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05/11/2001
-
05h21
ALCINO LEITE NETO
da Folha de S.Paulo, em Paris
A crise internacional está atingindo Paris numa de suas fontes de renda mais preciosas -o turismo. Os negócios turísticos na região da capital francesa tiveram queda de 25% a 40% desde os atentados terroristas nos EUA, em 11 de setembro, segundo pesquisa divulgada pelo Observatório Regional de Turismo da Ile-de-France (Ortif).
Em termos nacionais, a perda do setor, no período de 11 de setembro a 11 de outubro, foi de 328 milhões de francos (cerca de R$ 109 milhões).
A França é o principal destino turístico do mundo. Em 2000, recebeu perto de 76 milhões de estrangeiros, que gastaram no país 200 bilhões de francos (cerca de R$ 70 bilhões).
Apenas na região parisiense, foram 24,6 milhões de visitantes no ano passado. O turismo na França envolve ainda 179 mil empresas (hotéis, cafés, restaurantes, agências de viagem) e cerca de 597 mil empregos.
Segundo o Ortif, a frequência aos museus na região parisiense baixou em média 20% depois dos atentados. As grandes lojas tiveram um recuo nas vendas de 3,4%. A taxa de ocupação de hotéis de luxo está entre 81% e 85% -contra os 95% habituais. Até a utilização de táxis em Paris caiu em 20%.
A frequência ao sempre visitadíssimo Louvre diminuiu em média 14%, conforme informou à Folha a assessoria do museu.
Na semana anterior aos atentados terroristas, o número de visitantes ao local havia sido de 55 mil pessoas. Após 11 de setembro, o número caiu para 41 mil pessoas. Hoje, a frequência média semanal é 47 mil visitantes.
Na Torre Eiffel, o processo foi o mesmo. Um dos pontos turísticos mais visitados de Paris, com um público médio de 40 mil pessoas por semana, teve queda de 15% na frequência.
A crise nos hotéis atinge sobretudo os estabelecimentos de luxo. A taxa de ocupação do Crillon hoje é 85%. Normalmente, o hotel tem 96% de seus apartamentos ocupados durante o ano inteiro. No Plaza Athénée foram registrados 800 cancelamentos no mês de setembro.
O hotel Ritz, um dos mais sofisticados da capital francesa, teve um cancelamento "significativo" das reservas na semana do atentado e também nas seguintes, segundo a sua assessoria, que não foi autorizada a divulgar as cifras exatas.
Os desfiles de moda que ocorreram na cidade em início de outubro trouxeram pouco alento ao Ritz, em geral lotado durante a ocasião.
A maior parte dos cancelamentos nos hotéis foi feita por norte-americanos, cuja visitação a Paris caiu para a metade, se comparada com o mesmo período de 2000.
A Ortif calcula ainda que haja 25% a menos de japoneses na cidade. A frequência de turistas provenientes da Ásia e do Oriente Médio também diminuiu.
O Club Méditerranée, rede francesa de hotéis situados em paraísos turísticos, teve uma queda de 50% nas reservas desde os atentados e anunciou o fechamento de 15 estabelecimentos na última semana. Foram desativados hotéis que dependiam sobretudo da clientela norte-americana (como no México e no Caribe), mas também outros, situados no Egito, na Malásia, na Grécia e em Israel.
A França criou um comitê de urgência para avaliar o impacto da crise turística em todos os setores. Mas o problema não atinge só os franceses. A agência de turismo alemã Thomas Cook, a segunda maior da Europa, anunciou na última semana a redução de 10% de seu número de empregados e o fechamento de cerca de cem escritórios no continente.
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Crise internacional prejudica o turismo na França
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da Folha de S.Paulo, em Paris
A crise internacional está atingindo Paris numa de suas fontes de renda mais preciosas -o turismo. Os negócios turísticos na região da capital francesa tiveram queda de 25% a 40% desde os atentados terroristas nos EUA, em 11 de setembro, segundo pesquisa divulgada pelo Observatório Regional de Turismo da Ile-de-France (Ortif).
Em termos nacionais, a perda do setor, no período de 11 de setembro a 11 de outubro, foi de 328 milhões de francos (cerca de R$ 109 milhões).
A França é o principal destino turístico do mundo. Em 2000, recebeu perto de 76 milhões de estrangeiros, que gastaram no país 200 bilhões de francos (cerca de R$ 70 bilhões).
Apenas na região parisiense, foram 24,6 milhões de visitantes no ano passado. O turismo na França envolve ainda 179 mil empresas (hotéis, cafés, restaurantes, agências de viagem) e cerca de 597 mil empregos.
Segundo o Ortif, a frequência aos museus na região parisiense baixou em média 20% depois dos atentados. As grandes lojas tiveram um recuo nas vendas de 3,4%. A taxa de ocupação de hotéis de luxo está entre 81% e 85% -contra os 95% habituais. Até a utilização de táxis em Paris caiu em 20%.
A frequência ao sempre visitadíssimo Louvre diminuiu em média 14%, conforme informou à Folha a assessoria do museu.
Na semana anterior aos atentados terroristas, o número de visitantes ao local havia sido de 55 mil pessoas. Após 11 de setembro, o número caiu para 41 mil pessoas. Hoje, a frequência média semanal é 47 mil visitantes.
Na Torre Eiffel, o processo foi o mesmo. Um dos pontos turísticos mais visitados de Paris, com um público médio de 40 mil pessoas por semana, teve queda de 15% na frequência.
A crise nos hotéis atinge sobretudo os estabelecimentos de luxo. A taxa de ocupação do Crillon hoje é 85%. Normalmente, o hotel tem 96% de seus apartamentos ocupados durante o ano inteiro. No Plaza Athénée foram registrados 800 cancelamentos no mês de setembro.
O hotel Ritz, um dos mais sofisticados da capital francesa, teve um cancelamento "significativo" das reservas na semana do atentado e também nas seguintes, segundo a sua assessoria, que não foi autorizada a divulgar as cifras exatas.
Os desfiles de moda que ocorreram na cidade em início de outubro trouxeram pouco alento ao Ritz, em geral lotado durante a ocasião.
A maior parte dos cancelamentos nos hotéis foi feita por norte-americanos, cuja visitação a Paris caiu para a metade, se comparada com o mesmo período de 2000.
A Ortif calcula ainda que haja 25% a menos de japoneses na cidade. A frequência de turistas provenientes da Ásia e do Oriente Médio também diminuiu.
O Club Méditerranée, rede francesa de hotéis situados em paraísos turísticos, teve uma queda de 50% nas reservas desde os atentados e anunciou o fechamento de 15 estabelecimentos na última semana. Foram desativados hotéis que dependiam sobretudo da clientela norte-americana (como no México e no Caribe), mas também outros, situados no Egito, na Malásia, na Grécia e em Israel.
A França criou um comitê de urgência para avaliar o impacto da crise turística em todos os setores. Mas o problema não atinge só os franceses. A agência de turismo alemã Thomas Cook, a segunda maior da Europa, anunciou na última semana a redução de 10% de seu número de empregados e o fechamento de cerca de cem escritórios no continente.
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