04/01/2001 - 16h42

População imigrante dos EUA é a maior na história do país

da Reuters
em Washington

O número de imigrantes que vivem nos EUA mais do que triplicou desde 1970, chegando a 28 milhões hoje. É o maior número na história do país, segundo um novo estudo divulgado ontem.

O relatório do Centro de Estudos de Imigração analisou dados do Ecritório do Censo recolhidos no ano passado e constatou que os 28,4 milhões de imigrantes que vivem nos EUA hoje representam 10,4% da população total -a porcentagem mais alta dos últimos 70 anos.

A imigração virou problema político premente nos últimos anos. Em 1994, os eleitores da Califórnia aprovaram uma proposta -posteriormente derrubada pelos tribunais- que negaria educação, saúde e serviços sociais aos imigrantes ilegais e seus filhos.

A maioria dos líderes republicanos e democratas hoje é favorável à imigração legal, mas se opõe totalmente à entrada ilegal no país de milhares de pessoas por ano, atravessando a fronteira com o México. Mas os esforços para reforçar os controles na fronteira têm se revelado infrutíferos.

"Embora o impacto da imigração ainda seja tema de intenso debate nacional, não resta dúvida de que o grande número de imigrantes que vive nos EUA representa um desafio enorme", disse Steven Camarata, diretor de pesquisas do Centro de Estudos da Imigração.

"Com mais da metade dos imigrantes que chegaram após 1970 e seus filhos nascidos nos EUA vivendo na pobreza ou quase, e um terço deles sem seguro-saúde, a situação das famílias imigrantes é obviamente precária.

Com a desaceleração da economia, a situação dessas famílias deve se deteriorar de maneira dramática e os custos da imigração irão tornar-se evidentes."

Os imigrantes são quase 26% da população da Califórnia, 20% da do Estado de Nova York, 18% da população da Flórida, 16% da do Havaí e 15% de Nevada e Arizona.

Além disso, representam 30% da população de Los Angeles, 23% de Nova York, 28% de San Francisco, 43% de Miami e 12% de Chicago.

O México é responsável por 28% dos imigrantes, seguido pela China (incluindo Hong Kong e Taiwan), com quase 5%, Filipinas, com 5%, e Índia, com 3,5%.

Em 1998, quase 30% dos imigrantes que integravam a força de trabalho não tinham diploma do ensino médio, índice três vezes superior ao dos norte-americanos natos. Mas quase 11% dos imigrantes recentes tinham diplomas universitários ou profissionais.