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03/05/2007
-
08h33
da Folha Online
A reunião internacional sobre o Iraque que reúne representantes dos EUA, do Iraque, da Rússia, da China, do Irã e de países europeus e árabes teve início nesta quinta-feira em Sharm el Sheik, no Egito, e visa discutir meios de estabilizar o país.
Hoje, autoridades americanas afirmaram que a secretária de Estado Condoleezza Rice irá reunir-se com o ministro sírio de Relações Exteriores sírio, Walid al Moallem, nesta quinta-feira, primeiro dia da cúpula no resort egípcio localizado na região do mar Vermelho.
Se a reunião de fato ocorrer, será a primeira vez que os EUA dialogam diretamente com a Síria desda o assassinato do premiê libanês Rafik al Hariri, em fevereiro de 2005.
A Síria nega ligação com o atentado, mas os EUA e países europeus atribuem a responsabilidade a Damasco.
Um diálogo direto entre os EUA e o Irã ainda não estaria acertado, segundo fontes dos EUA.
Ontem, no entanto, os dois países deram sinais de que estão abertos a conversas diretas.
"A nação iraniana aceitará um diálogo honesto com os EUA", disse ontem o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante discurso em Sirjan, a 1.000 quilômetros de Teerã.
No entanto, o líder do Irã alertou que caso os EUA pensem que irão "deter o programa nuclear iraniano por meio do diálogo" estão enganados. "Mas se eles se comportarem de maneira honesta, a nação iraniana também o fará", afirmou Ahmadinejad.
Ontem, Rice, disse que "não descartava" conversas diretas com diplomatas sírios e egípcios na conferência. O vice-secretário de Estado americano, Nicholas Burns, disse esperar que Rice converse abertamente com representantes do Irã no encontro.
"Esta reunião será importante (...), estamos esperando uma boa discussão em Sharm el Sheik", disse ele, citado pela Associated Press. "No momento, há muito conflito em torno desta questão. Mas precisamos ter ambição. E nossa ambição é ver os dois países conversando, para que se chegue a um Oriente Médio mais pacífico. Essa é a grande ambição pela qual todos nós trabalhamos", disse Burns.
Os EUA acusam o Irã de dar apoio e fornecer armas a insurgentes xiitas no Iraque. Teerã nega as acusações, mas admite que terroristas possam atravessar ilegalmente a fronteira.
Os dois países cortaram as relações diplomáticas em 1979, depois que um grupo de diplomatas foi feito refém no prédio da Embaixada americana em Teerã.
Dívida
O Iraque e outros países árabes aguardavam com grande expectativa o encontro, dizendo acreditar que ele é o "único caminho" para estabilizar o país e diminuir a crescente influência iraniana no Oriente Médio. Outro grande desafio para o país é sua imensa dívida externa.
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, abriu a cúpula pedindo o perdão da dívida. "Pedimos aos países participantes da conferência que perdoem as dívidas do Iraque, para permitir o desenvolvimento e a reconstrução do país", disse Al Maliki.
"O apoio de todos permitirá que o governo imponha a lei. Esperamos que as recomendações da conferência se transformem nos passos a seguir", acrescentou o primeiro-ministro.
Os países-membros do Clube de Paris já cancelaram 80% da dívida externa iraquiana. Mas outros, como Arábia Saudita, Kuait e China, ainda são credores.
Segundo algumas fontes, o total devido pelo Iraque ultrapassa os US$ 50 bilhões.
Al Maliki, cujo governo é acusado de adotar medidas sectárias, prometeu garantir uma distribuição da riqueza do país entre todas as facções, sem discriminação.
Violência
O secretário-geral da ONU, Ban Ki moon, também pediu que outros países perdoem a dívida externa do Iraque. Ele afirmou que o governo de Al Maliki "se comprometeu a desenvolver iniciativas importantes para promover o diálogo nacional e a reconciliação".
Ban citou o Compromisso Internacional sobre o Iraque, um plano qüinqüenal que estabelece o compromisso da comunidade internacional com a reconstrução e a estabilidade política.
Em troca, o governo iraquiano deve avançar na reconciliação, nos direitos humanos e na luta antiterrorista. "Não há dúvidas de que é preciso fazer mais para acabar com a violência no Iraque", disse Ban. Ele lembrou que "as soluções políticas são essenciais para construir as bases de um país próspero e pacífico".
O ministro de Relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gheit, disse que "a reconciliação nacional é o ponto de partida para resolver os problemas no Iraque, porque não pode haver reconstrução sem segurança e não há segurança sem consenso nacional".
Com Efe e Associated Press
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A reunião internacional sobre o Iraque que reúne representantes dos EUA, do Iraque, da Rússia, da China, do Irã e de países europeus e árabes teve início nesta quinta-feira em Sharm el Sheik, no Egito, e visa discutir meios de estabilizar o país.
Hoje, autoridades americanas afirmaram que a secretária de Estado Condoleezza Rice irá reunir-se com o ministro sírio de Relações Exteriores sírio, Walid al Moallem, nesta quinta-feira, primeiro dia da cúpula no resort egípcio localizado na região do mar Vermelho.
Se a reunião de fato ocorrer, será a primeira vez que os EUA dialogam diretamente com a Síria desda o assassinato do premiê libanês Rafik al Hariri, em fevereiro de 2005.
Nasser Nasser/AP |
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, durante reunião no Egito |
Um diálogo direto entre os EUA e o Irã ainda não estaria acertado, segundo fontes dos EUA.
Ontem, no entanto, os dois países deram sinais de que estão abertos a conversas diretas.
"A nação iraniana aceitará um diálogo honesto com os EUA", disse ontem o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante discurso em Sirjan, a 1.000 quilômetros de Teerã.
No entanto, o líder do Irã alertou que caso os EUA pensem que irão "deter o programa nuclear iraniano por meio do diálogo" estão enganados. "Mas se eles se comportarem de maneira honesta, a nação iraniana também o fará", afirmou Ahmadinejad.
Ontem, Rice, disse que "não descartava" conversas diretas com diplomatas sírios e egípcios na conferência. O vice-secretário de Estado americano, Nicholas Burns, disse esperar que Rice converse abertamente com representantes do Irã no encontro.
"Esta reunião será importante (...), estamos esperando uma boa discussão em Sharm el Sheik", disse ele, citado pela Associated Press. "No momento, há muito conflito em torno desta questão. Mas precisamos ter ambição. E nossa ambição é ver os dois países conversando, para que se chegue a um Oriente Médio mais pacífico. Essa é a grande ambição pela qual todos nós trabalhamos", disse Burns.
Os EUA acusam o Irã de dar apoio e fornecer armas a insurgentes xiitas no Iraque. Teerã nega as acusações, mas admite que terroristas possam atravessar ilegalmente a fronteira.
Os dois países cortaram as relações diplomáticas em 1979, depois que um grupo de diplomatas foi feito refém no prédio da Embaixada americana em Teerã.
Dívida
O Iraque e outros países árabes aguardavam com grande expectativa o encontro, dizendo acreditar que ele é o "único caminho" para estabilizar o país e diminuir a crescente influência iraniana no Oriente Médio. Outro grande desafio para o país é sua imensa dívida externa.
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, abriu a cúpula pedindo o perdão da dívida. "Pedimos aos países participantes da conferência que perdoem as dívidas do Iraque, para permitir o desenvolvimento e a reconstrução do país", disse Al Maliki.
"O apoio de todos permitirá que o governo imponha a lei. Esperamos que as recomendações da conferência se transformem nos passos a seguir", acrescentou o primeiro-ministro.
Os países-membros do Clube de Paris já cancelaram 80% da dívida externa iraquiana. Mas outros, como Arábia Saudita, Kuait e China, ainda são credores.
Segundo algumas fontes, o total devido pelo Iraque ultrapassa os US$ 50 bilhões.
Al Maliki, cujo governo é acusado de adotar medidas sectárias, prometeu garantir uma distribuição da riqueza do país entre todas as facções, sem discriminação.
Violência
O secretário-geral da ONU, Ban Ki moon, também pediu que outros países perdoem a dívida externa do Iraque. Ele afirmou que o governo de Al Maliki "se comprometeu a desenvolver iniciativas importantes para promover o diálogo nacional e a reconciliação".
Ban citou o Compromisso Internacional sobre o Iraque, um plano qüinqüenal que estabelece o compromisso da comunidade internacional com a reconstrução e a estabilidade política.
Em troca, o governo iraquiano deve avançar na reconciliação, nos direitos humanos e na luta antiterrorista. "Não há dúvidas de que é preciso fazer mais para acabar com a violência no Iraque", disse Ban. Ele lembrou que "as soluções políticas são essenciais para construir as bases de um país próspero e pacífico".
O ministro de Relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gheit, disse que "a reconciliação nacional é o ponto de partida para resolver os problemas no Iraque, porque não pode haver reconstrução sem segurança e não há segurança sem consenso nacional".
Com Efe e Associated Press
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