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Uribe é ligado ao narcotráfico e aos paramilitares, diz chanceler da Venezuela
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da Folha Online
da France Presse
O presidente colombiano, Alvaro Uribe, é ligado ao tráfico de drogas e a grupos paramilitares "culpados de terríveis crimes de guerra", afirmou nesta terça-feira o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro.
Segundo o chanceler, na vida política de Uribe "se destacam seus vínculos familiares e de negócios com narcotraficantes do nível de Pablo Escobar Gaviria, ou seu papel como fundador e padrinho de organizações paramilitares colombianas culpadas dos mais terríveis crimes de guerra".
As declarações de Maduro são uma resposta ao anúncio de Uribe de que denunciará o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia (Holanda), por "patrocínio e financiamento do terrorismo". O TPI foi criado por tratado de 1998 para julgar acusados de crimes contra a humanidade.
Para acusar Chávez, Uribe usará documentos supostamente encontrados no computador de Raúl Reyes, um dos principais líderes da guerrilha Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), morto no último sábado (1º) durante ataque da Colômbia a uma base das Farc em território equatoriano.
A operação gerou uma grave crise diplomática entre Bogotá, Quito e Caracas. Outros 16 membros da guerrilha também morreram, segundo informações de forças colombianas. Equador afirma que no total 22 pessoas morreram na ação.
Segundo Maduro, o expediente que Uribe apresentará à TPI é grosseiro e esgrime uma ameaça cômica que ataca "a honra do chefe de Estado venezuelano (...) com falsificações e invenções".
O chanceler venezuelano disse que trata-se de "uma tentativa covarde e ruim para fugir da responsabilidade política pela agressão planejada e executada contra a República do Equador".
Nesta terça-feira, a Colômbia --que conta com o apoio dos Estados Unidos-- discute a crise com a OEA (Organização dos Estados Americanos), mas este encontro pode não reverter resultados positivos a Bogotá. Apesar de a OEA ter estabelecido acordo de cooperação contra o terrorismo, a organização não possui tratados específicos sobre segurança e defesa, como o TPI, ligado à ONU (Organização das nações Unidas).
Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu moderação e instou aos três governos (Colômbia, Equador e Venezuela) a dividirem suas preocupações sempre com espírito de diálogo e cooperação.
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