "precisão cirúrgica" (que errariam o alvo por no máximo três metros), entre eles os mísseis Tomahawk, que podem ser lançados de submarinos, cruzadores e destróieres, chegam a ter um alcance de cerca de 1.104 km, uma velocidade de 880 km/h e custavam US$ 1,2 milhão. Também foram usados os caças "invisíveis" F-117.

Os países aliados gastaram US$ 61 bilhões no conflito.

Também foi a primeira guerra transmitida ao vivo via satélite.

Guerra do Iraque

Em janeiro de 2002, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington, e a campanha contra o regime talibã, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, iniciou a "segunda fase contra o terrorismo internacional".

Bush acusou o Iraque de ter ou desenvolver armas de destruição em massa, contrariando as resoluções da ONU impostas após a Guerra do Golfo, e de manter vínculos com o terrorismo internacional.

Saddam Hussein negou as acusações e acrescentou que a única coisa que Washington buscava no Iraque era o controle do petróleo no Oriente Médio.

Em 20 de março de 2003, a coalizão anglo-americana iniciou a intervenção militar no Iraque com um bombardeio inicial sobre Bagdá. Saddam foi expulso do poder pelas tropas americanas e britânicas em uma guerra não autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU. Sua retirada do poder, porém, não significou a paz definitiva para o Iraque.

Em dezembro de 2003, Saddam Hussein foi localizado e preso em um porão de uma fazenda da cidade de Adwar, próxima a Tikrit, sua cidade natal, em uma operação conjunta entre tropas americanas e rebeldes curdos.

As tropas encontraram o dirigente iraquiano escondido em um buraco subterrâneo camuflado com terra e tijolos.

Um jornal jordaniano publicou uma versão do fato dizendo que Saddam teria sido drogado por um parente, que lhe servia de guarda-costas, e entregue dopado aos americanos.

Em janeiro de 2004, o Pentágono o reconheceu como "prisioneiro de guerra", e, em 30 de junho, transferiu sua custódia judicial ao novo governo provisório iraquiano.

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