Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/09/2008 - 16h57

Betancourt diz que está viva graças a seu destaque na mídia

Publicidade

da Efe, em Potsdam, Alemanha

A ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, que passou mais de seis anos em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), disse nesta sexta-feira que seus seqüestradores não a mataram, entre outros motivos, graças à sua presença nos meios de comunicação e ao trabalho da imprensa no mundo todo.

"A presença que tive na mídia durante o período em cativeiro foi o que garantiu minha vida. Não me mataram quando tentei fugir e voltaram a me capturar." disse Betancourt.

Segundo ela, "isso só foi possível porque os olhos do mundo estavam focados nos seqüestradores e em suas decisões", declarou em sua mensagem de aceitação do prêmio da imprensa M100 Sanssouci Colloquium, concedido na cidade alemã de Potsdam.

A política colombiana, que não esteve presente na cerimônia de entrega do prêmio e discursou através de uma videoconferência, sustentou que não fez nada para merecer essa distinção, mas que a aceita em nome de todos aqueles que continuam seqüestrados nas selvas colombianas.

Betancourt elogiou o trabalho da imprensa que, segundo ela, foi a única responsável por seu contato com o mundo exterior durante os anos em que esteve em poder da guerrilha.

Além disso, fez uma reflexão sobre a luta contra o terrorismo e rejeitou o eufemismo que fala de "efeitos colaterais" quando morrem inocentes, pois, "por trás de cada número, se oculta uma tragédia humana".

Libertação

A ex-senadora também afirmou que em algumas ocasiões os meios de comunicação podiam determinar a maneira como se davam as ações militares e sustentou que, assim como as Farc não se atreveram a matá-la, sua libertação pelo Exército colombiano foi bem sucedida provavelmente por causa da atenção internacional.

"Se a imprensa e os governos da Europa não tivessem lutado por nós, provavelmente a ação de libertação teria fracassado de maneira sangrenta", disse.

"Mas como o mundo, como os senhores, pediram para que nossas vidas se salvassem, foi possível essa ação incrível sem derramamento de sangue e sem combates", acrescentou.

O prêmio da imprensa européia M100 Sanssouci Colloquium foi concedido nesta ocasião a Betancourt, segundo a ata do júri, por "seu valor e sua coragem".

O governador do Estado de Brandemburgo, Mathias Platzeck, se referiu a Betancourt como uma "incansável lutadora pela democracia que ganhou o respeito de todos".

A entrega física do prêmio foi realizada por dois membros do júri em um hotel de Paris.

Em anos anteriores, foram contemplados o músico Bob Geldof, por seu compromisso na luta contra a aids e a pobreza na África, o chanceler francês, Bernard Kouchner, e o arquiteto britânico Norman Forster.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página