Em audiência militar, Bush divulgará supostos planos de Bin Laden

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, irá divulgar nesta quarta-feira supostos planos terroristas do líder da rede Al Qaeda, o saudita Osama bin Laden, que incluiriam ataques terroristas contra alvos fora do Iraque -- entre eles, os Estados Unidos.

A divulgação das informações, que estariam em um relatório da inteligência dos EUA, seria uma tentativa de Bush de justificar o conflito no Iraque, cuja impopularidade é crescente. Ele falará às 12h15 de Brasília na Academia da Guarda Costeira em New London (Connecticut).

A Casa Branca suspendeu ontem o caráter confidencial dos documentos, que ampliam os detalhes contidos em um boletim do Departamento de Segurança emitido em março de 2005.

Democratas e críticos da administração acusam Bush de selecionar as informações da inteligência que serão divulgadas para justificar a permanência dos EUA no Iraque.

Caleb Jones/AP

Bush embarca para Connecticut, onde fará audiência militar

Bush e o Congresso, atualmente controlado pela oposição democrata, mantêm uma disputa em torno da autorização de fundos adicionais para as guerras no Iraque e no Afeganistão.

O presidente vetou há algumas semanas um projeto de lei que autorizava US$ 120 bilhões para as campanhas, mas estabelecia prazos para a retirada das tropas dos EUA no Iraque.

Os democratas elaboraram agora outro projeto de lei que não menciona prazos para a saída das tropas americanas, mas fixa uma série de objetivos que o governo iraquiano, liderado pelo primeiro-ministro Nouri al Maliki, deve cumprir se receber mais apoio dos EUA.

Informações

A assessora de segurança nacional da Casa Branca, Frances Townsend, antecipou algumas informações que serão anunciadas por Bush.

Segundo ela, documentos da inteligência apontam que, em 2005, Bin Laden pediu que Abu Musab al Zarqawi, então líder da Al Qaeda no Iraque, organizasse uma célula terrorista destinada a realizar ataques fora do Iraque, apontando os EUA como alvo principal.

Al Zarqawi, que era jordaniano, morreu em junho de 2006 em um ataque aéreo dos EUA.

Ela não detalhou que regiões dos EUA poderiam sem alvos de atentados.

De acordo com Townsend, o caráter confidencial das informações foi retirado porque a inteligência já concluiu seus trabalhos, e todos os envolvidos já foram detidos ou morreram.