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13/06/2002 - 13h51

Karzai é eleito chefe de Estado do Afeganistão

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da France Presse, em Cabul (Afeganistão)

Hamid Karzai, o líder do atual governo provisório, foi eleito hoje chefe de Estado do Afeganistão pelos próximos dois anos, quando se realizarão eleições diretas. A eleição ocorreu durante a Loya Jirga, grande assembléia tradicional afegã, convocada para designar o novo governo do país.

Reuters - 28.jan.2002

Hamid Karzai, líder do governo interino do Afeganistão

Mohammad Ismail Qasimyar, secretário Loya Jirga, anunciou que Karzai obteve 1.295 votos de um total de 1.575.

"Portando o vencedor dessas eleições é Hamid Karzai, eleito para encabeçar o período de transição", anunciou em meio a aplausos.

Três candidatos concorriam ao cargo:

Hamid Karzai - que aparentemente já havia conseguido mais de mil assinaturas de delegados;

Mahfuz Medaie - um intelectual universitário pouco conhecido no Afeganistão;

Massuda Jalal - uma mulher de 35 anos que trabalha para o Programa Alimentar Mundial (PMA) na capital afegã. Professora de medicina da Universidade de Cabul, Jalal foi eleita no final de maio representante de um distrito do leste da capital afegã.

A Loya Jirga também elegeu uma diretoria composta de um presidente, Mohammad Ismael Qasimyar, dois vice-presidentes e dois secretários, segundo divulgou hoje a TV afegã.

O tadjique Qasimyar era presidente da comissão de organização da Loya Jirga.

Protesto
Ontem, mais de 60 delegados deixaram a sessão, irritados com o que julgam ser a falta de liberdade no seu voto a respeito do futuro do país. Foi o segundo dia do evento, que reúne cerca de 1.600 homens e mulheres de todas as etnias do Afeganistão.

Na abertura da Loya Jirga, na terça-feira (11), o ex-rei Mohammed Zahir Shah, 87, anunciou que não tinha a intenção de restaurar a monarquia e expressou seu apoio a Karzai. O ex-presidente Burhanuddin Rabbani abriu mão de sua candidatura, também em favor do atual líder.

A comunidade internacional espera que a Loya Jirga finalmente traga estabilidade ao Afeganistão, que viveu sucessivamente sob ocupação soviética, guerra civil e o regime islâmico do Taleban, derrubado em 2001 pelos Estados Unidos na sua caçada à rede Al Qaeda.

Mas o clima político permanece tenso, e um incidente ontem demonstrou isso: tropas de paz alemãs brigaram com seguranças particulares que acompanhavam alguns delegados e se recusaram a se desarmar. Em seguida, segundo testemunhas, a polícia afegã interveio, apontando suas armas para os alemães. Não houve feridos.

Mais grave que essa pequena briga é a divisão política que existe entre a maioria pashtu [que apóia o ex-rei] e as minorias que se reuniram em torno à Aliança do Norte [guerrilha aliada dos EUA], para quem Zahir Shah não deve ter nenhum cargo no governo.

Representantes de todas as facções estão de acordo em dizer que até agora houve poucas consultas e nenhuma votação na Loya Jirga, uma instituição milenar, mas considerada historicamente um mero trâmite para legitimar as decisões da monarquia.

"Quem são eles para nos fazerem de bobos", disse um delegado do lado de fora da gigantesca tenda branca, reclamando que o presidente da assembléia foi escolhido pela própria comissão organizadora, não pelos delegados.

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