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08/01/2002 - 05h59

Pentágono quer US$ 20 bi a mais em 2003 para combater terrorismo

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do "The New York Times"

O Pentágono pretende conseguir um substancial aumento, de cerca de US$ 20 bilhões ou mais, para seu orçamento de 2003, confiando que a guerra ao terrorismo fortaleceu o apoio do Congresso e do eleitorado ao reaparelhamento das Forças Armadas, segundo um alto funcionário militar.

Desde setembro, o Congresso aprovou gastos de mais de US$ 60 bilhões para combater o terrorismo no país e no exterior e para a reconstrução das áreas destruídas pelos ataques do dia 11 de setembro em Nova York e em Washington. Isso equivale a cinco vezes o que o país gastou para combater o terrorismo no ano anterior.

Apesar de o Congresso projetar um déficit no orçamento para o próximo ano, o Pentágono argumenta que necessitará mais dinheiro para cobrir o aumento nos gastos com cuidados médicos, estocar munições de alta precisão e acelerar uma série de programas militares, incluindo a compra de caças e navios de guerra.

"Há uma necessidade real de fazer algo que nós não prevíamos no último orçamento, que saiu do controle", afirmou o subsecretário de Defesa Dov Zakheim.

Como consequência desse aumento de gastos, Wall Street já considera os maiores fornecedores militares do Pentágono como os melhores investimentos nos próximos três anos (ou sete, se George W. Bush for reeleito).

Estocar armamentos
O secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, também pediu o uso do orçamento do ano fiscal de 2003, que começa em 1º de outubro, para avançar em programas que, ele diz, irão "transformar" a área militar, incluindo defesa antimísseis, aeronaves não pilotadas e equipamentos de comunicação de alta tecnologia para campos de batalha.

Espera-se que Rumsfeld argumente que as Forças Armadas precisam estocar armamentos guiados por laser e por satélite para os futuros conflitos. Essas munições, que custam de US$ 20 mil a US$ 1 milhão cada uma, superaram as expectativas no Afeganistão, onde elas foram usadas em tão larga escala que o arsenal da Marinha quase terminou, segundo funcionários.

O secretário também vai pedir o desenvolvimento de munições que podem penetrar em cavernas e abrigos subterrâneos fortemente protegidos -uma área na qual os militares dizem que as bombas americanas não tiveram eficácia tão grande no Afeganistão. Acredita-se que a Coréia do Norte e o Iraque tenham construído vários abrigos desse tipo para servir como centros de comando e de armazenamento de armas biológicas e químicas.

Antes de 11 de setembro, alguns congressistas e funcionários militares avaliavam que Rumsfeld buscaria reduzir as forças ou cortar alguns programas de armamentos para comprar armas de alta tecnologia. Mas agora ele deve preferir manter e até mesmo reforçar as forças convencionais para conter as ameaças de nações como o Iraque e a Coréia do Norte e, ao mesmo tempo, investir em novos armamentos para as guerras não-convencionais do futuro.

"Não se pode ignorar os recursos para os tipos de guerras que lutamos no passado, enquanto as pessoas que iniciaram aquelas guerras ainda estão por aí", afirma Zakheim.

Altos funcionários dizem que Rumsfeld também vai pressionar pela aceleração de um programa para converter os submarinos Trident, que hoje estão dotados de mísseis nucleares, para que possam levar mísseis de precisão com bombas convencionais.

Zakheim afirmou que o orçamento do Pentágono ainda estava em negociação com a Casa Branca e se recusou a dar números. Mas altos funcionários militares e do Congresso disseram que o aumento deve ser de cerca de US$ 20 bilhões sobre o atual orçamento de US$ 329 bilhões do Pentágono, ou cerca de 6%, descontando a correção monetária.

Declínio econômico
O aumento de US$ 20 bilhões seria menos que os US$ 33 bilhões de aumento aprovado pelo Congresso no ano passado, o maior desde o governo Ronald Reagan (1980-1988). Mas o novo apelo vem num momento de retração econômica, enquanto se pede a outras agências federais que cortem despesas para compensar a queda na arrecadação.

O aumento proposto para o orçamento de 2003 do Pentágono não cobre os custos da guerra no Afeganistão ou do aumento das defesas contra o terrorismo nos EUA, que inclui patrulhas com jatos sobre algumas das cidades americanas. Esses custos continuarão sendo financiados por suplementos orçamentários de emergência.

Segundo Zakheim, o custo da guerra, estimado em cerca de US$ 2 bilhões por mês, não deve cair no curto prazo. Deve aumentar. Apesar de os bombardeios no Afeganistão terem diminuído, caças americanos continuam a voar em missões na região diariamente, milhares de soldados têm sido levados para missões de longa duração e as bases americanas em todo o mundo continuam em alerta máximo contra o terror.

Apesar de criticar o presidente Bush pelo consumo do superávit orçamentário, os democratas do Congresso devem apoiar uma expansão dos gastos militares, por causa do grande apoio popular para a guerra ao terrorismo, segundo membros do Legislativo.

"Todos nós compreendemos que nossa primeira obrigação é defender a nação, e nós vamos garantir que os recursos estejam disponíveis para isso", afirma o senador democrata Kent Conrad, presidente da Comissão de Orçamento do Senado. "Ao mesmo tempo, todos os órgãos do governo federal compreendem que nós não podemos ficar dando cheques em branco", disse.




  • Com agências internacionais

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