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02/01/2007 - 08h07

Iraque investiga vídeo clandestino da execução de Saddam Hussein

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da Folha Online

O governo do Iraque lançou uma investigação para descobrir como os guardas responsáveis pela execução de Saddam Hussein filmaram clandestinamente seu enforcamento, informou a agência de notícias Reuters nesta terça-feira. O vídeo da execução transformou a morte do ditador em um espetáculo televisivo que vem inflamando a violência sectária no país.

O governo vai investigar também os responsáveis pelas provocações e a violência verbal e física contra Saddam nos momentos que antecederam seu enforcamento.

Reuters
Imagem de filmagem clandestina mostra Saddam pouco antes de execução
Imagem de filmagem clandestina mostra Saddam pouco antes de execução
A execução, que gerou protestos e manifestações violentas em várias partes do Iraque, está sendo apontada como um ato de vingança xiita contra o regime sunita que dominou o país de 1979 a 2003.

A rápida execução aumentou a frágil autoridade do premiê Nouri al Maliki entre seus apoiadores xiitas, mas desagradou os sunitas.

O momento escolhido para o enforcamento foi motivo de irritação e protestos, já que sábado foi o primeiro dia do feriado sagrado de Eid al Adha.

Execução apressada

Os Estados Unidos tentam agora fazer com que os xiitas não afastem os sunitas do poder no país. Oficiais em Washington estão irritados também com a influência de radicais xiitas como o clérigo Moqtada al Sadr sobre o governo de Al Maliki.

De acordo com um alto oficial iraquiano, o embaixador dos Estados Unidos no Iraque chegou a tentar persuadir o xiita Al Maliki a não executar Saddam Hussein apenas quatro dias depois de sua apelação ter sido rejeitada.

O embaixador teria pedido a Al Maliki que esperasse ao menos duas semanas antes da execução. Seus pedidos, no entanto, teriam sido ignorados, e Saddam foi executado nas primeiras horas da manhã do último sábado (30 de dezembro).

Recorde de violência

O número de civis iraquianos mortos devido à violência no Iraque atingiu um novo recorde, de acordo com os números apresentados pelo Ministério do Interior em dezembro de 2006.

Enquanto as Forças Armadas dos EUA sofreram a perda de mais de 3.000 soldados desde o início da guerra, em 2003, os dados do Ministério do Interior do Iraque apontam que ao menos 12.320 civis iraquianos foram mortos apenas no ano de 2006, no que oficiais chamaram de violência terrorista. Outras fontes, no entanto, afirmam que o número de mortos é ainda maior.

O governo e as forças americanas estão em estado de alerta contra a violência sectária, especialmente desde que o vídeo clandestino feito pelos guardas e divulgado na internet mostra oficiais xiitas provocando Saddam durante sua execução.

Iraquianos mortos

Os números do Ministério do Interior do Iraque, considerados parciais, mostram que 1.930 civis morreram em dezembro vítimas de violência. O número é bem maior do que os 548 mortos em janeiro de 2006, antes que um atentado contra uma mesquita xiita em Samarra em fevereiro causasse a intensificação da violência sectária no Iraque.

Os números mostram também que 1.231 policiais iraquianos e 602 soldados iraquianos morreram em 2006.

Todos os números são controversos. Estima-se que 3.700 civis morreram em outubro, o último resultado divulgado pela ONU com base em informações do Ministério da Saúde e do necrotério de Bagdá. Este resultado, no entanto, é considerado exagerado pelo governo do Iraque.

A ONU estima que cerca de 120 civis morreram por dia no Iraque no período relatado.

Novo plano

Cerca de um mês depois que as recomendações da comissão bipartidária americana chamada de Grupo de Estudos sobre o Iraque chegaram às mãos do presidente dos EUA, George W. Bush, a Casa Branca ainda não anunciou a esperada nova estratégia para a guerra.

Bush planeja anunciar uma nova estratégia em janeiro. Ao menos 112 americanos morreram no último mês, fazendo de dezembro o mês mais mortífero para as tropas americanas no Iraque em mais de dois anos.

O jornal "Military Times", um jornal privado americano popular entre as Forças Armadas, publicou o resultado de uma pesquisa que aponta que 35% dos militares ativos aprovam a política de Bush no Iraque, enquanto 42% desaprovam.

Com Reuters

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