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11/10/2002
-
08h07
O ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, 78, que ganhou hoje o Prêmio Nobel da Paz 2002, iniciou sua vocação de homem da paz realizando há 20 anos inúmeras missões humanitárias e de boa vontade pelo mundo.
O Prêmio Nobel da Paz foi atribuído a Carter "por seus esforços infatigáveis em prol de uma solução pacífica dos conflitos internacionais, da democracia, dos direitos humanos e do desenvolvimento econômico e social", anunciou o Comitê Nobel norueguês.
Carter, que saiu da Casa Branca em 1981, depois de uma grande derrota para Ronald Reagan, em novembro de 1980, pareceu renascer com suas novas atividades até o ponto de ser descrito, às vezes com ironia, como o "melhor ex-presidente" que os Estados Unidos tiveram.
Nascido em 1924, em Plains, Geórgia (sul dos EUA), Estado ao qual sempre se manteve fiel, e batista fervoroso, Carter teve um itinerário atípico, pois foi oficial da Marinha mercante e cuidou da plantação de amendoins da família antes de chegar à Presidência.
Mas, para muitos norte-americanos, seus quatro anos na Casa Branca (1977-1981) simbolizaram uma certa decadência do poderio dos EUA.
Depois de ter sucedido Gerald Ford em 1977, o democrata Jimmy Carter, que então era governador da Geórgia, teve de enfrentar inúmeras crises internacionais e uma recessão econômica no final de seu mandato.
A proeza de sua Presidência foi certamente o acordo de Camp David, em 1979, entre Israel e Egito.
Mas sua administração também foi marcada pelo pesadelo da tomada de reféns norte-americanos no Irã, 1979-1980, o que lhe valeu uma reputação de fragilidade e ingenuidade no âmbito internacional.
Apaixonado pelos direitos humanos e a justiça social, Carter, convertido em simples cidadão e então com 56 anos, aproveitou, no entanto, sua aura de ex-presidente para fundar, em 1982, em Atlanta (Geórgia), o Centro Carter com o objetivo de promover as mesmas causas que estiveram por trás de várias medidas tomadas durante seu mandato.
Desde então, este homem de aparência cansada, mas que conserva o sorriso aberto que fez a festa para os caricaturistas, não deixou de ser um combatente pela paz, que, mais do que jogar partidas de golfe, prefere ter um papel de mediador em vários conflitos.
Viajou, dessa forma, em 1994, à Coréia do Norte para superar as tensões entre Pyongyang, Seul e Washington devido ao suposto armamento nuclear da Coréia do Norte.
Em janeiro de 1995, obteve um cessar-fogo na Bósnia-Herzegovina, que durou quatro meses. Foi mediador no Haiti e negociou com as facções adversárias no sul do Sudão.
Carter foi, além disso, observador de processos eleitorais, especialmente no México, Peru, Nicarágua, Venezuela e Timor Leste. Foi conselheiro na formação da Zona de Livre Comércio das Américas e, finalmente, empreendeu várias campanhas contra uma enfermidade tropical na Guiné.
Nos Estados Unidos, milita em favor do Habitat para a Humanidade, uma organização que contrói casas para pessoas carentes.
Carter recebeu em 1998 o Prêmio dos Direitos Humanos das Nações Unidas, criado para festejar o 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Em 1999, o então presidente dos EUA, Bill Clinton, concedeu a ele e a sua mulher, Rosalynn, a mais alta distinção civil norte-americana, a Medalha Presidencial da Liberdade.
Carter receberá o Nobel e cerca de 1 milhão no dia 10 de dezembro, em uma cerimônia em Oslo (Noruega) no dia do aniversário da morte do criador do prêmio, o industrial e inventor sueco Alfred Nobel, ocorrida em 1896, em San Remo (Itália).
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da France Presse, em Oslo (Noruega)O ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, 78, que ganhou hoje o Prêmio Nobel da Paz 2002, iniciou sua vocação de homem da paz realizando há 20 anos inúmeras missões humanitárias e de boa vontade pelo mundo.
O Prêmio Nobel da Paz foi atribuído a Carter "por seus esforços infatigáveis em prol de uma solução pacífica dos conflitos internacionais, da democracia, dos direitos humanos e do desenvolvimento econômico e social", anunciou o Comitê Nobel norueguês.
Reuters - 9.jul.2002 |
Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA |
Nascido em 1924, em Plains, Geórgia (sul dos EUA), Estado ao qual sempre se manteve fiel, e batista fervoroso, Carter teve um itinerário atípico, pois foi oficial da Marinha mercante e cuidou da plantação de amendoins da família antes de chegar à Presidência.
Mas, para muitos norte-americanos, seus quatro anos na Casa Branca (1977-1981) simbolizaram uma certa decadência do poderio dos EUA.
Depois de ter sucedido Gerald Ford em 1977, o democrata Jimmy Carter, que então era governador da Geórgia, teve de enfrentar inúmeras crises internacionais e uma recessão econômica no final de seu mandato.
A proeza de sua Presidência foi certamente o acordo de Camp David, em 1979, entre Israel e Egito.
Mas sua administração também foi marcada pelo pesadelo da tomada de reféns norte-americanos no Irã, 1979-1980, o que lhe valeu uma reputação de fragilidade e ingenuidade no âmbito internacional.
Apaixonado pelos direitos humanos e a justiça social, Carter, convertido em simples cidadão e então com 56 anos, aproveitou, no entanto, sua aura de ex-presidente para fundar, em 1982, em Atlanta (Geórgia), o Centro Carter com o objetivo de promover as mesmas causas que estiveram por trás de várias medidas tomadas durante seu mandato.
Desde então, este homem de aparência cansada, mas que conserva o sorriso aberto que fez a festa para os caricaturistas, não deixou de ser um combatente pela paz, que, mais do que jogar partidas de golfe, prefere ter um papel de mediador em vários conflitos.
Viajou, dessa forma, em 1994, à Coréia do Norte para superar as tensões entre Pyongyang, Seul e Washington devido ao suposto armamento nuclear da Coréia do Norte.
Em janeiro de 1995, obteve um cessar-fogo na Bósnia-Herzegovina, que durou quatro meses. Foi mediador no Haiti e negociou com as facções adversárias no sul do Sudão.
Carter foi, além disso, observador de processos eleitorais, especialmente no México, Peru, Nicarágua, Venezuela e Timor Leste. Foi conselheiro na formação da Zona de Livre Comércio das Américas e, finalmente, empreendeu várias campanhas contra uma enfermidade tropical na Guiné.
Nos Estados Unidos, milita em favor do Habitat para a Humanidade, uma organização que contrói casas para pessoas carentes.
Carter recebeu em 1998 o Prêmio dos Direitos Humanos das Nações Unidas, criado para festejar o 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Em 1999, o então presidente dos EUA, Bill Clinton, concedeu a ele e a sua mulher, Rosalynn, a mais alta distinção civil norte-americana, a Medalha Presidencial da Liberdade.
Carter receberá o Nobel e cerca de 1 milhão no dia 10 de dezembro, em uma cerimônia em Oslo (Noruega) no dia do aniversário da morte do criador do prêmio, o industrial e inventor sueco Alfred Nobel, ocorrida em 1896, em San Remo (Itália).
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