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17/04/2007
-
11h14
LIGIA BRASLAUSKAS
Editora da Folha Online
Enquete realizada pela Folha Online perguntando que tipo de ação pode ser feita para tentar barrar ataques como os de ontem a uma universidade na Virgínia (EUA), quando um atirador matou 32 pessoas antes de se suicidar, aponta que a maioria dos internautas vê como resposta a restrição da venda de armas.
Imagina-se que a maioria das pessoas que votaram são do Brasil, mas, em 2005, a maioria dos brasileiros votaram não quando questionados sobre se o comércio de armas de fogo e munição deveria ser proibido por aqui. Só como curiosidade, pergunto: por que o controle do comércio de armas é resposta agora para a chacina nos EUA e não para as chacinas diárias ocorridas no Brasil? Deixemos a resposta para um próximo referendo.
Num país em que celebridades de Hollywood e da música se vangloriam por participar de clubes de tiro e por apoiar a ação americana no Iraque --verdadeiro fracasso de estratégia e de objetivo, que seria levar a democracia ao país árabe--, é estranho imaginar como isso [a restrição da venda de armas] pode virar resposta às matanças em estabelecimentos de ensinos dos EUA.
Ontem, 32 pessoas morreram, a maioria estudantes. O alto número de vítimas chocou os EUA e o resto do mundo --o pior massacre do gênero em um campus de universidade da história americana desde 1966, quando outro "maluco" portando uma arma subiu em uma torre dentro de uma universidade do Texas, começou a atirar e matou 16, como se brincasse de videogame.
De lá pra cá, houve ao menos mais sete violentos ataques contra pessoas dentro de universidades, além de tiroteios em escolas, como o de Columbine, que deixou 15 mortos em 1999, virou filme, ganhou fama, mas não mudou as regras da venda de armas nos EUA.
Ontem, ao que tudo indica, a polícia avaliou o primeiro tiroteio, quando morreram duas pessoas, como um caso isolado, uma briga de rivais. Mas não era. O agressor, um sul-coreano de 23 anos, com permissão de residência permanente nos EUA, estava supostamente legalmente armado, e bem-armado, ele deu 33 tiros fatais --um contra seu próprio rosto, até pôr fim ao massacre.
A imprensa americana exibe nesta terça-feira críticas duras à reação da polícia frente ao ataque de ontem, alegando que um alerta para esvaziar o local teria evitado mais mortes --o atirador da Virgínia agiu duas vezes e com cerca de duas horas de intervalo entre os dois ataques.
É possível que sim, mas já que a lei contra a venda de armas nos EUA não sofre alterações nem com tragédias, um simples detector de metais [também obrigatório em aeroportos americanos] e a proibição [controlada] de entrar armado em estabelecimentos públicos teria apagado esse dia ruim da história americana.
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Enquete realizada pela Folha Online perguntando que tipo de ação pode ser feita para tentar barrar ataques como os de ontem a uma universidade na Virgínia (EUA), quando um atirador matou 32 pessoas antes de se suicidar, aponta que a maioria dos internautas vê como resposta a restrição da venda de armas.
Imagina-se que a maioria das pessoas que votaram são do Brasil, mas, em 2005, a maioria dos brasileiros votaram não quando questionados sobre se o comércio de armas de fogo e munição deveria ser proibido por aqui. Só como curiosidade, pergunto: por que o controle do comércio de armas é resposta agora para a chacina nos EUA e não para as chacinas diárias ocorridas no Brasil? Deixemos a resposta para um próximo referendo.
Num país em que celebridades de Hollywood e da música se vangloriam por participar de clubes de tiro e por apoiar a ação americana no Iraque --verdadeiro fracasso de estratégia e de objetivo, que seria levar a democracia ao país árabe--, é estranho imaginar como isso [a restrição da venda de armas] pode virar resposta às matanças em estabelecimentos de ensinos dos EUA.
Ontem, 32 pessoas morreram, a maioria estudantes. O alto número de vítimas chocou os EUA e o resto do mundo --o pior massacre do gênero em um campus de universidade da história americana desde 1966, quando outro "maluco" portando uma arma subiu em uma torre dentro de uma universidade do Texas, começou a atirar e matou 16, como se brincasse de videogame.
De lá pra cá, houve ao menos mais sete violentos ataques contra pessoas dentro de universidades, além de tiroteios em escolas, como o de Columbine, que deixou 15 mortos em 1999, virou filme, ganhou fama, mas não mudou as regras da venda de armas nos EUA.
Ontem, ao que tudo indica, a polícia avaliou o primeiro tiroteio, quando morreram duas pessoas, como um caso isolado, uma briga de rivais. Mas não era. O agressor, um sul-coreano de 23 anos, com permissão de residência permanente nos EUA, estava supostamente legalmente armado, e bem-armado, ele deu 33 tiros fatais --um contra seu próprio rosto, até pôr fim ao massacre.
A imprensa americana exibe nesta terça-feira críticas duras à reação da polícia frente ao ataque de ontem, alegando que um alerta para esvaziar o local teria evitado mais mortes --o atirador da Virgínia agiu duas vezes e com cerca de duas horas de intervalo entre os dois ataques.
É possível que sim, mas já que a lei contra a venda de armas nos EUA não sofre alterações nem com tragédias, um simples detector de metais [também obrigatório em aeroportos americanos] e a proibição [controlada] de entrar armado em estabelecimentos públicos teria apagado esse dia ruim da história americana.
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