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13/09/2001
-
03h59
da Folha de S.Paulo
As mortes de centenas ou milhares de pessoas, sobretudo bombeiros, policiais e paramédicos, poderiam ter sido evitadas no colapso do World Trade Center (WTC). Segundo especialistas em construção e incêndios, era previsível o desmoronamento das torres em questão de minutos ou horas. Aquelas pessoas simplesmente não deveriam estar ali.
"Eu teria dado a ordem para sair. Qualquer um teria pensado que alguém com conhecimento técnico estaria lá dando essa recomendação a eles", afirmou à rede britânica BBC John Knapton, professor da Universidade de Newcastle (Reino Unido).
"Acho que eles nem deveriam ter entrado. Se decidiram de fato correr o risco, deveriam ter sido tirados de lá depois de uma hora", disse. "Acho que ninguém mais estava raciocinando. Foi como um filme de horror, acredito que a razão das pessoas sumiu."
Para Knapton, a orientação dada no início do incêndio para que os ocupantes permanecessem nos escritórios foi um erro terrível.
A queda das torres se tornou inevitável por causa do fogo que tomou conta dos andares na altura do impacto, alimentado por até 91 mil litros de combustível em cada Boeing-767 (veja quadro à esquerda). A temperatura pode ter ultrapassado os 1.000C, amolecendo os pilares de metal que ainda sustentavam o edifício.
"O aço perde metade de sua resistência estrutural a 500-600C, portanto [o prédio" simplesmente cairia", disse à Reuters Gordon Masterton, do Instituto de Engenheiros Civis, de Londres.
"Nenhuma estrutura poderia ter resistido a esse tipo de ataque", disse ao jornal "The New York Times" Richard Kielar, da Tishman Realty and Construction Company, que gerenciou o projeto original do WTC.
Boeing-707
Embora depois do atentado a bomba de 1993 contra o WTC um engenheiro que participou do cálculo estrutural tenha afirmado que as torres poderiam resistir ao choque de um Boeing-707 (menor que os 767), aparentemente não foi incluída nas previsões a explosão do combustível. Leslie Robertson, da Leslie Robertson Associates, não foi localizado para comentar o impacto dos 767.
Charles Moran, da empresa especializada Controlled Demolition Group, afirmou que os prédios foram na realidade atingidos por bombas que voam. "Você tem de imaginar um 767 com cem toneladas, cheio de combustível e viajando a centenas de quilômetros por hora. O que você tem de fato é uma bomba muito grande."
"Nenhum prédio é projetado para resistir ao impacto de uma aeronave muito grande e, depois, ao fogo", disse à Reuters Ed Galea, do Departamento de Engenharia de Segurança e Fogo da Universidade de Greenwich (Reino Unido). "A principal linha de defesa, o projeto do prédio, é inadequada para dar conta dessas contingências. É preciso voltar a examinar os procedimento de evacuação."
Um estudo posterior ao atentado de 1993 no WTC revelou que apenas 40% dos ocupantes das torres conseguiriam abandoná-las no prazo de uma hora. Outros 52% consumiriam de uma a três horas para descer várias dezenas de andares de escadas; os 8% restantes, até mais de três horas.
"Os prédios caíram em uma hora. Imagino que uma boa quantidade de pessoas tenha ficado presa no prédio", afirmou Galea.
(MARCELO LEITE)
Desmoronamento do WTC era previsível
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As mortes de centenas ou milhares de pessoas, sobretudo bombeiros, policiais e paramédicos, poderiam ter sido evitadas no colapso do World Trade Center (WTC). Segundo especialistas em construção e incêndios, era previsível o desmoronamento das torres em questão de minutos ou horas. Aquelas pessoas simplesmente não deveriam estar ali.
"Eu teria dado a ordem para sair. Qualquer um teria pensado que alguém com conhecimento técnico estaria lá dando essa recomendação a eles", afirmou à rede britânica BBC John Knapton, professor da Universidade de Newcastle (Reino Unido).
"Acho que eles nem deveriam ter entrado. Se decidiram de fato correr o risco, deveriam ter sido tirados de lá depois de uma hora", disse. "Acho que ninguém mais estava raciocinando. Foi como um filme de horror, acredito que a razão das pessoas sumiu."
Para Knapton, a orientação dada no início do incêndio para que os ocupantes permanecessem nos escritórios foi um erro terrível.
A queda das torres se tornou inevitável por causa do fogo que tomou conta dos andares na altura do impacto, alimentado por até 91 mil litros de combustível em cada Boeing-767 (veja quadro à esquerda). A temperatura pode ter ultrapassado os 1.000C, amolecendo os pilares de metal que ainda sustentavam o edifício.
"O aço perde metade de sua resistência estrutural a 500-600C, portanto [o prédio" simplesmente cairia", disse à Reuters Gordon Masterton, do Instituto de Engenheiros Civis, de Londres.
"Nenhuma estrutura poderia ter resistido a esse tipo de ataque", disse ao jornal "The New York Times" Richard Kielar, da Tishman Realty and Construction Company, que gerenciou o projeto original do WTC.
Boeing-707
Embora depois do atentado a bomba de 1993 contra o WTC um engenheiro que participou do cálculo estrutural tenha afirmado que as torres poderiam resistir ao choque de um Boeing-707 (menor que os 767), aparentemente não foi incluída nas previsões a explosão do combustível. Leslie Robertson, da Leslie Robertson Associates, não foi localizado para comentar o impacto dos 767.
Charles Moran, da empresa especializada Controlled Demolition Group, afirmou que os prédios foram na realidade atingidos por bombas que voam. "Você tem de imaginar um 767 com cem toneladas, cheio de combustível e viajando a centenas de quilômetros por hora. O que você tem de fato é uma bomba muito grande."
"Nenhum prédio é projetado para resistir ao impacto de uma aeronave muito grande e, depois, ao fogo", disse à Reuters Ed Galea, do Departamento de Engenharia de Segurança e Fogo da Universidade de Greenwich (Reino Unido). "A principal linha de defesa, o projeto do prédio, é inadequada para dar conta dessas contingências. É preciso voltar a examinar os procedimento de evacuação."
Um estudo posterior ao atentado de 1993 no WTC revelou que apenas 40% dos ocupantes das torres conseguiriam abandoná-las no prazo de uma hora. Outros 52% consumiriam de uma a três horas para descer várias dezenas de andares de escadas; os 8% restantes, até mais de três horas.
"Os prédios caíram em uma hora. Imagino que uma boa quantidade de pessoas tenha ficado presa no prédio", afirmou Galea.
(MARCELO LEITE)
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