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01/05/2007 - 19h48

Bush veta lei que exige retirada de tropas americanas do Iraque

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da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vetou nesta terça-feira a lei que exigia a retirada das tropas americanas do Iraque. O veto, o segundo de todo o governo Bush, marca a disputa entre a Casa Branca e o Congresso, liderado em ambas as Casas pelos democratas desde janeiro deste ano, sobre a condução do conflito no país árabe.

Chris O'Meara/AP
Bush vetou a lei que exigia a retirada das tropas americanas do Iraque
Bush vetou a lei que exigia a retirada das tropas americanas do Iraque
Bush vetou a lei imediatamente após sua chegada à Casa Branca após uma visita à sede do Comando Central dos EUA em Tampa (Flórida), que gerencia os conflitos no Iraque e no Afeganistão. O veto a qualquer lei que incluísse um cronograma de retirada do Iraque já havia sido anunciado há semanas, mas os legisladores insistiram em enviar a lei ao gabinete presidencial em uma posição de desafio a Bush.

A lei vinculava a instituição de um prazo de retirada à liberação de fundos para as tropas americanas em combate, e previa o envio de US$ 124 bilhões em recursos extras para a manutenção dos soldados.

O presidente lamentou que o Congresso enviasse a lei ciente de que ela seria vetada, o que impede também a liberação de fundos para as tropas e dificulta a ação militar no país árabe.

De acordo com o projeto --aprovado na última semana por 218 votos contra 208 na Câmara dos Representantes e por 51 a 46 no Senado--, a retirada de cerca de 150 mil soldados dos EUA em solo iraquiano seria iniciada em outubro e completada em março de 2008.

Disputa

Os democratas ainda fizeram um apelo de última hora a Bush para que aprovasse a lei, apesar de todas as indicações de que o pedido seria ignorado. "O presidente colocou nossos soldados no meio de uma guerra civil", disse o líder da maioria no Senado, Harry Reid. "A realidade do combate prova o que todos já sabemos: que uma mudança de curso é necessária."

Para derrubar o veto, os democratas precisariam de uma supermaioria de dois terços dos votos no Congresso --o que, a julgar pelos números das últimas votações, é praticamente impossível. Os legisladores já começam a planejar a redação de uma nova medida a ser votada.

Stefan Zaklin/Efe
Líderes democratas Harry Reid (esq.) e Nancy Pelosi defendem retirada das tropas
Líderes democratas Harry Reid (esq.) e Nancy Pelosi defendem retirada das tropas
O veto coincide com o aniversário de quatro anos de um discurso feito por Bush sobre a "missão cumprida" no Iraque. No discurso, o presidente anunciou que as operações de grande porte no país árabe haviam terminado. Os democratas aparentemente escolheram esta data para enviar a lei para demonstrar que Bush errou.

"Essa lei respeita os desejos dos americanos para acabar com a guerra no Iraque", disse a deputada democrata Nancy Pelosi, líder da Câmara dos Representantes.

Bush assinou o veto da lei com uma caneta que recebeu de presente do pai de um dos soldados americanos mortos no Iraque. Robert Derga, pai do fuzileiro naval Dustin Derga, que morreu no Iraque em 8 de maio de 2005, telefonou para o presidente para lembrá-lo de usar a caneta para vetar a lei, segundo a Casa Branca.

Simbolismo

O veto à medida carrega forte simbolismo político, pois é apenas a segunda lei a ser vetada por Bush em todo o seu tempo no poder dos EUA. A única outra medida vetada se referia à liberação de pesquisas com células-tronco.

No Comando Central, falando a representantes militares de mais de 40 países que contribuem para a chamada "guerra contra o terror" liderada pelos EUA, Bush admitiu que o Iraque vive um momento difícil, mas insistiu que este não é o momento de retirar as tropas do país.

"O fracasso no Iraque deveria ser inaceitável para o mundo civilizado. O risco é enorme", disse o presidente para os comandantes militares no comando.

Com Associated Press e Reuters

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