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15/05/2002 - 09h16

Ex-presidente dos sérvios da Croácia está preso em Haia

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da France Presse, em Haia

O ex-presidente dos sérvios da Croácia Milan Martic, acusado de crimes de guerra, foi levado para a prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional) para a ex-Iugoslávia, ao chegar hoje a Haia, na Holanda, disse o porta-voz do tribunal, Jim Landale.

Martic, viajou para Haia para se entregar ao TPI, que o acusa de crimes de guerra por ter ordenado o bombardeio de Zagreb em 1995. "Não sou culpado, vou a Haia para lutar pela verdade sobre meu povo. Vou com orgulho e, se o TPI é um tribunal de justiça de verdade, voltarei", declarou Martic aos jornalistas antes de partir de Belgrado.

"Confirmo que Milan Martic chegou à prisão", afirmou Landale.

O general aposentado Mile Mrksic, acusado pelo TPI dos massacres cometidos em Vukovar (leste da Croácia), viajava no mesmo vôo que Martic, afirmou seu advogado, Toma Fila. Mrksic também está preso.

Martic, 56, nascido na Croácia, está sendo acusado pelo TPI de ter ordenado em maio de 1995 o bombardeio de Zagreb, em represália por uma ofensiva inesperada do Exército croata contra territórios da "República Sérvia de Krajina" (RSK) autoproclamada pelos servo-croatas no final de 1991.

As bombas de fragmentação lançadas pela artilharia sérvia contra o centro de Zagreb causaram a morte de sete civis e feriram dezenas de pessoas. A promotora-geral do TPI, Carla del Ponte, anunciou na semana passada durante uma visita à Croácia que a acusação contra Martic se ampliaria depois de sua rendição.

Martic é citado na ata de acusação do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, por ter "participado num projeto criminoso conjunto" que tinha como objetivo "obrigar a maioria da população croata e o restante da população que não fosse sérvia a sair de cerca de um terço do território da Croácia" em 1991 e 1992.

Mrksic é o único dos três acusados por crimes de guerra cometidos na cidade croata de Vukovar que decidiu se apresentar voluntariamente em Haia. Os outros dois, Veselin Sljivancanin e Miroslav Radic, negam-se a se entregar à Justiça.

Mrksic deverá responder a quatro acusações de crimes de guerra e duas de crimes contra a humanidade pelo massacre de pelo menos duzentas pessoas tiradas à força do hospital de Vukovar no dia 20 de novembro de 1991.

Quando aconteceram esses fatos, Mrksic comandava a brigada do Exército iugoslavo que tinha responsabilidade principal sobre as operações nesta cidade croata, segundo a ata de acusação.

Martic e Mrksic fazem parte de um grupo de seis sérvios acusados pelo TPI e que, a pedido do governo de Belgrado, aceitaram se apresentar voluntariamente à Justiça internacional.

Os três primeiros a irem para Haia foram Dragoljub Ojdanic, ex-chefe de Estado-Maior do Exército iugoslavo; Nikola Sainovic, ex-vice-primeiro-ministro iugoslavo; e Momcilo Gruban, ex-guarda de um campo de concentração na Bósnia.

Vladimir Kovacevic, um ex-militar acusado pelos bombardeios de Dubrovnik (Croácia), deveria se apresentar em Haia nas próximas semanas.

A Justiça de Belgrado deu início na semana passada a um procedimento de extradição de outros 17 sérvios acusados pelo TPI, entre eles, os antigos chefes político e militar dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic e Ratko Mladic.

O presidente de Sérvia, Milan Milutinovic, acusado de crimes de guerra em Kosovo junto com o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, não foi afetado pelo procedimento de extradição, pois as autoridades de Belgrado se negam a entregá-lo ao TPI enquanto ocupar o cargo. Seu mandato termina em dezembro.

Milosevic está sendo julgado pelo TPI desde o dia 12 de fevereiro.

Leia mais no especial sobre Slobodan Milosevic
 

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