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11/08/2008 - 05h31

Confronto no Cáucaso faz 40 mil refugiados, diz Cruz Vermelha

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da Folha de S.Paulo

Os combates entre as forças da Rússia e da Geórgia por causa da região autônoma da Ossétia do Sul continuaram ontem e hoje em meio à guerra de versões sobre a principal questão do conflito: se a Rússia extrapolaria ou não os combates para além da região separatista, adentrando o território georgiano.

Segundo porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, os três primeiros dias de confronto no sul do Cáucaso deixaram 40 mil deslocados internos ou refugiados. A Rússia afirma ter acolhido 30 mil pessoas vinda da Ossétia do Sul em seu território, e a ONU fala em cerca de 20 mil refugiados, incluindo os vindos da Geórgia. Entenda as causas do conflito.

Arte/Folha Online

Enquanto o presidente da Geórgia e aliado americano Mikhail Saakashvili acusou a Rússia de enviar tanques pela primeira vez para fora da Ossétia do Sul, Moscou contestou a versão de Tbilisi de que havia retirado suas tropas do território ossetiano, invadido na madrugada da última sexta para sufocar o separatismo da região, que funciona de forma autônoma desde 1992.

Na noite de ontem, o governo georgiano afirmou que as forças terrestres russas "tinham um plano para atacar" Gori, no centro da Geórgia, cujos alvos militares já sofrem ataque de artilharia e aviação do Kremlin. A afirmação foi um recuo: antes, fontes georgianas haviam dito ao jornal "The New York Times" que tanques russos já atacavam a cidade. A Rússia não comentou.

Moscou afirma que 2.000 pessoas morreram no conflito. Já uma fonte do governo georgiano disse que 130 soldados e civis seus morreram e 1.165 ficaram feridos, principalmente devido ao contra-ataque russo. Não há dados independentes. Jornalistas na região relatam que, pelo número de cadáveres, a estimativa da Rússia está mais próxima da realidade.

A Geórgia lucra se for confirmada ação russa fora da Ossétia do Sul, pois isso contraria o argumento de Moscou de que age para proteger civis do ataque de Tbilisi. Os dois lados se esforçam para conquistar simpatia internacional para suas versões -o que terá influência em futuras negociações de paz.

Desde a manhã de domingo a Geórgia afirma que suas forças se retiraram da região separatista e que foi pedido o fim das hostilidades à Rússia. O Kremlin confirmou o recebimento de uma nota em sua embaixada em Tbilisi, mas continuava negando que tenham acabado os combates na Ossétia do Sul.

Focos de ação

Moscou assegurou o controle de Tskhinvali, a capital ossetiana, na manhã de ontem, mas conflitos esporádicos ainda aconteciam pela noite.

Musa Sadulayev/AP
Coluna de tanques russos segue em direção a Dzhava, na Ossétia do Sul; EUA acusam Rússia de querer derrubar governo da Geórgia
Coluna de tanques russos segue em direção a Dzhava, na Ossétia do Sul; EUA acusam Rússia de querer derrubar governo da Geórgia

No mar Negro, navios de guerra russos foram deslocados para a costa da Abkházia, outra região separatista georgiana, para impedir a chegada de armamento. Nestas águas, segundo o Ministério da Defesa da Rússia, foi afundada ontem uma embarcação militar georgiana com um lança-mísseis. A Geórgia não comentou.

Ainda na Abkházia, a Rússia dobrou o número de seus soldados para cerca de 6.000 ontem, mas disse que não age fora de sua função de manutenção da paz. Separatistas da região, também área de influência russa, anunciaram ações militares contra forças locais da Geórgia.

Os georgianos também disseram que um caça russo lançou uma bomba perto de uma pista do aeroporto internacional de Tbilisi. O Exército russo reagiu afirmando que não foi bombardeada nenhuma parte da Geórgia onde há população civil.

Outro ataque, contra uma base aérea das Forças Armadas georgianas a cerca de 70 km de Tbilisi, foi confirmado pela ONU. A ação destruiu um hangar militar.

Com agências internacionais

 

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