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11/06/2001 - 11h48

Escudo antimísseis é o tema da visita de Bush à Otan

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da France Presse, em Bruxelas

A primeira visita à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) do presidente americano George W. Bush, que na próxima quarta-feira (13) se reunirá em Bruxelas com os chefes de Estado e governo dos outros 18 países aliados, representa um passo a mais no esforço de Washington para convencer os europeus da necessidade de adotar um sistema de defesa contra mísseis.

Antes de participar, na quinta-feira (14), na Suécia, da reunião de cúpula entre Estados Unidos e União Européia (UE), Bush quis, em sua primeira viagem à Europa, fazer uma escala na sede da Aliança, o que mostra a importância que ele dá aos assuntos de defesa em sua relação com a Europa, estima um responsável da Otan.

Reuters - 30.jan.2001
George W. Bush, presidente dos Estados Unidos
No centro das relações transatlânticas encontra-se atualmente o projeto de criação de um sistema de defesa contra mísseis, o que dependeria de uma modificação no tratado antimísseis ABM assinado pela ex-União Soviética e pelos Estados Unidos em 1972, que a Rússia se nega a alterar.

Na última sexta-feira (8), Bush pediu aos europeus que abandonem a "mentalidade da Guerra Fria: a Rússia já não é nossa inimiga (...) já é hora de enfocar a defesa de outra maneira".

Desde que Bush anunciou, no último dia 1º de maio, sua intenção de efetivar esse sistema, que também é rejeitado pela China, Washington vem cumprindo sua promessa de dialogar a respeito com europeus e russos, sempre convencido de que seu projeto se tornará realidade. No fim daquele mês, os Estados Unidos deram um primeiro passo, na reunião de chanceleres da Otan em Budapeste (Hungria), na qual os ministros deixaram de mencionar em sua declaração o tratado ABM como o fundamento da dissuasão.

"As ameaças estão aí, existem e estão crescendo", disse quinta-feira (7), em Bruxelas, o secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, após uma reunião com os colegas da OTAN, acrescentando que 'uma coisa são os fatos e outra, as opiniões", referindo-se à hesitação européia em relação ao escudo.

Já o titular russo da Defesa, Serguei Ivanov, considerou na última sexta-feira "totalmente hipotética" a ameaça de mísseis balísticos intercontinentais nos próximos anos e reiterou a posição russa em relação ao tratado ABM.

O país reconhece não ter direito de veto se os Estados Unidos decidirem renunciar ao ABM, enquanto os europeus acreditam que, "tecnicamente, o acordo dos aliados europeus sobre a defesa antimísseis não é necessário para os Estados Unidos", segundo um relatório da comissão de defesa da Assembléia Nacional francesa. Apesar da impotência de Europa e Rússia, um acordo seria "altamente desejável, sob pena de criar grandes divergências na Aliança Atlântica", segundo a comissão francesa.

Os americanos estão certos de que convencer os europeus "é uma questão de tempo", como acredita o secretário americano de Estado, Colin Powell.
 

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