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Estados Unidos condenam golpe militar na Mauritânia
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colaboração para a Folha Online
Os Estados Unidos condenaram o golpe de Estado anunciado por militares nesta quarta-feira na Mauritânia e exortaram os oficiais a libertarem o presidente e o premiê. "Nós condenamos fortemente os militares da Mauritânia por derrubarem o governo democraticamente eleito do país", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Gonzalo Gallegos.
"Pedimos que o Exército liberte o presidente e o primeiro-ministro e restabeleça o governo imediatamente", acrescentou durante coletiva com a imprensa em Washington.
Os soldados mauritanos tomaram o poder e prenderam o presidente Sidi Old Sheikh Abdallahi e o premiê Yahya Uld Ahmed Waghf, em um golpe de Estado na manhã desta quarta-feira. Em um comunicado na televisão estatal, anunciaram que uma junta militar estava assumindo o governo do país islâmico, no norte da África.
O novo "conselho de Estado" será presidido pelo chefe de Estado-Maior do Exército, general Mohamed Abdel Aziz.
De acordo com a agência France Presse, fontes próximas da junta revelaram que os militares planejam realizar novas eleições presidenciais no país dentro de dois meses. Até o fim do dia, o conselho deverá anunciar também a convocação do pleito. Abdallahi, primeiro presidente eleito democraticamente na Mauritânia (em março de 2007) desde a independência em 1960, foi levado para um local desconhecido e seu chefe de governo está em um quartel perto da sede da Presidência.
Forças do Exército mauritano se mobilizaram em frente ao palácio presidencial e às principais sedes administrativas de Nuakchott. Segundo imagens transmitidas ao vivo pela Al Jazira, as forças do Exército tomaram também as principais ruas da capital do país.
O porta-voz da Presidência mauritana, Abdoulaye Mamadou Ba, qualificou hoje de "golpe de Estado contra a legitimidade constitucional" a detenção do presidente e do premiê. O aumento da tensão política na Mauritânia provocou na segunda-feira (4) a renúncia de 48 parlamentares do partido presidencial.
Por trás da crise
O golpe de Estado acontece depois do presidente ter afastado as quatro maiores autoridades militares do país, por supostamente apoiarem parlamentares que acusavam Abdallahi de corrupção e eram contrários às políticas de aproximação do governo com extremistas islâmicos.
O general Aziz também foi o autor do último golpe militar na Mauritânia em 2005, que encerrou uma longa ditadura e contou com amplo apoio da população. A tomada de poder pelos militares levou, mais tarde, às primeiras eleições democráticas do país em duas décadas, que foram ganhas por Abdallahi em 2007.
Aziz apoiou a eleição de Abdallahi, mas se opôs publicamente ao governo quando Abdallahi iniciou diálogo com extremistas islâmicos, acusados de terem laços com um braço da Al Qaeda no norte da África _que em fevereiro assumiu a autoria de um atentado contra a Embaixada de Israel na Mauritânia. Abdallahi também libertou da prisão vários suspeitos de terrorismo.
Com Efe, Reuters, France Presse e Associate Press.
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