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23/12/2001
-
02h51
da Folha de S.Paulo
Quase metade da população palestina vive com menos de US$ 2 por dia na Cisjordânia e na faixa de Gaza, segundo Terje Roed-Larsen, coordenador especial da ONU para o Oriente Médio.
Cerca de 46% dos palestinos vivem abaixo da linha de pobreza, mais que o dobro das pessoas que se encontravam nessa situação antes da Intifada -levante palestino contra a ocupação iniciado em setembro de 2000.
Os bloqueios israelenses "tiveram um efeito devastador na economia palestina", que sofreu perda estimada entre US$ 2,4 bilhões e US$ 3,2 bilhões no período que vai de 1º de outubro de 2000 a 30 de setembro de 2001.
As condições de vida dos palestinos nunca foram tão ruins desde que Israel ocupou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a faixa de Gaza em 1967, diz Roed-Larsen, incluindo os maiores índices de desemprego registrados: em torno de 35% nos territórios palestinos (cerca de 50% na faixa de Gaza).
"A ONU pretende implementar um plano de emergência levando em conta a crise atual e a situação dos palestinos", disse Roed-Larsen à Folha.
O desemprego em Israel também cresceu nos últimos meses e é o mais alto desde a fundação do Estado, em 1948. É de 9,4%, de acordo com o Escritório Central de Estatísticas de Israel.
Nos primeiros 12 meses da Intifada, alegando razões de segurança, as forças israelenses impuseram um cerco a Gaza durante 342 dias (94% do período). Na Cisjordânia, o cerco durou 240 dias (66% do período).
Recentemente, a formatura de estudantes da Universidade de Bir Zeit, na Cisjordânia, foi transmitida pela TV para que familiares dos graduandos pudessem assistir, em Gaza, à cerimônia. Nem os pais receberam permissão do Exército israelense para ir ao evento.
"Faz dois anos que não vejo meus pais porque não posso ir a Gaza para visitá-los", diz Ashraf, 23, estudante de engenharia. A circulação de palestinos entre a faixa de Gaza e o Egito ou entre a Cisjordânia e a Jordânia também foi prejudicada.
Segundo a ONU, a coleta de lixo e o desenvolvimento da infra-estrutura de cidades palestinas foram constantemente adiados ou totalmente parados devido à falta de verbas e às dificuldades impostas pelos bloqueios.
"Para a maioria dos palestinos, o cerco é uma realidade. Há cerca de 200 áreas separadas na Cisjordânia", afirmou o coordenador da ONU. "O desespero econômico leva à radicalização."
Segundo o Exército, 5.800 trabalhadores palestinos têm permissão para trabalhar em Israel. Antes da Intifada, mais de 100 mil palestinos trabalhavam em Israel.
Questionado sobre como a ONU verifica que as doações de fato chegam à população palestina, Toed-Larsen explicou que "a ONU sempre confere se o dinheiro vai efetivamente para a população. Não há indicação de que isso não esteja ocorrendo".
O cientista social Salem Ajlouni diz que o estudo realizado pela ONU revela que o turismo em cidades palestinas foi "muito afetado devido à dificuldade de chegar até essas localidades".
Leia mais no especial Oriente Médio
Situação no Oriente Médio é a pior desde 1967, segundo ONU
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Quase metade da população palestina vive com menos de US$ 2 por dia na Cisjordânia e na faixa de Gaza, segundo Terje Roed-Larsen, coordenador especial da ONU para o Oriente Médio.
Cerca de 46% dos palestinos vivem abaixo da linha de pobreza, mais que o dobro das pessoas que se encontravam nessa situação antes da Intifada -levante palestino contra a ocupação iniciado em setembro de 2000.
Os bloqueios israelenses "tiveram um efeito devastador na economia palestina", que sofreu perda estimada entre US$ 2,4 bilhões e US$ 3,2 bilhões no período que vai de 1º de outubro de 2000 a 30 de setembro de 2001.
As condições de vida dos palestinos nunca foram tão ruins desde que Israel ocupou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a faixa de Gaza em 1967, diz Roed-Larsen, incluindo os maiores índices de desemprego registrados: em torno de 35% nos territórios palestinos (cerca de 50% na faixa de Gaza).
"A ONU pretende implementar um plano de emergência levando em conta a crise atual e a situação dos palestinos", disse Roed-Larsen à Folha.
O desemprego em Israel também cresceu nos últimos meses e é o mais alto desde a fundação do Estado, em 1948. É de 9,4%, de acordo com o Escritório Central de Estatísticas de Israel.
Nos primeiros 12 meses da Intifada, alegando razões de segurança, as forças israelenses impuseram um cerco a Gaza durante 342 dias (94% do período). Na Cisjordânia, o cerco durou 240 dias (66% do período).
Recentemente, a formatura de estudantes da Universidade de Bir Zeit, na Cisjordânia, foi transmitida pela TV para que familiares dos graduandos pudessem assistir, em Gaza, à cerimônia. Nem os pais receberam permissão do Exército israelense para ir ao evento.
"Faz dois anos que não vejo meus pais porque não posso ir a Gaza para visitá-los", diz Ashraf, 23, estudante de engenharia. A circulação de palestinos entre a faixa de Gaza e o Egito ou entre a Cisjordânia e a Jordânia também foi prejudicada.
Segundo a ONU, a coleta de lixo e o desenvolvimento da infra-estrutura de cidades palestinas foram constantemente adiados ou totalmente parados devido à falta de verbas e às dificuldades impostas pelos bloqueios.
"Para a maioria dos palestinos, o cerco é uma realidade. Há cerca de 200 áreas separadas na Cisjordânia", afirmou o coordenador da ONU. "O desespero econômico leva à radicalização."
Segundo o Exército, 5.800 trabalhadores palestinos têm permissão para trabalhar em Israel. Antes da Intifada, mais de 100 mil palestinos trabalhavam em Israel.
Questionado sobre como a ONU verifica que as doações de fato chegam à população palestina, Toed-Larsen explicou que "a ONU sempre confere se o dinheiro vai efetivamente para a população. Não há indicação de que isso não esteja ocorrendo".
O cientista social Salem Ajlouni diz que o estudo realizado pela ONU revela que o turismo em cidades palestinas foi "muito afetado devido à dificuldade de chegar até essas localidades".
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