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26/09/2001
-
11h17
da France Presse, em Cabul (Afeganistão)
Milhares de pessoas saíram às ruas de Cabul [capital], hoje, aos gritos de "Morte aos Estados Unidos", incendiando parte da antiga embaixada americana, enquanto a oposição armada ao Taleban multiplica seus ataques no norte do país.
Os manifestantes marcharam pelas ruas de Cabul cantando lemas antiamericanos e também contra o ex-rei Zaher, 86 , deposto em 1973 e exilado desde então na Itália.
Milhares de partidários do Taleban (grupo islâmico que controla 90% do território do Afeganistão desde 1998 e impôs um regime marcado pelo extremismo e pelo conservadorismo) invadiram a antiga Embaixada dos Estados Unidos, desalojada desde 1989, e incendiaram carros abandonados.
Em meio à confusão, o fogo se estendeu para prédios vizinhos, apesar de não chegar a alcançar o complexo principal da antiga embaixada.
Os bombeiros puderam controlar o incêndio graças à intervenção de soldados do Taleban, que enfrentaram os manifestantes, com um saldo de 12 militares feridos, segundo explicou o chefe da polícia de Cabul, o mulá Mohamad Yunus.
"Fizemos o possível para evitar isso, mas o grande número de manifestantes nos impediu. Eram milhares", explicou.
Um dos manifestantes, o comerciante Hafiz Ulá, 38, afirmou que o objetivo do protesto era enviar um sinal para Washington. "Os Estados Unidos querem queimar nosso país, por isso queimamos sua embaixada".
Quando o Taleban tomarou o controle de Cabul, em 1996, a delegação americana já estava vazia há sete anos, apesar do pessoal afegão local continuar realizando suas tarefas de manutenção.
Esta manifestação antiamericana foi a mais importante no Afeganistão desde os atentados de 11 de setembro em Nova York e Washington.
Os Estados Unidos acusam o regime Taleban de ser o avalista do terrorismo mundial e de dar abrigo ao principal suspeito dos atentados dos Estados Unidos, o multimilionário saudita Osama bin Laden.
Além do isolamento internacional ao qual o país está submetido, o Taleban também tem de fazer frente, no interior, a uma importante ofensiva lançada pela Aliança do Norte, a oposição armada ao regime de Cabul.
Incentivada pela determinação dos Estados Unidos de castigar o talban, esta coalizão de tribos minoritárias anunciou ter tomado posições importantes nas províncias de Balj, Samagan e Tajar. "Conquistamos seis posições importantes na noite passada", a noroeste de Taloqan (norte), disse Mohammad Habeel, porta-voz do chefe da Aliança do Norte, Mohamad Fahim.
No início desta semana, abriu-se outra frente perto de Mazar-i-Sharif, capital estratégica da província de Bakh (norte). O Taleban disse confirmou os ataques da oposição, mas não lhe deram importância.
No Paquistão, país que faz fronteira com o Afeganistão, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores anunciou que seu país não tinha informações sobre o paradeiro de Bin Laden e dos membros de sua rede Al Qaeda (A base). Além disso, Islamabad [capital do Paquistão] decidiu congelar as contas bancárias de uma organização islâmica em Caxemira e de uma associação de caridade que opera no Afeganistão. Ambas figuravam na lista das 27 organizações ou pessoas às quais Washington atribuiu ter relações com o terrorista.
Depois da decisão da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos de cortar suas relações diplomáticas com Cabul, o Paquistão é o último país a manter contato com o Taleban, apesar de já ter retirado seu pessoal do território afegão "por razões de segurança".
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais no especial sobre Taleban
Leia mais no especial sobre Paquistão
Milhares de afegãos saem às ruas em marcha contra os EUA
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Milhares de pessoas saíram às ruas de Cabul [capital], hoje, aos gritos de "Morte aos Estados Unidos", incendiando parte da antiga embaixada americana, enquanto a oposição armada ao Taleban multiplica seus ataques no norte do país.
Os manifestantes marcharam pelas ruas de Cabul cantando lemas antiamericanos e também contra o ex-rei Zaher, 86 , deposto em 1973 e exilado desde então na Itália.
Milhares de partidários do Taleban (grupo islâmico que controla 90% do território do Afeganistão desde 1998 e impôs um regime marcado pelo extremismo e pelo conservadorismo) invadiram a antiga Embaixada dos Estados Unidos, desalojada desde 1989, e incendiaram carros abandonados.
Em meio à confusão, o fogo se estendeu para prédios vizinhos, apesar de não chegar a alcançar o complexo principal da antiga embaixada.
Os bombeiros puderam controlar o incêndio graças à intervenção de soldados do Taleban, que enfrentaram os manifestantes, com um saldo de 12 militares feridos, segundo explicou o chefe da polícia de Cabul, o mulá Mohamad Yunus.
"Fizemos o possível para evitar isso, mas o grande número de manifestantes nos impediu. Eram milhares", explicou.
Um dos manifestantes, o comerciante Hafiz Ulá, 38, afirmou que o objetivo do protesto era enviar um sinal para Washington. "Os Estados Unidos querem queimar nosso país, por isso queimamos sua embaixada".
Quando o Taleban tomarou o controle de Cabul, em 1996, a delegação americana já estava vazia há sete anos, apesar do pessoal afegão local continuar realizando suas tarefas de manutenção.
Esta manifestação antiamericana foi a mais importante no Afeganistão desde os atentados de 11 de setembro em Nova York e Washington.
Os Estados Unidos acusam o regime Taleban de ser o avalista do terrorismo mundial e de dar abrigo ao principal suspeito dos atentados dos Estados Unidos, o multimilionário saudita Osama bin Laden.
Além do isolamento internacional ao qual o país está submetido, o Taleban também tem de fazer frente, no interior, a uma importante ofensiva lançada pela Aliança do Norte, a oposição armada ao regime de Cabul.
Incentivada pela determinação dos Estados Unidos de castigar o talban, esta coalizão de tribos minoritárias anunciou ter tomado posições importantes nas províncias de Balj, Samagan e Tajar. "Conquistamos seis posições importantes na noite passada", a noroeste de Taloqan (norte), disse Mohammad Habeel, porta-voz do chefe da Aliança do Norte, Mohamad Fahim.
No início desta semana, abriu-se outra frente perto de Mazar-i-Sharif, capital estratégica da província de Bakh (norte). O Taleban disse confirmou os ataques da oposição, mas não lhe deram importância.
No Paquistão, país que faz fronteira com o Afeganistão, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores anunciou que seu país não tinha informações sobre o paradeiro de Bin Laden e dos membros de sua rede Al Qaeda (A base). Além disso, Islamabad [capital do Paquistão] decidiu congelar as contas bancárias de uma organização islâmica em Caxemira e de uma associação de caridade que opera no Afeganistão. Ambas figuravam na lista das 27 organizações ou pessoas às quais Washington atribuiu ter relações com o terrorista.
Depois da decisão da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos de cortar suas relações diplomáticas com Cabul, o Paquistão é o último país a manter contato com o Taleban, apesar de já ter retirado seu pessoal do território afegão "por razões de segurança".
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