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04/04/2007
-
14h22
da Folha Online
Na sexta-feira (23), forças iranianas detiveram 15 marinheiros britânicos no golfo Pérsico, em um episódio que causou tensão diplomática entre Irã e Reino Unido e pode agravar a crise em torno do programa nuclear iraniano. No sábado (24), o Conselho de Segurança da ONU aprovou sanções adicionais contra Teerã.
Entenda a crise envolvendo o Irã e o Reino Unido:
22 de março: A Marinha do Irã inicia mais de uma semana de jogos de guerra no golfo Pérsico, usando submarinos e pequenas embarcações com lançadores de mísseis. A TV iraniana diz que os exercícios realizados pelas forças navais iranianas visam mostrar "poder de defesa para proteger o golfo Pérsico". Os exercícios devem durar até 30 de março.
23 de março: O Ministério da Defesa do Reino Unido anuncia que o Irã capturou 15 marinheiros britânicos que supostamente estariam realizando inspeções de rotina em águas territoriais iraquianas do golfo Pérsico. O incidente é similar ao ocorrido em 2004, quando Teerã deteve durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais iranianas na mesma região. Na época, o Reino Unido negou a invasão.
-- A ministra britânica de Relações Exteriores, Margaret Beckett, exige uma explicação do governo do Irã pela captura dos 15 marinheiros. O premiê britânico, Tony Blair, diz estar acompanhando de perto o caso. Os Estados Unidos manifestam seu apoio à posição britânica, e também exigem a libertação imediata dos militares.
-- O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manucher Mottaki, afirma que o grupo britânico detidos no golfo Pérsico estava em águas iranianas, e não em águas territoriais do Iraque, como alegou o Reino Unido. O Ministério iraniano informa ainda à TV iraniana que não é a primeira vez que marines britânicos violam a fronteira das águas iranianas, o que levou os guardas do Irã a detê-los para interrogatório.
24 de março: A Presidência rotativa alemã da União Européia (UE) exige do Irã a imediata libertação dos 15 militares britânicos. Os detidos são levados para Teerã, onde teriam supostamente confessado a "violação" das águas iranianas, o que o Irã classifica de "agressão clara". O Reino Unido volta a pressionar pela libertação do grupo de marinheiros.
-- Os 15 membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovam por unanimidade novas sanções ao Irã pela manutenção de seu programa nuclear. O pacote de sanções, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio do Irã, foca a exportação de armas, as ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país. O Chanceler iraniano, Manuchehr Mottaki, diz que a resolução é "ilegal, desnecessária e injustificável".
25 de março: Em um aumento da tensão entre o Reino Unido e o Irã, o premiê britânico, Tony Blair, exige a libertação dos marinheiros de seu país detidos em Teerã e classificou o impasse de "situação muito séria". Enquanto isso, o Irã afirma que dará uma resposta oficial à resolução da ONU e diz que limitará sua cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
26 de março: O ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, pede que o Irã liberte o grupo de marinheiros. Teerã afirma que eles "estão bem" e passam por interrogatório. O país também nega a intenção de trocar o grupo por cinco iranianos detidos no norte do Iraque. Forças americanas no Iraque detiveram recentemente cinco iranianos em um escritório em Irbil, a capital da região autônoma do Curdistão, no Iraque. Os iranianos são acusados de fornecer armas e dinheiro a insurgentes que atuam no país.
27 de março: O premiê do Reino Unido, Tony Blair, diz esperar que o impasse com o Irã seja resolvido de forma diplomática, mas disse estar preparado para entrar em uma "nova fase". Em uma demonstração de força, a Marinha dos EUA faz exercícios militares no golfo Pérsico, com o uso de navios, porta-aviões e aeronaves militares.
28 de março: O Reino Unido anuncia a suspensão dos contatos bilaterais com o Irã enquanto não for resolvida a crise. A TV iraniana divulga imagens dos marinheiros e promete libertar Faye Turney, 26, a única mulher do grupo. No vídeo, os marinheiros fazem uma refeição. Turney aparece vestida com uma túnica, com a cabeça coberta por um lenço preto.
29 de março: O Reino Unido aumenta a pressão sobre o Irã, buscando ajuda internacional para isolar o país persa após a detenção de 15 marinheiros britânicos na sexta-feira (23). O líder da ONU, Ban Ki-moon, reúne-se com o ministro iraniano de Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, para discutir o impasse. Diante da pressão britânica, o Irã decide suspender a libertação de Turney. Em um comunicado, o Conselho de Segurança da ONU pede ao Irã que liberte os 15 militares britânicos detidos.
30 de março: O Irã divulga um novo vídeo, no qual o marine britânico Nathan Thomas Summers pede desculpas pela suposta invasão a águas iranianas. A Embaixada iraniana em Londres divulga uma terceira carta supostamente escrita por Turney, na qual ela critica a política adotada pelos governos do Reino Unido e dos EUA no conflito no Iraque. A União Européia (UE) exige a libertação imediata do grupo. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirma que o Reino Unido deveria se desculpar pela suposta entrada ilegal.
1º de abril: O Irã divulga mais imagens dos marinheiros britânicos capturados. Nas imagens, os soldados britânicos apontam o local onde foram detidos em um mapa do golfo Pérsico. ministro da Defesa do Reino Unido, Des Browne, afirma que seu governo está em "comunicação direta" com Teerã. Um porta-voz do Ministério diz que ele se referiu a cartas trocadas por diplomatas, e não a negociações cara-a-cara entre os dois governos.
2 de abril: A TV estatal do Irã informa que os 15 militares britânicos admitiram ter invadido suas águas territoriais iranianas, mas que o país não exibirá as imagens das supostas confissões devido à "mudança de postura" do Reino Unido no impasse. Os dois países baixam o tom na controvérsia, sinalizando um possível acordo a respeito da questão.
3 de abril: O premiê britânico, Tony Blair, diz que as próximas 48 horas serão "críticas" e "decisivas" para a crise. Uma reportagem do jornal "The Independent" aponta que o estopim da crise foi uma tentativa fracassada do governo americano de seqüestrar um general e um diplomata iranianos em visita ao norte do Iraque. A Marinha dos Estados Unidos anuncia o aumento na vigilância em suas unidades no golfo Pérsico.
4 de abril: Em coletiva de imprensa, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou a libertação dos 15 militares britânicos. Ahmadinejad diz ainda que seu país "perdoa" os militares britânicos pela invasão e que sua liberdade é um "presente" ao povo britânico. O governo do Reino Unido elogia a decisão. Após anunciar a libertação, o líder do reúne-se com o grupo no palácio presidencial. O grupo chegou ao Reino Unido nesta quinta-feira (5).
Com agências internacionais
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Entenda a crise entre o Irã e o Reino Unido
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Na sexta-feira (23), forças iranianas detiveram 15 marinheiros britânicos no golfo Pérsico, em um episódio que causou tensão diplomática entre Irã e Reino Unido e pode agravar a crise em torno do programa nuclear iraniano. No sábado (24), o Conselho de Segurança da ONU aprovou sanções adicionais contra Teerã.
Entenda a crise envolvendo o Irã e o Reino Unido:
22 de março: A Marinha do Irã inicia mais de uma semana de jogos de guerra no golfo Pérsico, usando submarinos e pequenas embarcações com lançadores de mísseis. A TV iraniana diz que os exercícios realizados pelas forças navais iranianas visam mostrar "poder de defesa para proteger o golfo Pérsico". Os exercícios devem durar até 30 de março.
23 de março: O Ministério da Defesa do Reino Unido anuncia que o Irã capturou 15 marinheiros britânicos que supostamente estariam realizando inspeções de rotina em águas territoriais iraquianas do golfo Pérsico. O incidente é similar ao ocorrido em 2004, quando Teerã deteve durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais iranianas na mesma região. Na época, o Reino Unido negou a invasão.
-- A ministra britânica de Relações Exteriores, Margaret Beckett, exige uma explicação do governo do Irã pela captura dos 15 marinheiros. O premiê britânico, Tony Blair, diz estar acompanhando de perto o caso. Os Estados Unidos manifestam seu apoio à posição britânica, e também exigem a libertação imediata dos militares.
-- O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manucher Mottaki, afirma que o grupo britânico detidos no golfo Pérsico estava em águas iranianas, e não em águas territoriais do Iraque, como alegou o Reino Unido. O Ministério iraniano informa ainda à TV iraniana que não é a primeira vez que marines britânicos violam a fronteira das águas iranianas, o que levou os guardas do Irã a detê-los para interrogatório.
24 de março: A Presidência rotativa alemã da União Européia (UE) exige do Irã a imediata libertação dos 15 militares britânicos. Os detidos são levados para Teerã, onde teriam supostamente confessado a "violação" das águas iranianas, o que o Irã classifica de "agressão clara". O Reino Unido volta a pressionar pela libertação do grupo de marinheiros.
-- Os 15 membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovam por unanimidade novas sanções ao Irã pela manutenção de seu programa nuclear. O pacote de sanções, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio do Irã, foca a exportação de armas, as ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país. O Chanceler iraniano, Manuchehr Mottaki, diz que a resolução é "ilegal, desnecessária e injustificável".
25 de março: Em um aumento da tensão entre o Reino Unido e o Irã, o premiê britânico, Tony Blair, exige a libertação dos marinheiros de seu país detidos em Teerã e classificou o impasse de "situação muito séria". Enquanto isso, o Irã afirma que dará uma resposta oficial à resolução da ONU e diz que limitará sua cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
26 de março: O ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, pede que o Irã liberte o grupo de marinheiros. Teerã afirma que eles "estão bem" e passam por interrogatório. O país também nega a intenção de trocar o grupo por cinco iranianos detidos no norte do Iraque. Forças americanas no Iraque detiveram recentemente cinco iranianos em um escritório em Irbil, a capital da região autônoma do Curdistão, no Iraque. Os iranianos são acusados de fornecer armas e dinheiro a insurgentes que atuam no país.
27 de março: O premiê do Reino Unido, Tony Blair, diz esperar que o impasse com o Irã seja resolvido de forma diplomática, mas disse estar preparado para entrar em uma "nova fase". Em uma demonstração de força, a Marinha dos EUA faz exercícios militares no golfo Pérsico, com o uso de navios, porta-aviões e aeronaves militares.
28 de março: O Reino Unido anuncia a suspensão dos contatos bilaterais com o Irã enquanto não for resolvida a crise. A TV iraniana divulga imagens dos marinheiros e promete libertar Faye Turney, 26, a única mulher do grupo. No vídeo, os marinheiros fazem uma refeição. Turney aparece vestida com uma túnica, com a cabeça coberta por um lenço preto.
29 de março: O Reino Unido aumenta a pressão sobre o Irã, buscando ajuda internacional para isolar o país persa após a detenção de 15 marinheiros britânicos na sexta-feira (23). O líder da ONU, Ban Ki-moon, reúne-se com o ministro iraniano de Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, para discutir o impasse. Diante da pressão britânica, o Irã decide suspender a libertação de Turney. Em um comunicado, o Conselho de Segurança da ONU pede ao Irã que liberte os 15 militares britânicos detidos.
30 de março: O Irã divulga um novo vídeo, no qual o marine britânico Nathan Thomas Summers pede desculpas pela suposta invasão a águas iranianas. A Embaixada iraniana em Londres divulga uma terceira carta supostamente escrita por Turney, na qual ela critica a política adotada pelos governos do Reino Unido e dos EUA no conflito no Iraque. A União Européia (UE) exige a libertação imediata do grupo. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirma que o Reino Unido deveria se desculpar pela suposta entrada ilegal.
1º de abril: O Irã divulga mais imagens dos marinheiros britânicos capturados. Nas imagens, os soldados britânicos apontam o local onde foram detidos em um mapa do golfo Pérsico. ministro da Defesa do Reino Unido, Des Browne, afirma que seu governo está em "comunicação direta" com Teerã. Um porta-voz do Ministério diz que ele se referiu a cartas trocadas por diplomatas, e não a negociações cara-a-cara entre os dois governos.
2 de abril: A TV estatal do Irã informa que os 15 militares britânicos admitiram ter invadido suas águas territoriais iranianas, mas que o país não exibirá as imagens das supostas confissões devido à "mudança de postura" do Reino Unido no impasse. Os dois países baixam o tom na controvérsia, sinalizando um possível acordo a respeito da questão.
3 de abril: O premiê britânico, Tony Blair, diz que as próximas 48 horas serão "críticas" e "decisivas" para a crise. Uma reportagem do jornal "The Independent" aponta que o estopim da crise foi uma tentativa fracassada do governo americano de seqüestrar um general e um diplomata iranianos em visita ao norte do Iraque. A Marinha dos Estados Unidos anuncia o aumento na vigilância em suas unidades no golfo Pérsico.
4 de abril: Em coletiva de imprensa, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou a libertação dos 15 militares britânicos. Ahmadinejad diz ainda que seu país "perdoa" os militares britânicos pela invasão e que sua liberdade é um "presente" ao povo britânico. O governo do Reino Unido elogia a decisão. Após anunciar a libertação, o líder do reúne-se com o grupo no palácio presidencial. O grupo chegou ao Reino Unido nesta quinta-feira (5).
Com agências internacionais
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