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19/09/2001 - 02h44

FBI pede dados de suspeitos a instituições financeiras dos EUA

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FERNANDO RODRIGUES
enviado especial a Nova York

Só ontem, quando completava uma semana dos atentados a Nova York e Washington, que o Federal Reserve (banco central dos EUA) enviou uma carta a todas as instituições bancárias do país solicitando eventuais registros de transações financeiras realizadas pelos supostos terroristas.

A Folha teve acesso a uma cópia da correspondência de ontem do Fed. É endereçada ao responsável pela supervisão em cada Federal Reserve (há 12 Feds regionais nos EUA) e a todas as organizações bancárias, nacionais e estrangeiras, que operam no país.

Assinada pelo diretor da Divisão de Supervisão e Regulamentação Bancária do Fed, Richard Spillenkothen, a carta é apenas um repasse de um pedido do FBI (a polícia federal dos EUA).

Trata-se de uma informação vital para as investigações: o FBI requisita todas as movimentações bancárias que possivelmente tenham alguma ligação com os 19 supostos responsáveis pelos atentados do dia 11.

O Fed atuou com razoável rapidez no caso: recebeu anteontem, dia 17, uma carta do FBI solicitando as informações. Agiu no dia seguinte.

O que chama a atenção nesse caso é a demora do FBI. A informação sobre os supostos terroristas já estava levantada, pelo menos, desde o dia 14. Um comunicado à imprensa com dados de todos os 19 nomes está à disposição desde essa data na internet, no seguinte endereço:
www.fbi.gov/pressrel/pressrel01/091401hj.htm.

O excesso de burocracia e a demora para tomar decisões têm sido apontadas como as principais deficiências dos serviços de combate ao terrorismo nos EUA. Essas cartas obtidas pela Folha
Operações de lavagem de dinheiro ou qualquer transação financeira que deixe registro são consideradas hoje as formas mais eficazes de localizar algum criminoso. É virtualmente impossível que a operação de ataque ao World Trade Center e ao Pentágono não tenha deixado algum rastro monetário.

Já na semana passada a Folha soube que havia intenção de solicitar informações financeiras dos supostos envolvidos, não apenas ao sistema bancário nos EUA, mas também a todos os países do planeta. Não há informação disponível sobre se algum país já foi formalmente acionado para colaborar a respeito.

Esse tipo de levantamento é demorado. É necessário fazer uma varredura em milhões de registros. É improvável que seja encontrado um resultado no curto prazo. Por essa razão a ordem para o início da procura precisaria ter sido expedida já na semana passada.

Pressão democrata
Ontem, dois congressistas do Partido Democrata enviaram uma carta para o presidente dos EUA, George W. Bush, que é do Partido Republicano, solicitando que o G-7, que reúne as sete nações mais industrializadas do planeta, adote uma estratégia mais agressiva no combate à lavagem de dinheiro.

O senador John Kerry (democrata de Massachusetts) e o deputado John LaFalce (democrata de Nova York) argumentam na carta que é necessário chamar com urgência uma reunião de cúpula do G-7 para que sejam tomadas providências. O grupo tinha um encontro planejado para o final deste mês, em Washington, durante a reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional). Por razões de segurança, o FMI cancelou seu encontro e ainda não marcou nova data.

"A campanha para prevenção de futuras ações terroristas contra nossa nação não terá sucesso a não ser que nós cortemos os fundos que alimentam o terrorismo", dizem os dois políticos democratas na carta a Bush.

Os EUA também deveriam considerar sanções multilaterais e bilaterais contra países que permitam que seus sistemas financeiros sejam usados pelo líder terrorista saudita Osama bin Laden, apontado por Washington como o principal suspeito dos ataques do dia 11, ou outros grupos que tenham ligações com o terrorismo, sugerem os congressistas americanos.

Lavagem de dinheiro
Eles também pedem que o presidente dos EUA apoie o projeto de lei que dá ao secretário do Tesouro mais poder para atuar contra a lavagem de dinheiro. "Com os eventos de 11 de setembro, nós acreditamos que o senhor deseja mais rapidez na criação de nova legislação para combater o terrorismo internacional".

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
 

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