Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/03/2007 - 22h43

Inteligência americana diz receber informações de ex-oficial do Irã

Publicidade

da Folha Online

O ex-vice-ministro da Defesa do Irã, Ali Reza Asghari, pode estar fornecendo aos Estados Unidos informações importantes e confidenciais sobre o programa nuclear iraniano. Em meio a um mistério sobre seu desaparecimento do Irã, Asghari foi citado por um oficial da inteligência dos EUA em entrevista ao jornal "Washington Post" como colaborador dos americanos.

O Irã nega veementemente a suposta traição de seu antigo líder político. Não há informações oficiais sobre o paradeiro de Asghari após seu desaparecimento em 7 de fevereiro, quando estava em Istambul (Turquia), mas as especulações não páram de crescer.

A polícia turca diz crer que ele continua no país; o chefe de polícia do Irã, assim como jornais locais, dizem que ele pode ter sido seqüestrado pela Mossad (serviço secreto israelense) ou pelos próprios americanos; membros importantes da mídia ocidental, como a revista britânica "The Economist" ou o jornal francês "Le Monde", sugerem que ele pode estar mesmo a serviço das agências de inteligência dos EUA.

Fontes iranianas citadas pela "Economist" negam que Asghari tenha silenciosamente retirado sua família do Irã antes de desaparecer --o que seria indício de uma fuga premeditada. Segundo a revista britânica, a mulher do ex-vice-ministro entrou em contato com autoridades iranianas, preocupada com o sumiço do marido.

Um jornal turco afirma ainda que o Irã tem registros de três telefonemas feitos por Asghari depois de seu desaparecimento --dois feitos da Turquia e um do Egito. Apesar da resistência do Irã em confirmar o desaparecimento, O ministro das Relações Exteriores turco, Abdullah Gul, disse que seu país trabalha em conjunto com a inteligência iraniana para encontrar o político.

Passado militar

Além de ter ocupado altos postos na política iraniana, Asghari chegou a ser comandante na Guarda Revolucionária do Irã [unidade de elite do país] nos anos 1980, quando liderou uma facção do comando em Beirute. Ali, ele foi acusado de ter participado ativamente da criação do grupo radical xiita Hizbollah, que conta com apoio iraniano.

A suspeita de que o antigo comandante de elite estaria fornecendo dados sobre o controverso programa nuclear iraniano, lançada pela mídia americana, britânica e francesa, não tem comprovação. Os Estados Unidos e as potências ocidentais acusam o Irã de buscar armas nucleares, mas Teerã afirma que o enriquecimento de urânio no país visa apenas a obtenção de energia.

O Irã diz ainda que Asghari não tem nada a ver com o programa nuclear e que não teria informações a respeito. Os turcos, no entanto, suspeitam que isso não seja verdade. O jornal "Miliyet", da Turquia, citou fontes da segurança iraniana para afirmar que Aghari possui informações sobre as ambições nucleares de Teerã.

A "Economist" sugere que, mesmo se não souber nada sobre o programa nuclear, as antigas ocupações de Asghari o tornam uma isca atraente para os EUA. Como comandante da Guarda Revolucionária, ele teria conhecimento das atividades do Irã no exterior. A Guarda Revolucionária é acusada de ter planejado e executado, por exemplo, a tomada da embaixada americana dos EUA em Teerã em 1979, após a Revolução Islâmica, além de atentados no Líbano e na Argentina.

Além disso, seu envolvimento com o comando de elite iraniano possivelmente daria a Asghari informações sobre a suposta ligação entre o Irã e os insurgentes iraquianos. Os EUA acusam o Irã de fornecer armas e dinheiro para os rebeldes que atacam as forças americanas no país árabe --acusação que o Irã também nega.

A própria saída de Asghari do Irã ainda é um mistério. Não se sabe o que o ex-comandante faria na Turquia. Em mais uma especulação, o jornal árabe "Al Sharq al Awsat", de Londres, afirma que ele estava contrariado por sua remoção do cargo de vice-ministro da Defesa.

Com "The Economist" e agências internacionais

Leia mais
  • Sanções da ONU ao Irã não têm legitimidade, diz especialista
  • ONU pede que Irã aceite pausa em sua atividade nuclear
  • Irã desmente ONU e nega interrupção de programa nuclear
  • ONU deixará Irã isolado com novas sanções contra Teerã
  • Países da ONU se reúnem para discutir Irã; tensão com EUA cresce
  • Pentágono criou grupo para atacar o Irã, segundo "The New Yorker"

    Especial
  • Leia a cobertura completa sobre o programa nuclear iraniano
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página