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01/02/2007 - 21h57

Iraque e Afeganistão devem custar US$ 100 bilhões a EUA em 2007

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da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deverá pedir ao Congresso americano fundos emergenciais de mais de US$ 100 bilhões para cobrir gastos com as guerras no Iraque e no Afeganistão só em 2007, afirmaram nesta quinta-feira fontes ligadas aos legisladores.

Kevin Lamarque/Reuters
Bush deve pedir fundos emergenciais para guerras
Bush deve pedir fundos emergenciais para guerras
Também hoje, uma previsão realizada pelo Departamento de Orçamento do Congresso (CBO) estimou que Bush poderá ter de enviar, no total, até 48 mil soldados adicionais ao Iraque, quase o dobro do anunciado pelo presidente neste ano.

Para 2008, as mesmas fontes estimaram que Bush deverá pedir uma quantia ainda maior ao Congresso para gastar com as guerras. O governo, que já enfrenta duras críticas quanto aos gastos do país com o Iraque, vai submeter propostas de custos para as ações nos dois países do Oriente Médio ao lado de seu orçamento anual na próxima segunda-feira (5).

Para o ano fiscal de 2007, um auxiliar do Senado detalhou que a Casa Branca vai pedir ao Congresso que aprove mais US$ 93 bilhões para o Departamento de Defesa na condução das guerras no Iraque e no Afeganistão, e mais US$ 7 bilhões para atividades do Departamento de Estado.

O gasto extra seria somado aos US$ 70 bilhões que o Congresso já aprovou para as guerras neste ano.

Mais tropas

Em meio a uma forte crise política desencadeada pela estratégia do presidente de enviar 21.500 soldados americanos adicionais para o Iraque, o CBO estimou que Bush terá de somar a estes mais 26.500 militares (considerando a necessidade de tropas de apoio padrão).

Maya Alleruzzo/AP
Soldados americanos buscam armas escondidas em vila ao sul de Bagdá
Soldados americanos buscam armas escondidas em vila ao sul de Bagdá
O custo pode chegar a US$ 13 bilhões, de acordo com uma estimativa oficial publicada nesta quinta-feira. "Até agora, o ministério da Defesa mencionou apenas o envio de unidades de combate, mas as operações militares americanas também exigem importantes forças de apoio", adverte uma análise do CBO.

Baseando-se na proporção registrada no Iraque nos últimos anos, de 5.500 homens no apoio para cada 4.000 membros de unidades de combate, o CBO estima que, mesmo reduzindo o número de soldados no apoio para 3.000, o envio de 21.500 combatentes significaria na verdade a mobilização de 35 mil a 48 mil homens no total.

O envio de 48 mil homens suplementares por um período de quatro meses custaria US$ 13 bilhões. Para 35 mil homens, este custo seria de US$ 9 bilhões.

Manter 48 mil soldados no Iraque durante um ano custaria US$ 27 bilhões aos EUA. Para 35 mil militares, o custo seria de US$ 20 bilhões.

Violência

A expectativa dos novos soldados não alterou a rotineira violência no Iraque. Hoje, ataques a bombas e lançamentos de morteiros mataram ao menos 62 pessoas em diferentes ações, informaram fontes médicas e policiais.

Ceerwan Aziz /Reuters
Iraquianos observam ônibus após ataque em Bagdá; ao menos 27 morreram em explosões
Iraquianos observam ônibus após ataque em Bagdá; ao menos 27 morreram em explosões
Na pior ação, ao menos 45 pessoas morreram e 150 ficaram feridas em um duplo atentado a bomba em um mercado popular de Hilla, 120 km ao sul de Bagdá.

A explosão atingiu o mercado ao ar livre de Maktabat no momento em que consumidores compravam alimentos. Um suicida detonou um cinto de explosivos no meio da multidão.

Em seguida, um segundo suicida detonou seu próprio cinto de explosivos, segundo a polícia.

Hilla foi cenário de um dos piores atentados durante o conflito no Iraque, quando um suicida em um carro-bomba matou 125 pessoas em 28 de fevereiro de 2005.

Anteriormente, a explosão de um carro-bomba estacionado em um ponto de ônibus próximo de uma área comercial movimentada perto do quarteirão Rusafi, na rua Rashid, no centro de Bagdá, matou ao menos seis pessoas e feriu outras 12 nesta quinta-feira.

Uma segunda bomba também atingiu o teto de um microônibus na área predominantemente xiita de Karradah, outro popular distrito comercial, matando seis pessoas e ferindo oito.

A bomba foi deixado por um passageiro que deixou o veículo pouco antes da explosão.
O ataque causou a formação de uma coluna de fumaça preta e destruiu o ônibus branco e azul, fazendo com que bancos saltassem para fora das ferragens do veículo.

"Nós ouvimos uma forte explosão e corremos para a rua. O ônibus pegava fogo e pessoas feridas pulavam para fora, caindo no chão", afirmou a testemunha Jamal Ali. "Eles pediam socorro, e alguns moradores os levaram até o hospital sem esperar pelas ambulâncias".

O atentado ocorreu horas depois que morteiros atingiram a região sunita de Azamiyah, matando ao menos cinco pessoas e ferindo 12, segundo fontes médicas. Os morteiros atingiram um local a cerca de 1 km da famosa mesquita de Abu Hanifa.

Morte de civis

Um total de 1.971 civis morreu por causa da violência no Iraque no mês passado, revelou nesta quinta-feira o Ministério do Interior iraquiano.

O número de iraquianos mortos em ataques violentos em janeiro supera em 60 o registrado em dezembro, o que indica que a violência sectária não diminuiu.

Segundo a ONU, mais de 34 mil civis morreram no Iraque no ano passado, embora as autoridades iraquianas reduzam para 16 mil o número de iraquianos mortos em 2006.

O Ministério do Interior informou ainda que 590 homens armados morreram em janeiro como conseqüência das operações militares realizadas conjuntamente pelas Forças de Segurança iraquianas e pelas tropas americanas.

O número inclui os 263 homens que morreram na semana passada nos combates registrados da cidade xiita de Najaf. Os mortos nesta operação pertenciam ao grupo Jund al Samaa [Exército do Céu], organização xiita até então desconhecida, que espera a chegada do 12º imame desaparecido no século 9, e cuja volta à Terra é vista como um símbolo de redenção.

Com agências internacionais

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