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30/12/2006 - 08h58

Premiê do Iraque pede unidade no país após execução de Saddam

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da Folha Online

O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al Maliki, pediu neste sábado a unidade de todos os iraquianos após a execução do ditador Saddam Hussein, na madrugada de hoje. Cidade xiitas e curdas celebram a morte de Saddam, 69, com intensos disparos no ar, enquanto árabes em peregrinação na Arábia Saudita se disseram insultados pela execução durante um feriado sagrado muçulmano.

Nas redes de TV iraquianas, canções patrióticas se misturam com imagens das celebrações pelo país. São também exibidas imagens de pessoas torturadas e de fossas comuns encontradas no Iraque após a queda do regime do ditador, em abril de 2003.

Até o momento, Bagdá não registrou episódios de violência ou revolta com a morte de Saddam. Na cidade xiita de Kufa, a 180 km ao sul da capital, a explosão de um carro-bomba em um mercado deixou cerca de 30 mortos e 45 feridos.

Celebração

Em Bagdá, disparos de armas de fogo podem ser escutados em bairros xiitas como Al Kadimiya e Sadr City --este último conhecido como bastião do chamado "Exército Mahdi", leal ao clérigo radical xiita Moqtada al Sadr. Nas províncias de Basora e Diwaniya, cujos habitantes são em sua maioria xiitas, cententas de pessoas saíram às ruas para disparar tiros no ar e celebrar.

Nas cidades de maioria sunita --grupo a que pertencia Saddam-- não foram registradas reações populares à execução. Nas mesquitas, foram escutados gritos de "Alahu Akbar" (Deus é maior), por ocasião do início da festa muçulmana de Eid al Adha (sacrifício).

A comunidade xiita, que representa mais de 60% da população iraquiana, de 24 milhões de habitantes, foram oprimidos pelo regime sunita de Saddam, que governou o Iraque por mais de duas décadas. Os xiitas, que agora controlam o governo, a polícia e o Exército, acusam o regime de Saddam pela morte de dezenas de milhares de membros dessa comunidade, especialmente depois da revolução xiita de 1991.

Depois da execução, às 6h deste sábado (1h pelo horário de Brasília), as autoridades iraquianas impuseram o toque de recolher em Tikrit, a cidade natal de Saddam (170 km ao norte de Bagdá), assim como em várias localidades em seu entorno. O toque de recolher durará quatro dias, uma precaução contra possíveis distúrbios ou atentados em represália pela execução.

Unidade

O premiê do Iraque, Nouri al Maliki, pediu aos seguidores de Saddam Hussein que "revisem suas posturas e se unam ao processo político do Iraque", e assegurou que sua morte representa a "passagem de uma página negra da história do Iraque".

Em um comunicado oficial, Al Maliki insistiu que o enforcamento do ditador iraquiano "talvez represente o fim das apostas para voltar a um regime ditatorial governado por um partido único".

Maliki rechaçou a idéia de que a decisão sobre a execução tenha sido política, e acrescentou que os juizes iraquianos são conhecidos por sua "neutralidade e competência".

O premiê assegurou que "deixa as portas abertas a todos os que não têm as mãos manchadas de sangue inocente para que participem do processo de reconstrução de um Iraque para todos os iraquianos, sem exceções ou discriminações. "O novo Iraque não será governado por apenas um partido ou credo."

O comunicado informou ainda que Saddam foi executado na prisão de Al Adala ("A Justiça"), no bairro de Al Kazamiya.

O conselheiro de segurança nacional do Iraque, Al Rubaie, que esteve presente na execução do ditador, também pediu aos iraquianos que "fiquem unidos, sejam sunitas, xiitas ou curdos", e que "esqueçam suas diferenças".

Saddam foi executado quatro dias depois que a sentença que o condenou foi ratificada pela corte de apelações do Iraque. Ele foi condenado à morte em 5 de novembro.

Com agências internacionais

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