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Morte de soldados paquistaneses foi "lamentável incidente", dizem EUA
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da Folha Online
Os Estados Unidos qualificaram nesta quarta-feira de "lamentável incidente" a morte de 11 soldados paquistaneses, em bombardeio americano realizado em uma zona fronteiriça entre Afeganistão e Paquistão, e expressaram seu "pesar" pelas mortes.
Gonzalo Gallegos, porta-voz adjunto do Departamento de Estado americano, disse que o resultado da operação militar --segundo os EUA, em resposta a ataques de insurgentes-- demonstra que "é vital" que haja uma melhor comunicação fronteiriça entre as forças. Mais cedo, militares dos EUA disseram que o Exército paquistanês havia sido informado do ataque.
Arte Folha Online |
"É um lamentável incidente. Entristece-nos a perda de vidas no Exército paquistanês, que é um aliado na luta contra o terror", disse Gallegos.
Ele afirmou que a embaixadora americana em Islamabad, Anne Patterson, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores paquistanês, Shah Mehmood Qureshi, para dar explicações sobre o bombardeio, que foi qualificado pelo Exército paquistanês de "covarde" e de "agressão".
"Temos certeza de que os exércitos dos dois países analisarão o incidente, avaliarão como prevenir que se repita e como evitar que esta área seja utilizada por extremistas", disse Gallegos.
O primeiro-ministro paquistanês, Yousaf Raza Gilani, também condenou o ataque."Nós teremos uma posição de [defesa da] soberania, integridade e respeito e não permitiremos que nosso território seja atacado", disse Gilani ao parlamento.
Ataque
A coalizão internacional coordenada pelos Estados Unidos no Afeganistão reconheceu ter realizado ataques contra o norte do Paquistão, mas afirmou que tinha como alvo rebeldes do Taleban [grupo extremista islâmico deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001, que controlava mais de 90% do Afeganistão].
Segundo um comunicado divulgado pela coalizão, o Exército paquistanês havia sido informado sobre o ataque antes de ele ser realizado.
O texto afirma que a força multinacional foi alvo dos rebeldes na Província de Kunar (leste) e respondeu com sua artilharia.
Mohammad Sajjad/AP |
Paquistaneses carregam o caixão de um soldado que morreu na fronteira |
O comunicado afirma ainda que outros supostos rebeldes talebans atacaram posteriormente um posto de controle militar em território paquistanês.
Um avião não-tripulado da coalizão teria identificado os combatentes inimigos e a força multinacional "em posição de legítima defesa" disparou com sua artilharia "até que a ameaça fosse eliminada".
O incidente aumentou a frustração dos esforços paquistaneses para negociar acordos de não violência entre os dois lados da fronteira.
As forças dos Estados Unidos atuam no Afeganistão ao lado da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] para combater as atividades de rebeldes talebans e reconstruir o país.
Segundo o Exército paquistanês, o bombardeio destruiu o posto de controle fronteiriço de Gora Prai, situado no distrito tribal paquistanês de Mohmand (noroeste), fronteira com a Província afegã de Kunar, matando 11 de seus soldados.
Taleban
O porta-voz do Taleban Maulvi Omar afirmou à agência Reuters que oito rebeldes morreram e nove ficaram feridos em conseqüência do ataque.
Omar também disse que os talebans capturaram sete soldados afegãos e derrubaram um helicóptero da coalizão.
Membros da rede terrorista Al Qaeda e talebans se refugiaram no Paquistão desde que as forças norte-americanas derrubaram o regime Taleban no Afeganistão em 2001.
O novo governo paquistanês, liderado pelo partido da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto --morta em um ataque em dezembro de 2007-- assumiu o poder após a derrota do ditador Pervez Musharraf, aliado dos EUA, nas eleições de fevereiro.
O Paquistão tem realizado conversas com líderes de tribos locais para que eles pressionem os rebeldes a desistirem da violência no país, que matou centenas de pessoas no ano passado.
O Afeganistão e seus aliados ocidentais afirmam que os acordos de paz na fronteira com o Paquistão permitem o reagrupamento dos rebeldes e o treinamento em campos paquistaneses.
Com Efe, Reuters e France Presse
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